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3 de março de 2010

Otaogo

Depois de vinte anos de sofrimento o Botafogo estava prestes a se tornar campeão novamente.Decisão com o...o...o...lamento, mas como já disse a vocês minha mulher me proibiu de escrever palavrão no blog, doravante o adversário será designado como o time da Gávea(pobre Gávea, um bairro tão bonito!)- continuemos pois: A decisão entre o Botafogo e os gaveanos(hihihi... vão ficar putos- calma mulher, a causa é nobre) seria realizada em dois jogos, domingo e quarta-feira- 21 de junho de 1989, a data mais importante da história da humanidade, reconhecida pela ONU. Na sexta-feira anterior ao primeiro jogo com os gaveanos(hihihi...) desembarca em Niterói a Fogo de Fogo, torcida (DES)organizada do Botafogo em São José do Calçado-ES.Capitaneados pelo Ferrugem,vieram o indefectível Jilozinho,Maurinho Pirracento, Pinguinho, Fabinho, Beto, Juninho do Jamil, Saragaia,Carioca e Juquita; hospedaram-se todos no Hotel do Tonicão, ou seja, lá em casa.

Foi uma zona-para resumir, quero é chegar no Ferrugem, personagem da crônica: Ferrugem era o decano da turma, sua geração é anterior à nossa, mas nos "adotou" e passou a ser a eminência ruíva da turma. Quando havia qualquer altercação entre nós era ele quem apaziguava a situação, fazia as contas do racha nos botecos- tudo isso quando não dormia na cadeira, com a cabeça arriada sobre a bem fornida pança. Além da barriga, Ferrugem tem duas outras características marcantes: a língua presa, engole o B e o F das palavras.Quando bebe acho que os usa como tira-gosto; e os cabelos ruivos,dai o apelido.

Final de jogo, o Botafogo vence os gaveanos(hihihi...) e é campeão! Loucura na torcida, todos se abraçando, uns chorando, Maurinho Pirracento aos urros de Foooogo e banhando todo mundo com sua tradicional chuva de cuspe. Depois de abraçar todos procuro pelo Ferrugem e não o vejo: olho para um lado...para o outro...e nada, até que o vejo uns cinco degraus acima, num estado que não sei se conseguirei descrever, de tão hilário- vou tentar: estava de joelhos, a barriga quase se arrastando no chão, braços abertos como se Cristo fosse( a cruz teria de ser de ferro, madeira não suportaria o peso), lágrimas escorriam aos borbotões por seu rosto- aqui um detalhe: as lágrimas eram amarelas e espumantes, nunca vi nada igual ou parecido na vida, só pode ter sido o excesso de cerveja- com certeza...foi!,e cantava, o Ferrugem, cantava a plenos pulmões:

- Otaogo...otaogo...campeão desde 1910...oataogo...otaogo...e gritava:

OOOOOOOGO....OOOOOGO...OOOOOGO... e cantava novamente...otaogo...otaogo...

Ao ver a cena puxei o Buchudo e falei:

-  Pedrinho, olha o estado de nosso amigo?!

O Buchudo abriu um largo sorriso e disse:

- Vamos lá pegar ele!
Fomos, o abraçamos, um de cada lado e saimos cantando felizes:

Ota...ogo...otaogo...campeão desde 1910...otaogo...OOOOOOOOOOGO...

E assim foi até o amanhecer do dia.

OOOOOOOOOOOOOOOGO !!!