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14 de abril de 2013

Belinha



Belinha
Silvia Britto

Esta é a Belinha.
Golden Retriever, linda, moradora da Urca, minha vizinha. Dizem que é braba. Não sei. Comigo, sempre lambe-me as mãos da forma mais melada possível aos cães. Talvez em retribuição aos afagos gostosos que faço em seu pelo, às vezes por momentos infindáveis.
Ela está triste assim por ter acabado de ser afastada de seu último filhote, de uma ninhada de oito! Brava guerreira e brava mãe, a Belinha. Só que seu último bebê, foi embora só agora, aos já 6 meses de idade! Era tão lindo passar por seu jardim e ver mãe e filho brincando juntos. Já haviam se tornado cúmplices e companheiros inseparáveis.Mas ele se foi. E deixou em seu rastro uma imensa melancolia para minha bela amiga.Hoje parei em seu portão e ela só me olhou, com um olhar que atravessou minha alma. Entendi sua dor de imediato. Choramos juntas por longos momentos. 
E eu fiquei ali, a refletir, tentando entender as razões do bicho homem para fazer tal crueldade. Não cheguei à conclusão alguma... Lá se foram seus bebês, qual tráfego de escravos. Revoltou-me a ideia desse tráfego de animais que aceitamos como comum, bem nas nossas fuças. Se a ela seria negada a maternidade, para quê fazê-la procriar? Por algumas centenas de reais? E a realeza do espírito, onde fica? Não concordo com isso. Não há quem me convença.
Voltei para casa pensando em minha Ritinha, vira-lata que adotei por ter sido abandonada na rua. Não seria capaz de comprar um amigo... Isso é covardia!
Um beijo em seu coração, Belinha! Esperarei ao teu lado até que a dor se dilua e você volte a surgir alegre, abanando seu lindo rabo quando sentir o rebolado do meu se aproximando. Somos mais gente que muito "homem" querida! Amo você!

Silvia Britto                            Outono de 2013