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6 de outubro de 2013

"Botafogo mata técnico!"

"Botafogo mata técnico!"
Ontem, no carro voltando do Maracanã após a derrota do Botafogo para o Grêmio com Leo Baresi, seu pai, Ricardo Baresi e Silvia Britto, todos devidamente emburrados, quando o o rádio divulga a notícia que o técnico do Botafogo, Oswaldo de Oliveira, havia passado mal. Dores no peito, informa o repórter. 
Ricardo, desolado, diz: "Pronto! Só falta essa agora, já estou até vendo a manchete dos jornais amanhã: "Botafogo mata técnico!"
Rimos à desbragada, apesar da notícia. E o Oswaldo passa bem. Ainda bem.

22 de julho de 2013

Programação da TV Globo durante a visita do papa Francisco

Programação da TV Globo durante a visita do papa Francisco

Com vocês a programação da TV Globo durante a estada do papa Francisco no Brasil:
5:00 : Telepapa
6:00: Globo Papa Rural
6:32: Bom Dia Papa local
7:30: Bom Dia Papa Brasil
8:32: Mais Papa
9:56: Bem Estar com o Papa
10:39: Encontro com Fátima Bernardes e o Papa
11:55: Praça Papa TV
12:42: Papa Esporte
13:20: Papa Hoje
13:49: Vídeo Papa
14:35: Vale o Papa Ver de Novo
15:35: Sessão do Papa
16:45: Papa Francisco no Brasil
17:32: Papalhação
18:02: Flor do Papa
19:17: Papa TV- 2ª Edição
19:37: Papa Sangue Bom
20:30: Jornal Papacional
21:08: Amor à Vida do Papa
22:28: Papa Quente
00:08: Jornal da Glopapa
00:39: Programa do Jô Papudo
Obs: Nos intervalos entre os programas, notícias exclusivas sobre a  visita do papa Francisco ao Brasil.

PS: Obrigado Silvia Britto, a ideia da programação foi sua.

25 de abril de 2013

O Amor


                              

O Amor
Silvia Britto
Escrevi o título deste texto que agora leem e fiquei longos momentos olhando para ele, tentando entender minha ousadia ao querer falar de algo já tão bem falado, escrito e cantado por este mundo afora. Mas enchi-me de coragem e resolvi seguir em frente, afinal, o amor não se limita aos Drummonds e aos Buarque de Holanda. Nós, reles mortais, também padecemos desse mal.
Eu disse mal? É. Disse. Minha história não é uma de vitórias. É mais uma, dentre milhões, que terminam em lágrimas e tristeza. O amor encanta, hipnotiza e nos faz parecer eternos enquanto dura. Mas cobra caro por tal encantamento. E deixa um rastro de dores quando termina.
Eu disse termina? É. Disse. O amor é uma das poucas coisas que não acaba quando termina. E esse é o meu caso. Não acabou, mas terminou. Nunca acabará. Será parte eterna de meu baú de riquezas, como tantas outras emoções lindas que vivi e que carrego como joias raras, encrustadas em meu viver.
Infelizmente, o amor tem dois inimigos mortais que o fazem terminar: a desconfiança e a teimosia. E foram exatamente esses dois vilões que invadiram a minha felicidade. Mentiras que geraram inseguranças e histórias de vida que geraram teimosia. Quando esses dois se encontram, o resultado é fatal.
Eu disse fatal? É. Disse. A fatalidade não é uma palavra apenas negativa. Foi ela que o trouxe a mim e também ela que o levou embora. A vida é feita de encontros e desencontros. A fatalidade é aquela que gerencia esses encontros. É brejeira. Intempestiva.
Por isso, eu digo adeus a esse amor. Adeus, querido. Você nunca acabará. Deixo um pedaço de mim, tatuado em teu peito. Pequeno, para não ocupar-te os espaços. Levo-te também em meu seio e terei-te comigo nas noites frias do inverno que se aproxima, para que as lembranças acalentem-me a alma. Minha desconfiança e tua teimosia, terminam esta contra-dança.
Eu disse terminam? É. Disse. Terminou.

