Ruy Castro, mais uma vez, devastador!
26 de agosto de 2021
13 de fevereiro de 2021
Melhor idade é a puta que te pariu – a melhor idade é de 18 aos 40 anos- Ruy Castro.
Melhor idade é a puta que te pariu – a melhor idade é de 18 aos 40 anos…
Por Ruy Castro.
A voz em Congonhas anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.". Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" – algo entre os 60 anos e a proximidade da morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa. Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais. Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo(que têm os dedos ligados por uma membrana) da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada!
Estou voltando da farmácia!". E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.
Primeiro, a aposentadoria é pouca, quase uma esmola, e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução.
Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te veja e por caridade pare o veículo e espere pacientemente você subir antes de arrancar com rapidez como costumam fazer.
No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo: – "Sou deficiente".
O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou: – "Que deficiência você tem?"
– "Sou broxa!"
Ele deu uma gargalhada e eu entrei.
Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo…
Eu disse bem baixinho para uma delas:
– "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não", foi só para viajar de graça.
Bem… fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol.
Subi na pedra e pensei em cumprir o ritual que costuma ser feito pelos mais jovens no local. Logicamente velho tem mais dificuldade. Querem saber?
Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!"
Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça.
Sentar na pedra e olhar a paisagem era tudo o que eu queria naquele momento.
É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora.
Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê.
Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz:
– "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair."
Resmungo entre dentes: … "só se cair em cima da sua mãe"… mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem.
Esta titica deste sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e nada do por do sol.
Vou pensando – enquanto desço e o sol não – "Volto de metrô é mais rápido…"
Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá esta um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico de consegue saber a idade de todo mundo.
Olha sério para mim, segura a roleta e diz:
– "O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem."
A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos…
Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega… Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam…
Desisti… lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava… Me senti o máximo.
Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem.
Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou.
É agora…
Joguei um olhar 32 (aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse:
– "O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado?"
Melhor Idade ??? – Melhor idade é a puta que te pariu !
Ruy Castro é escritor e jornalista, trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda.
19 de dezembro de 2020
Com a a morte do Alcides Paraíba foi-se parte de minha juventude
O tocador quer beber
29 de julho de 2020
Meu filho faz 34 anos hoje
Parabéns, meu filho! Seu pai te ama!
Seu pai
Meu filho
Pode não ser o melhor pai do mundo
Até porque o melhor pai do mundo
Deve ser o sujeito mais chato do mundo
Mas pode ter certeza:
Eu sou o melhor pai que sei ser
E te amo como o melhor pai do mundo
Beijo!
(09/08/2014)
Léo com uns 2 anos |
7 de maio de 2020
Tiziu, o amigo que só ficou triste uma vez
Certa feita, estava sentado só na praça do Ingá, em Niterói. Triste, muito triste estava, quando chega o Tiziu, querido amigo de ébrias jornadas, e companheiro inseparável de sofrimento na saga botafoguense de 21 anos sem título. Chegou, sentou-se ao meu lado e disse:
- Está triste, né?
- Tô!-respondi, seco.
Acendeu um cigarro e ficou sentado ao meu lado, quieto, fumando calmamente. Passado alguns minutos, perguntei a ele:
- Como é, não vai falar nada? Vai ficar aí sentado me olhando com essa cara de palhaço?!
- Ué, você não está triste? Vim aqui ficar triste com você. E calou-se.
Passam-se uns minutos e, incisivo, ele diz:
- Bem, agora chega de ficar triste! Vamos lá no papai Serafim (nosso boteco de estimação) beber um Nadir Figueiredo cheio de alegria! Traduzindo: Nadir Figueiredo é a marca do copo, alegria a "purinha", que ele tanto adorava. E fomos... Eu triste, ele em sua tristeza solidária, beber "alegria."
No meu aniversário, no dele e em qualquer vitória de nosso destrambelhado e querido Botafogo o porre era sagrado! Até que ele se foi, vítima de uma bala perdida- que, infelizmente, achou meu amigo em seu caminho insano.
