Coisa chata é ver gente culpando uma suposta "despolitização" da política pela derrota de seu candidato na eleição para eleger os novos prefeitos realizada ontem (02/10) em todo o Brasil. Como se o mundo girasse em torno de suas supostas verdades ideológicas. Isso é o cúmulo da arrogância e do autoritarismo, encobertos por um discurso aparentemente político correto. Saco.
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3 de outubro de 2016
30 de abril de 2015
Somos autoritários desde Cabral
Somos autoritários. Desde que Cabral aportou no Brasil, trazendo consigo o Absolutismo português. E a escravidão. Passamos dos títulos de nobreza do Império, para os coronéis-fazendeiros de patentes compradas na República que já nasceu Velha. Senhores da vida e da morte nos feudos que eram suas fazendas.
Somos autoritários desde sempre. Como não temos mais títulos de nobreza, nem vende-se mais patentes de coronel da Guarda Nacional, como os de cima podem continuar distinguindo-se da plebe ignara? Virando doutor. Qualquer diploma serve. E qualquer burro que tenha um acha-se superior. Conheço vários. Uma grande manada deles, para ser mais exato.
Reparem nos restaurantes. Os garçons (em geral nordestinos) tratam o cliente (os de cima) por "doutor". O que são empregadas domésticas (domesticadas?!) senão um resquício de nosso sistema escravista.
Diplomas... Diplomas... Não para saber. Não. Para ser superior. Doutores em autoritarismo é o que somos.
Construímos uma sociedade em que roubar do Estado- do que deveria ser de todos- não causa indignação. Mas a sexualidade alheia causa. Ninguém pede pena de morte para os grandes ladrões de dinheiro público. Nunca. Mas exigem o fuzilamento dos pobres, a ampla maioria negra, que cometam crimes. Qualquer crime. Os ladrões de alto coturno são "doutores". Merecem, inclusive, prisão especial". Afinal, são especiais em uma sociedade que guarda em seu "DNA" a memória da escravidão.
Somos autoritários desde sempre. Como não temos mais títulos de nobreza, nem vende-se mais patentes de coronel da Guarda Nacional, como os de cima podem continuar distinguindo-se da plebe ignara? Virando doutor. Qualquer diploma serve. E qualquer burro que tenha um acha-se superior. Conheço vários. Uma grande manada deles, para ser mais exato.
Reparem nos restaurantes. Os garçons (em geral nordestinos) tratam o cliente (os de cima) por "doutor". O que são empregadas domésticas (domesticadas?!) senão um resquício de nosso sistema escravista.
Diplomas... Diplomas... Não para saber. Não. Para ser superior. Doutores em autoritarismo é o que somos.
Construímos uma sociedade em que roubar do Estado- do que deveria ser de todos- não causa indignação. Mas a sexualidade alheia causa. Ninguém pede pena de morte para os grandes ladrões de dinheiro público. Nunca. Mas exigem o fuzilamento dos pobres, a ampla maioria negra, que cometam crimes. Qualquer crime. Os ladrões de alto coturno são "doutores". Merecem, inclusive, prisão especial". Afinal, são especiais em uma sociedade que guarda em seu "DNA" a memória da escravidão.
26 de janeiro de 2012
" O Doutor deseja mais alguma coisa?"
Para os pobres: é sempre culpado, até que se prove o contrário. Para os ricos: é sempre inocente, mesmo que se prove o contrário.
Somos, em geral, autoritários com os mais pobres e submissos aos poderosos, vejam como os garçons tratam seus clientes: " O Doutor deseja mais alguma coisa?"
Por isto somos um país de bacharéis, mesmo que grande parte destes doutores sejam analfabetos funcionais. Valorizamos tanto a doutorice que se um "Dotô" comete um crime, por mais hediondo que seja, tem direito a prisão especial, um dos maiores absurdos jurídicos que já vi na vida. E louvamos os ladrões que ficam ricos roubando dinheiro público, os tachamos de espertos; para os pé-rapados exigimos pena de morte.
Somos ( sempre fomos! ) um dos países mais violentos do mundo e nos achamos um povo cordial, alegre, boa-praça e feliz. Construções culturais e ideológicas difíceis de serem superadas. Mas estamos caminhando, mais devagar que deveríamos, mas estamos.
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