20 de abril de 2013

Um Zé Qualquer

Um Zé Qualquer- Interrogações

Um Zé Qualquer
Silvia Britto

Ele me chegou do nada, porém muito me falou.
Falou-me de infância, luares, lugares.
Falou-me de amigos, amores e dores.
Ele me chegou de mansinho e devagarinho ficou.
Fez com que eu chorasse de rir e de prazer.
Mandou-me embora. Implorou-me de volta.
Confessou-me a alma autista e a mente egoísta.
Arrancou-me do peito o mais doído pranto.
Encantou-me a alma com o mais terno acalanto.
Beijou-me. Possuiu-me. Roubou-me de minha solidão.
Ele me chegou do nada, porém muito perguntou.
E muito, também eu, falei.
Entreguei-lhe minha vida boêmia e meu corpo profano.
Chorei, ri, chorei, dancei, chorei, cantei e chorei. E chorei.
Ele me chegou do nada, porém logo se instalou.
E ganhou-me para sempre, ao sussurrar-me ao ouvido,
Sem o menor esforço ou imposição, 
Sua primeira confissão de amor,
"Eu te amo, peste!".
Também eu te amo, Zé Qualquer. 
Um Zé Qualquer que não é qualquer Zé.
É meu. É seu. É nosso. É Zé.

 
Silvia Britto                                Outono de 2013

16 de abril de 2013

O TUDO do NADA


O TUDO do NADA
Silvia Britto

Certa ocasião, em um "monólogo" (sim, porque alguns homens fazem questão de não dialogar!)  com um ex-namorado, ouvi a seguinte exclamação indignada:

- Mas eu não fiz absolutamente nada!

Pois é, caros. Fazer nada, muitas vezes, é o TUDO de que precisamos para perdermos o encanto.
Nada de convites para o cinema. 
Nada de surpresas. 
Nada de presentes.
Nada de demonstrações de carinho e proteção.
Nada de promessas cumpridas.
Nada de pedidos atendidos.
E o NADA vira TUDO.
E o TUDO se torna um imenso VAZIO.
Portanto, meninos, não se iludam.
E façam! Demonstrem! Preocupem-se!
Mostrem que se importam! Surpreendam!
Fica a dica.

14 de abril de 2013

Belinha



Belinha
Silvia Britto

Esta é a Belinha.
Golden Retriever, linda, moradora da Urca, minha vizinha. Dizem que é braba. Não sei. Comigo, sempre lambe-me as mãos da forma mais melada possível aos cães. Talvez em retribuição aos afagos gostosos que faço em seu pelo, às vezes por momentos infindáveis.
Ela está triste assim por ter acabado de ser afastada de seu último filhote, de uma ninhada de oito! Brava guerreira e brava mãe, a Belinha. Só que seu último bebê, foi embora só agora, aos já 6 meses de idade! Era tão lindo passar por seu jardim e ver mãe e filho brincando juntos. Já haviam se tornado cúmplices e companheiros inseparáveis.Mas ele se foi. E deixou em seu rastro uma imensa melancolia para minha bela amiga.Hoje parei em seu portão e ela só me olhou, com um olhar que atravessou minha alma. Entendi sua dor de imediato. Choramos juntas por longos momentos. 
E eu fiquei ali, a refletir, tentando entender as razões do bicho homem para fazer tal crueldade. Não cheguei à conclusão alguma... Lá se foram seus bebês, qual tráfego de escravos. Revoltou-me a ideia desse tráfego de animais que aceitamos como comum, bem nas nossas fuças. Se a ela seria negada a maternidade, para quê fazê-la procriar? Por algumas centenas de reais? E a realeza do espírito, onde fica? Não concordo com isso. Não há quem me convença.
Voltei para casa pensando em minha Ritinha, vira-lata que adotei por ter sido abandonada na rua. Não seria capaz de comprar um amigo... Isso é covardia!
Um beijo em seu coração, Belinha! Esperarei ao teu lado até que a dor se dilua e você volte a surgir alegre, abanando seu lindo rabo quando sentir o rebolado do meu se aproximando. Somos mais gente que muito "homem" querida! Amo você!