Hoje, neste exato momento, vejo o Tiziu, a pele brilhando de tão pretinha (motivo do apelido), bebendo uma dose de "alegria", depois, abrindo seu vasto sorriso, me dizendo:
- Essa é por sua conta, meu irmãozinho! E as próximas também... E me abraçava, feliz! O Tiziu estava sempre feliz. Só quando, por solidariedade ao amigo, ficou triste comigo por uns minutos não o vi feliz.
Saudade, meu amigo. Você nem imagina quanta...
-
25 de abril de 2020
BORBOLETAS, BANANAIS E CRISE EM MACONDO
na Pátria Amada Brasil
José Sérgio Rocha
Biografia do autor: Zé Sergio, além de ser um grande jornalista, tem três outras grandes virtudes: é meu amigo, é botafoguense de raiz, e é o sujeito mais fino e desbocado, quer dizer, educado, que já conheci.
27 de janeiro de 2020
Abraçando um desconhecido
Quando estou voltando, um sujeito- por volta de 50 anos, cerca de 1,70 metros barba grisalha bem feita, banho tomado, roupas de boa qualidade- me para e pergunta assim do nada:
Obs: O fato acima narrado aconteceu em 27/01/2020
5 de dezembro de 2019
O menino autista que me "adotou" como amigo
Quando saí da clínica, que fica perto aqui de casa, resolvi vir de ônibus e não andando. Chove há uma semana em Brasília e o céu tá carregado de nuvens negras.
Estou em pé no ponto de ônibus, quando alguém pega carinhosamente minha mão direita (ainda bem, se fosse a esquerda, com certeza seria um comunista desalmado e desavergonhado querendo me desvirtuar do caminho do bem). Quando olho, vejo que foi um garoto com cerca de 10 anos quem pegou na minha mão. Segurava delicadamente minha mão e me olhava fixamente. Autista, o jovem. Sua mãe, quando viu o que acontecia, puxou a mão do menino e, um tanto quanto envergonhada, me pediu desculpa. Não tem problema- disse a ela- deixa ele segurar minha mão. Ela me olhou agradecida e ali fiquei uns 5 minutos segurando a mão do garoto, que continuou me olhando fixamente. O ônibus deles veio e se foram. Nem uma palavra disse o menino. Suspeito que todo o amor dele estava acumulado na mão que me estendeu. Por que eu? Não sei... Talvez tenha se identificado comigo. E eu o agradeço pelo gesto de amor. Obrigado, muito obrigado.
❤️❤️❤️❤️❤️❤️
1 de julho de 2019
O avô do Gabriel morreu
Gabriel pegou a bola que trazia e pediu à mãe pra chutar pra ele na baliza que estava perto onde eu fazia meus exercícios.
Não deu muito certo a tentativa do Gabriel. A mãe não tinha nenhum jeito para jogadora de futebol e a irmã se metia no meio da brincadeira.
Meio desolado, Gabriel, muito simpático, vira-se pra mim e diz:
- Quer brincar comigo? Você chuta e eu fico no gol!
- Tá bom!- disse eu.
E comecei a chutar para as defesas do Gabriel. A mãe foi brincar com a Ana na beira d´água.
O menino ficou radiante ao perceber que eu sabia chutar e pulava sem medo nas bolas por mim chutadas. Leva jeito, o Gabriel.
Após brincar por uma meia-hora, a mãe veio chamar o filho. Estava na hora de ir embora.
Antes, virou pra mim e disse:
- Obrigado por ter brincado com o Gabriel! Quem fazia isso com ele era o avô, meu pai, que morreu em um acidente de carro têm 3 meses. Ele sente muita falta do avô!- completou a mãe, com lágrimas nos olhos.
- Quantos anos seu pai tinha?- perguntei.
- Sessenta e dois!- respondeu a mãe.
- Da minha idade... Meus sentimentos- disse a ela.
Gabriel veio, me deu um abraço e foram embora.
