Tirei um carrapato de Toy, meu fiel companheiro. Olhei-o antes de esmagá-lo, e fiquei pensando: para que serve um carrapato? Sim, para chupar sangue e transmitir doenças. E mais o quê? Nada, creio eu. Continue divagando com o
Aracnídeo Acariano preso na pinça. Suas patinhas se agitam. O desespero. Dor e morte. Um tando de sadismo me envolve. Sou humano. E, como espécie, somos a mais violenta. A única capaz de torturar por simples prazer. E até de sermos torturados em busca do mesmo prazer.
Poder. Poder. Poder... Eis o que buscamos. Poder, não à toa, rima com prazer.
Mas para que serve mesmo um carrapato? Ora, esmago-o. Sim, alguma piedade tenho. Mas, confesso-vos, senti prazer ao apertar a pinça e ouvir: trac! Pronto. Acabou-se.
Para que serve mesmo um ser humano? Prazer e poder? Ou poder e prazer?