Silvia Britto                            Outono de 2013

27 de março de 2013

BBB x Elizete


BBB x Elizete

BBB x Elizete
Silvia Britto

Minha filha de 15 anos, chega à porta do meu quarto, ontem à noite, por volta da meia-noite, e com os olhos quase marejados exclama:
- "Acabou o BBB! O que vou fazer da vida agora?"
Mandei ela ir lavar a louça na cozinha, ouvindo Elizete Cardoso!
Ela quase me matou! Hihihihihi!
Ah!!! Give me a break!
Nada contra! Mas também nada a favor.
Mas que dói no coração ver isso acontecer dentro de sua própria casa, com seu lindo bebê que tem uma linda vida pela frente para encher-se de diversidades,ah, isso dói!
Não nego que já assisti, que torci para a Grazi e para o Jean, que sei cantar a música de abertura...Mas a gente cresce e a curiosidade passa, não?
Ainda mais, que tudo só faz se repetir e o gato Bial só faz envelhecer!
Portanto, repito!
- Vão ouvir Elizete Cardoso!
Uma das rainhas de nossa música, muito mais valiosa e menos famosa que “FANIS” e “AFINS”, onde apenas se troca a ordem das letras do nome para parecer inédito!

25 de março de 2013

Chag Sameach


Chag Sameach Silvia Britto

Chag Sameach
Silvia Britto

Chag Sameach significa "Feliz Festa" em hebraico.
Hoje à noite, com o surgimento da primeira estrela no céu, inicia-se, para mim, uma das mais belas celebrações judaicas, o Pessach.
O Pessach comemora a liberdade do povo judeu das garras do Faraó do Egito.
Daí começa sua peregrinação pelo deserto por longos 40 anos, comandados pelo líder Moisés, para chegar à terra prometida.
 Pessach é, portanto, a celebração da liberdade. E liberdade emociona-me.
Hoje, por todo o mundo famílias judaicas reúnem-se à mesa para agradecer esse enorme presente de serem livres.
Eu, que por mais de 30 anos participei dessa festa linda, tenho a honra de ter uma filha que também pertence a esse povo valente.
Tive o privilégio de conviver diariamente com a ética e a justiça de um povo guerreiro e destemido, mesmo que em minoria.
Aprendi muito com meus judeus do coração. Só lamento não estar hoje comendo os Gefilte Fish da Dona Fira, por sinal, imbatíveis!
Gostaria de dividir com todos esse sentimento bonito de família e liberdade com todos os meus amigos, judeus ou não! Afinal, o que era a Santa Ceia, se não a celebração de Jesus, que era judeu, com sua família de coração?
Desejo a todos um Chag Pessach Sameach e que a justiça e liberdade norteiem para sempre as nossas vidas.
L'echaim!!

