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6 de novembro de 2012

BALAIO DA GATA: DOLCE VITA


Ando com uma vontade incomum de comer doce.
Se estivesse com a minha mãe, decerto que ela diria: "olha lá hein, menina! Não vai ficar diabética feito eu!"
A amiga psicóloga talvez dissesse: "não seria um sentimento reprimido onde você estaria trocando o objeto do desejo, diante da sua negação de o ser, pelo doce?" 
O amigo do feicibuqui, com certeza, diria: "coma mesmo amiga, de amarga já basta a vida!"
O marido diria: "vai se entupir de doce e depois ficar reclamando que tá gorda, vai?!
A amiga de infância, dedicada como sempre, se mostraria solidária: "amigaaaa?! Sei tanto como você se sente! Tô aqui...qualquer coisa...sabe que eu te amo, né?!"  
O amigo metido a  engraçadinho já mandaria: "ôpa! Só se for agora!!"
A amiga sarada me ligaria avisando que a mensalidade da academia acabou de entrar em promoção.
E você não diria nada. Apenas sairia escondido e voltaria com uma caixa de bombons nas mãos e me entregaria. Comeríamos tudo, escolhendo primeiro os nossos prediletos como sempre fazemos. Depois, qualquer um, um atrás do outro, intermediados com gostosas risadas e zombarias, até sentirmos o prazer de ver a caixa vazia e a lixeira cheia dos papéis coloridos.
Ando com uma vontade incomum de ser feliz, sem burocracia...

Melhor deixar os papéis espalhados pelo chão. 
Amanhã eu cato!

(Clara Gurgel)