Eu, lembrando de quando fazia o mesmo com meu filho (que era outro metido a goleiro) na Praia de Icaraí, em Niterói, também peguei o caminho de casa. Com os olhos úmidos. Pela perda do Gabriel e por saudade de meu filho.
7 de agosto de 2018
"Vamos lanchar com ele"
Um deles, o Ferrugem, é o patrono de nossa turma de farras. Por ser o mais velho e o menos ajuizado nos tempos de esbórnia ampla, geral e irrestrita era o nosso guru.
O outro é o Calinha, meu primo e um dos mais novos da galera. Um sujeito "bão", o Calinha, mas com um defeito genético gravíssimo. É o mais chato e pela saco dentre os bilhões de pacatos e ordeiros torcedores do Invencível Mengão! Chato pra caralho!
Antes de virem ocorreu um pequeno impasse: o Ferrugem ligou três vezes pro Calinha querendo saber a hora que iam sair de Vitória. Coisa de terceiro-idosinho que parou de beber. Como eu também parei de beber faz tempo, o Calinha indagou ao Ferrugem:
- Mas nós vamos fazer o que lá em Guarapari? Você e o Toinha não bebem mais...
O Ferrugem pensou por uns segundos e respondeu:
-Ué, nós vamos lá lanchar com ele!
E assim foi feito, vieram, lanchamos, contamos diversos "causos" e matamos saudade. Anos atrás esse lanche iria varar madrugada adentro e só ia acabar após o amanhecer do dia.
Este foi o principal motivo que me fez vir morar em Guarapari: ficar próximo de meus bons e queridos amigos de toda a vida! E só lanchando com eles.
Ferrugem, eu e o Calinha |
10 de julho de 2017
Perdi um companheiro
Recaía, mas nunca desistiu da luta. Voltava... recaía... voltava... recaía... voltava...
A alegria, apesar do sofrimento, preservada.
Robertinho, que agora, meu sofrido amigo, você encontre a paz que nunca teve em vida.
Jamais esquecerei o maior exemplo que você deixou: o de não desistir nunca...
Estou triste.
28 de fevereiro de 2017
Se ainda houver caminho no fim do túnel
Me perdi pelo caminho do sonho da liberdade infinita. Perdi-me em noites vazias de amores fúteis regadas a álcool. Perdi-me tanto, que me perdi de mim, errei o caminho da volta. Caí em buracos repletos de dores profundas. Acabei só, perdido no breu do longo túnel da solidão. E, na escuridão do túnel, no desespero da desesperança, uma mão, suave e carinhosa, pousou em meus ombros, me apontou um novo caminho, e disse: "Caminhe por ali..."
E desde então, um dia de cada vez, vou seguindo o caminho da esperança, da compaixão pelo outro que sofre, da generosidade justa. Da paz de espírito.
Hoje, quando tropeço, olho pra cima e pra frente. O inferno, o meu inferno, vai ficando, dia após dia, mais distante...
4 de fevereiro de 2017
Sobre Don Quixote e valores civilizatórios- Teotônio Simões
Valores que não deveriam ser, e não são, de esquerda ou de direita, mas civilizatórios. Todos valores que encontramos no D. Quixote e, aqui e ali, ainda nos que persistem, em uma época em que se diz que “o sonho acabou”. Pior, digo eu: “transformou-se em pesadelo”.
Que consigamos sair do pesadelo, e não pela morte, para que, ao se comemorar os quinhentos anos do Quixote, alguém possa escrever: “o sonho voltou e com ele a aventura e a ventura humanas. E o sonho é belo, porque agora é a realidade!”
Teotônio Simões
Don Quixote
(Em comemoração de seu quinto centenário)
19 de dezembro de 2016
Tonicão, meu pai
Tonicão em foto de 1958 |
Zatonio Lahud
Dia dos Pais, minha mãe avisa a mim e meus irmãos que o pai viria mais cedo para jantarmos juntos em um restaurante. Era uma sexta-feira (no domingo os restaurantes ficam lotados), estranhei a notícia pois meu pai não era dado a comemorações do gênero, Achava puro comércio, comerciante que era.