22 de março de 2013

O último passeio

O último passeio- Interrogações

O último passeio
Silvia Britto

Mamãe,

Chegamos àquele momento da vida em que temos que seguir órfãs de mãe e de filha.
Lembro-me de quando pegavas-me pela mãozinha e levavas-me à casa da vovó.
De quando íamos juntas comer caranguejo e beber Guaraná Jesus no Olho D'Água.
Da areia, na praia, gritavas aflita: "Já para o raso, Silvia Helena! Moleca atrevida! Petulante!"
Recordo-me do teu consolo ao meu choro na vinda para a nova cidade, sem amigos e sem vovós.
Do dia da matrícula na escola grande do Rio de Janeiro. Disseste: "Com o pé direito, Silvinha!". 
E é como ainda entro em todos os lugares que me são importantes.
Passeamos por todas as butiques do Centro. Por todos os supermercados da vida.
Contigo, aprendi a fazer um vatapá com torta de camarão de dar inveja às baianas.
Quantos modelitos exclusivos, imaginados por mim, não tornastes reais em tua Singer!
Adoravas dançar e festejar! Eu, quietinha, só assistia. Hoje sou essa pipoca impossível!
Nossa casa cheirava a comida boa e tinha ao fundo o som de Nelson Gonçalves.
Mas é chegada a hora do nosso derradeiro passeio. Tu escolheste o destino.
Eu, que não creio, fui levada pela tua mão à Igrejinha da Urca para ouvir a Ave Maria de Schubert.
Ave Maria. Maria. Esse era teu nome. Mãe das mães.
A música tocou. Eu chorei. E cínica, ainda consegui esboçar um último deboche ao manto de Nossa Senhora, 
com o qual insistias em cobrir-me. Disse que precisavas lavá-lo de tanto que o usavas. Mas, no fundo, acolhia-me embaixo de seu calor protetor. E ali adormecia, tranquila e vigiada pelo teu zelo.
A missa acabou. É hora de largarmos as mãos. Daqui sigo só, mãe.
Obrigada por teres me dado à luz e a confiança de que morrerias por mim.
Continuarás viva no verde dos teus, também meus, olhos.
O mundo perde mais uma Maria e eu, uma mãe.
Segue em paz, minha estrela. Segue em paz mamãe.
Amém.

7 de março de 2013

Contrato e Juramento

Silvia Britto- Interrogações

Contrato e Juramento 
SILVIA BRITTO

Excelentíssimo queridíssimo amigo,

Ao tomar posse oficialmente do meu cargo de "mais-nova-amiga-de-infância",
venho por meio deste fazer alguns protestos e clamar algumas regalias inerentes ao posto.
Inicialmente, quero alegar que posso até não ser ciumenta com relação a namorados. 
Porém, o mesmo não se aplica a amigos queridos. Não exijo exclusividade (só um pouquinho!). 
Por outro lado, declaro em alto e bom tom que não me contentarei em ficar encostada em um canto qualquer.
Quero igualdade de direitos com meus colegas de posto e requeiro o mesmo tempo dedicado em teus pensamentos e teu coração.
Nesses momentos iniciais, gostaria também de solicitar um pouco mais de bajulação e carinho do que o oferecido a meus colegas.
Como a caçula da turma acho que gozo da regalia de ter um pouco mais de xodó e atenção de tua parte. 
Afinal, os outros já não têm dúvida de teu amor e têm lugar cativo em teu coração. Eu apenas engatinho nessa estrada.
Quero também protestar! Eu protesto contra a organização do nosso dia a dia. Sinto-me em profunda desvantagem em relação
aos teus amigos de trabalho que, por estripulias do destino, podem ter contato contigo semanalmente. 
Não é justo que eles possam desfrutar mais desse teu sorriso amplo e bonito do que eu!
Também quero lançar um protesto contra a correria do mundo moderno. Quantas exigências descabidas! 
Acho que todos deveríamos ser obrigados a dedicar palo menos uma hora de nossos dias a nossos queridos (principalmente a nossos caçulas!)
É com imenso orgulho que tomo posse deste meu novo cargo, conquistado com tanto afinco, dedicação e amor.
Juro honrá-lo e respeitá-lo até o fim desta nossa maravilhosa viagem que se chama vida! Aviso que vim para ficar!
Sem mais, assino, com o maior prazer, este contrato perene de amor e bem-querer. Tu assinas em baixo? 
Podemos lavrar em cartório e reconhecer as firmas?

