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1 de maio de 2016

Canção da Revolta- Claudia Morett

CANÇÃO DA REVOLTA
Uma febre no âmago da alma, A praga rogada com fúria, Sentença de um anjo cruel Fez adormecer o homem ausente Lançou minha alma no cárcere negro, Branca prisão de carne e sangue, E ainda em dor no abraço da saudade Abraço sua ausência e sinto o fogo de sua mão. Alma caminhando a esmo levando apenas canção. Agora eu vou sussurrar aquela canção até eu morrer Ontem foi uma febre, amanhã uma onda de calor, Depois uma punhalada de dor! Um dia eu sei que minha alma tornará aos braços do amor! Eu vou murmurar aquela canção até lá. Mas que melodia tirará o meu amor do sonho dele? Que dissonância o despertará da morte? Posso atear fogo no fundamento dessas regras
Mudar a estação do rádio
Ninguém nunca tirará nada de mim!
Nada que eu não queira entregar. 
Eu não quero entregar minha vida,
Não entregar meu amor!
A vidraça da minha janela vai mover-se e formar ondas no vazio
Que me revela todas as manhãs... 
Eu não vou deixar nem um costurado para trás,
Vou desmanchar a renda inteira até que fique
Só o triste e enluarado fio do meu destino. 
Mas que melodia tirará o meu amor da mentira em que morre?
Que melodia fará com que se lembre de mim?
Eu cantarei entre as ruínas daquela casa que sonho no topo da montanha
Eu cantarei entre as garrafas de vinho Que nós deixamos sobre o nosso antigo peitoril da janela Eu cantarei sobre os anos que você vai desperdiçar ficando mais triste e velho, Cantarei o amor que não veio o frio dessa febre que nunca passa. Cantarei soluçando no meu travesseiro, Cantarei para acordar os planetas perdidos, Os rios dentro da noite, os navios de areia, e meu sonho vertido no tempo... Claudia Morett