Um beijo salgado, molhado e emocionado desta tua mais nova amiga de infância, de vida ou do que tu quiseres,

1 de março de 2013

A fila que anda


Fila de garotos- Interrogações
 A fila que anda


Enganam-se os que acham que a conquista é uma parte finita do amor. Talvez ela seja a parte mais importante de um relacionamento de sucesso. É o que mantém acesa a vontade de ir sem mais voltar.
Deve ter sua dose diária de imposição sutil. Poesias diárias são sonhos impossíveis. Não é necessário que se tenha jantares românticos todas as semanas. Ou que todos os meses se vá ao cinema. Nem sequer que se ganhe alianças de prata todos os anos.
A conquista se dá no ouvido atento ao outro. No cafuné feito de maneira inesperada. No beijo roubado no cangote. No mimo vindo do nada. No olho no olho. Mas há certas ocasiões que merecem um destaque especial. Quem não gosta de se sentir importante para seu amor?
O que deixamos de perceber é que a fila da vida anda e, se não nos apressarmos em acompanhá-la, ficamos sozinhos, para trás. Normalmente há um comodismo preguiçoso depois da conquista. E é aí que a relação nos escapa das mãos. Quando nos damos conta, as mãos não mais se tocam. A fila andou e ficamos sós, absortos em nosso mundo autista e confortável.
Há muito desisti de conforto. Chutei e chuto o balde quantas vezes forem necessárias para a fila não parar. Ando de mãos dadas nessa fila, tento acompanhar o passo. Mas, às vezes, mãos não conseguem manter-se unidas. E vêm outras. E vão. É assim que é. É assim que deve ser nessa fila que insiste em andar.

Silvia Britto                                             Verão de 2013

26 de fevereiro de 2013

Lugar de lixo é onde?


Onde botar o lixo?
Lugar de lixo é onde?

Parece que agora virou moda em alguns meios de comunicação de massa, a aparição de atrizes e atores lindos de morrer ensinando-nos o que fazer com nosso lixo. É um tal de, "use menos sacolas plásticas"; "recicle papéis e jornais", "lugar de lixo é no lixo" ... Tudo muito lindo e ecologicamente correto.

Esquecem-se, porém, de explicar uma parte importantíssima da "equação consciência". Se não usar sacolas de plástico, o que faço com meu lixo? Jogo no vaso sanitário? Se a ideia é colocá-lo em sacos de papel, onde consegui-los de maneira simples e gratuita, como as danadas das sacolas plásticas? Depois de recolhê-lo, sempre civilizadamente, onde deixá-lo?

Tive a oportunidade de morar em um país onde ficava quase impossível não ser civilizado, o Canadá. As sacolas que recebíamos quando íamos às compras, eram de papel. Recebíamos do governo, recipientes para colocarmos o lixo dentro de casa: o verde para os orgânicos e o preto para os recicláveis. Tínhamos à porta de nossas casas, recipientes coletivos para depositar nosso lixo diariamente. Esse, por sua vez, era recolhido duas vezes por semana por caminhões especiais. Automaticamente, e sem nenhuma atriz linda pedindo, o povo seguia sua rotina.

Infelizmente, essas campanhas tapa-buraco do governo que chegam às nossas casas, imagino que com o único intuito de fazer com que nos sintamos culpados, são totalmente ridículas e burras. O buraco é muito mais embaixo. Antes de invadirem nossas casas reduzindo-nos a cidadãos de segunda classe, que façam eles o seu dever de casa! Que tal começar recolhendo o lixo a céu aberto dos lugares onde o inglês não irá ver? A Baixada Fluminense, o Nordeste, os guetos e favelas de nosso país lindo, mas um tanto quanto "sujinho" agradeceriam.

E por favor, parem de invadir o meu café da manhã com populismos indecentes e pedidos impossíveis de serem atendidos! Respondam apenas a uma pequena pergunta: lugar de lixo é onde mesmo?


Silvia Britto                                Verão de 2013


10 de fevereiro de 2013

Cachorro! Cadela!

Casal se elogiando

Cachorro! Cadela!
Silvia Britto

Voltando de um baile de Carnaval de rua, por sinal maravilhoso, resolvo passar em uma lanchonete para refrescar-me com um sorvete.
Estava saboreando idilicamente minha delícia de baunilha, quando meu ouvido, contumaz enxerido,  captou a seguinte conversa de um casal, vinda da mesa de trás:
- Cachorro!
-Cadela!
-Cafetão!
-Vadia!
-Gigolô!
-Puta!
-Corno!
-Messalina!
Olho para trás assustada, pensando em logo discar para a delegacia de mulheres.
Para meu espanto, o que vejo é um casal apaixonado trocando um lindo beijo de amor!
Ele de Flamengo e ela de Botafogo. Obviamente pertenciam-se.



30 de janeiro de 2013

Valsa em ritmo de Tango

Tango- Interrogações

Valsa em ritmo de Tango
Silvia Britto
E sigo não compreendendo a obviedade da vida.
Ou ilógica, é a minha lógica ao tentar decifrá-la.

Uma das maiores dificuldades do meu cérebro eternamente apaixonado é entender o amor.
Por mais que tente, fuce aqui e acolá, a unica conclusão lógica à que chego é a de que o amor é cruel.
O amor é cruel na sua acomodação. Fere por palavras não ditas. Por presenças não notadas.
O amor acostuma-se a cheiros. Tem como garantida a derrota e entrega passiva de suas presas.

Diferentemente, age sua principal rival, a paixão.
Essa sim... Uma eterna boêmia... Sedutora como ela só.
Fala por silêncios, ocupa o coração como uma posseira.
Não há paz na paixão. Mas quem se importa? É a intranquilidade que move a criação.
Chega sorrateira e transforma o mundo em um arcoíris psicodélico qual o da Lucy, a do Sky.
E arrebata-nos para um mundo do qual não queremos escapar.

Difícil tarefa a de encontrar esse antagonismo mágico em um só lugar.
Sou sonhadora e bissexual. Quero os dois, o amor e a paixão embaixo do meu teto. 
Obviamente, tento desesperadamente transformar um no outro o tempo todo. 
Mas sou obrigada a desistir de tamanha onipotência. 

Amar é uma dança de salão. 
Paixão, um solo descontrolado que se dança junto.
Preciso de alguém que dance valsa comigo ao ritmo do tango.
E sigo procurando esse bailarino perfeito, capaz de surpreender-me com rodopios fora do compasso.
Alguém que me puxe forte pelos cabelos e sopre o meu coração.
Que me deixe dormir em paz e me acorde tremento de desejo e volúpia.
...

Enquanto isso, sigo resignada às correntes do amor...

7 de janeiro de 2013

Sou Histérica

Sou Histérica

Outro dia, lendo uma revista, deparei-me com uma dessas frase engraçadas que leitores atentos enviam para serem publicadas em jornais e revistas:
"Não posso ter filhos. Sou histérica."
Minha reação inicial foi me acabar de rir ante o estrupício gramatical que a energúmena houvera cometido.
Passado o acesso, peguei-me a pensar naquela situação. 
Como minha mente sempre caminha por caminhos tortos, vi sentido naquela afirmação.
É verdade. Histéricas deveriam ser estéreis por natureza.
A maternidade exige, acima de tudo, um certo grau de estabilidade emocional das que parem.
Situação muito triste a das crianças que nascem de ventres histéricos.
Há as histéricas com comida, com saúde, com limpeza. 
E até as que se preocupam se seus filhos são histéricos, apenas por serem um pouco mais levados do que o normal.
Se a histeria ficasse restrita às donas, tudo bem...
O problema é que ela passa para os pimpolhos que acabam tornando-se adultos... histéricos!
Longe de mim defender a sanidade. Seria apenas mais uma maneira de histeria!
Mas mantenhamos nossa histeria em um nível controlado. 
Estejamos aqui apenas para guiar nossos filhos e não para os moldarmos dentro de padrões doentios.
Eu disse nossos filhos mas bem  sabemos que não o são.
Eles são deles mesmos. Só lhes demos a vida.
Quem sabe não será o próximo passo da seleção natural: 
A esterilidade das histéricas.
 

Silvia Britto                                                       Verão de 2013


                                                                 


                                                                                

31 de dezembro de 2012

Um Feliz Ano Novo aos amigos e leitores

Feliz 2013 aos que estão doentes; aos humilhados do mundo; aos que não têm o que comer; aos solitários que não têm a quem abraçar e beijar...A todos os que sofrem por qualquer motivo e aos homens e mulheres de boa vontade e coração generoso. Aos que me acompanham aqui e aos meus amigos e amigas queridas, companheiros nesta jornada vida afora. Sem vocês eu não seria nada. Para Silvia Brito e Clarinha Gurgel, minhas meninas-escritoras, um muitíssimo obrigado!
Que todos tenham um 2013 repleto de felicidade, amor e paz!
Mais uma vez: obrigado meus amigos e amigas!

                                                                    


 

27 de dezembro de 2012

A alegria não tem idade

A alegria não tem idade
Silvia Britto

Lá ia eu no ônibus, a caminho do trabalho, sentindo-me numa montanha-russa de emoções. Nos poucos minutos que separam a Urca de Copacabana, consegui atingir a proeza de chorar de solidão, palpitar de paixão, sucumbir à tristeza e encher-me de alegria e esperança. E foi como desci do ônibus. Exultante e feliz, agradecendo  a meu Piccolo Dio por estar viva e ser capaz de sentir todas essas emoções que essa tal de vida nos oferece.

Cheguei ao prédio onde trabalho e, como sempre, dei um bom dia sorridente ao porteiro e à ascensorista. Essa última perdeu um filho há poucos meses. Ele simplesmente desistiu de viver e acabou com a própria vida. Com a dele e com a dos que o amavam. Mas não me cabe julgá-lo. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Sua mãe e eu conversamos pouquíssimo sobre o assunto. Apenas pelos poucos minutos em que espero pelo elevador no térreo. Mas foram minutos mais do que suficientes para travarmos uma intensa relação de mulher para mulher, mães da vida. Ela identificou em mim uma pessoa que a entendia instantaneamente, com pouquíssimas palavras.

Hoje, também como sempre, eu lhe disse: "Bom dia minha flor!". "Bom dia Doutora! Linda como sempre; parece uma menininha!" E nos abraçamos e beijamos como duas meninas sempre fazem. A tudo assistia um senhor, de já lá seus oitenta anos. Ele brincou:

-"Sabem por que as mulheres se beijam? Para não se morderem!"

Como nasci sem alguns genes, dentre eles o da "fica-quietice", retruquei: "Não!!! Nós amamos do nosso jeito e mordidas também fazem parte!"
E continuei brincando: “É pura inveja sua porque não pode beijar também!”
E entramos os dois no elevador, deixando a ascensorista no térreo, a cuidar de seus elevadores.

O senhor era dos meus. Continuou brincando e disse: "Agora estou com medo de ficar aqui sozinho no elevador com você!" Caí na gargalhada e perguntei-lhe se por acaso eu tinha cara de quem atacava homens indefesos no elevador. Ele riu e respondeu que, infelizmente, não.

Confessei-lhe que adorava levar a vida rindo e brincando e ele me disse que era muito bom ver pessoas ainda tão jovens (?! Isso era para mim?!) que já haviam percebido que essa era a idéia. Seguiu dizendo que tentara passar isso aos seus filhos e netos  mas que, infelizmente, sentia que  falhara.

Cheguei ao meu andar e, antes de sair, disse-lhe que não. Ele não falhara. Eles é que ainda não haviam adquirido a sabedoria de ouvi-lo. E me despedi mandando-lhe um beijo soprado com uma piscadela. Ele sorriu e mandou-me outro de volta. E seguiu seu caminho, andar acima. Simples assim. Mais uma das minhas pequenas coisas.

                                                                    

15 de dezembro de 2012

Cicatriz

Cicatriz

Hoje, após quase três anos de definitiva separação, recebi a notícia. 
Estou finalmente divorciada.
Fiquei a pensar no que isso significava.
Um novo rótulo? Nova alcunha? Talvez uma nova etiqueta? Mais uma cicatriz?
Cicatriz.... Repeti. 
Cicatriz. 
Essa me pareceu a palavra mais adequada para fechar um período de quase 30 anos de minha vida.
Neste momento, cicatriz é a palavra que me convém. 
Convenhamos, não há separação sem ferida, por mais amigável que essa possa ser.
Foram duros meses os que se seguiram a esse novo jeito de viver.
Chorei, ri, dancei, caí, levantei, rodopiei... Tanto que quebrei até o sorriso. 
Mas sobrevivi.
Olho para esse novo capítulo de vida que chega ao meu colo, empacotado e amarrado, com imensa ternura.
Foi um capítulo muito bem escrito e pelo qual sinto imenso carinho.
Dele, trago uma testemunha linda, de pele morena como a mãe, com as pernas esguias do pai.
Cresci e tornei-me mulher dentro dessa história de vida que hoje chega ao fim.
Fim. 
Eis aí outra palavra que repito... 
É isso então! 
Cicatriz, nessa história, é sinônimo de fim.
Satisfeita com minha busca pela palavra, que hoje também me identifica, chego em paz ao fim.
Ou melhor, à cicatriz.

Cicatriz.



Silvia Britto                                                                 Primavera de 2012
                                                                 

8 de dezembro de 2012

Ter noção?

Ter noção?
Silvia Britto

O que é ter noção?
É tomar CHICABOM e não ficar toda lambuzada?
É levar um caldo da onda e não sair com areia até no sizo superior esquerdo?
É achar que o futebol é o ópio do povo?
É não poder dizer bom dia ao dia, ao sol e às flores?
É não poder ler de cabeça pra baixo?
É não poder fazer sanduíche de melancia?
É honrar seus compromissos e a verdade, doa a quem doer?
Se é, não não...
Quero não...
Ter noção.

E NÃO ter noção?
É dizer "te amo" quando o coração mandar?
É poder beijar de língua através do pensamento?
É fazer amor despudoradamente?
É começar a rir sozinha no meio da rua sem ter que dar explicações?
É torcer para o Botafogo?
É parecer ridícula por ser feliz?
É amar quem se quer, do jeito que se quer, e ficar feliz apenas com isso?
Se é, sim sim...
Quero sim...
Ser assim.


                                                                                              

27 de novembro de 2012

Querido Zé


Querido Zé,

Venho por meio desta, escancarar a minha profunda paixão pelo seu blog. Carái! Vai escrever bem assim lá em casa, ou melhor, aqui em casa. Emociono-me com seus comentários e impressões de vida. Chorei, ri e arrepiei-me em iguais proporções. Mentira... Ri mais do que qualquer coisa. Porém, de felicidade por encontrar alguém tão maluco quanto eu, tá ligado? 
Seus textos são de uma “belezice” simples e apaixonante. Obviamente, alguns deles merecem revisões mais trabalhosas, como os que falam do seu, do nosso, ao que me parece, maior problema: a paixão sequelada pelo Glorioso.
Mas o que se há de fazer? Ninguém é perfeito e temos que aceitar as vicissitudes da vida com fé e tentar melhorar ao longo da nossa estrada. Vicissitudes. Nem sei se apliquei bem essa linda palavra. Mas que ficou bonito ficou... Diga aê! 
Para finalizar, novamente, com minha habitual redundância e teimosia de palavras que parecem nunca querer calar-se, gostaria de ressaltar que você acaba de ser incluído em minha lista de supimpas. Fechando este já anunciado último parágrafo, tenho apenas mais duas pequenas coisas a acrescentar quanto às minhas ponderações: PQP e parabéns!
Silvia Britto