Marcou para 20 horas.
Antonio Lahud, era seu nome de batismo, Tonicão para todos. Pesava cerca de 110 kg- quando magro, o normal era por volta de 120 kg, distribuídos com fartura por cerca de 1,83 m de altura.
Todo mundo pronto, esperando sua chegada e nada do velho aparecer. Deu nove horas, dez, onze, meia-noite e nada... nem sombra do pai.
- Sabia- diz a mãe, hoje é sexta-feira, deve estar bebendo com os amigos e esqueceu da gente, vou preparar alguma coisa para vocês comerem. Quando ele chegar vai se ver comigo, deixa ele!- exclamou e saiu furibunda, rumo à cozinha.
Todos de cara feia, com fome, sexta-feira perdida, quando entra o pai- já meio alto, uma sacola em umas das mãos, na outra um pequeno embrulho.
- Poxa, pai!- digo- começando a reclamar.
- Ninguém fala nada, eu explico, mas antes peguem uma cerveja para mim. Minha irmã foi lá, pegou a cerveja, o serviu e sentamos para ouvir a explicação:
- Demorei por causa disso aqui- disse- colocando o pequeno embrulho por sobre a mesa.Ganhei de presente dos meninos lá do posto- completou, já chorando.
O presente era uma carteira de dinheiro, daquelas feita em plástico barato, e ornada com o escudo do Flamengo. Os meninos eram dois garotinhos negros e muito pobres, que ficavam calibrando pneus no posto. Eram simpáticos e meu pai logo se tomou de amores pelos dois. Passou a dar almoço, comprou camisa do Flamengo, acompanhar os estudos... Essas coisas de pai.
- Mas por que está chorando?- indaguei.
- Vocês não vão entender! Quando estava saindo do posto, os meninos vieram e me deram a carteira de presente pelo dia dos pais. Compraram com o dinheirinho que ganham lá, calibrando pneus- disse ele, aos prantos.
- E aí?- perguntei.
- Me deram um abraço, um beijo e não aguentei! Comecei a chorar, botei os dois no carro e levei-os para jantar em um restaurante. Nunca tinham ido em um na vida deles! Comeram à vontade, tomaram sorvete, uma farra danada! Por fim, comprei seis galetos para cada um levar pra casa e comprei mais seis pra vocês: tão aí nessa sacola! Foi isso que aconteceu, agora podem zangar- terminou, lágrimas escorrendo por seu rosto.
Como que combinados, levantamos os três, eu, meu irmão e minha irmã e fomos dar um abraço no velho- todos com lágrimas nos olhos.
As lágrimas que escorrem em meu rosto agora não são só de tristeza e saudade por sua ausência, não pai, são antes lágrimas de alegria e orgulho por ter sido você o meu pai.
Saudade.
PS: Hoje, 19/12/2016, completam-se 25 anos da morte de meu pai.
3 de dezembro de 2016
Obrigado, Colômbia!
29 de novembro de 2016
A tragédia da Chapecoense nos lembra o quão frágeis somos
Em tempos de tantas estúpidas certezas, arrogância, preconceitos, ódios, xenofobia e violência insana, uma imensa tragédia vem nos fazer um pouco mais humanos e solidários com nossos semelhantes.
Pena que isso durará o tempo das vítimas serem enterradas. Logo após, a comoção vai ficar no passado e voltaremos a nos digladiar na busca feroz por poder, dinheiro, bens materiais. Coisas que dão a ilusão de eternidade aos seus detentores.
Eu, um dia, quando tomei ciência da minha finitude, escolhi viver com ternura (para mim a mais bela das palavras), olhando o mundo apenas como um passageiro temporário. Ao fazer isso, descobri que sou eterno, quando terno.
Todo dia, ao acordar, peço ao espírito do Universo que habita em mim uma única coisa: mantenha-me simples.
28 de novembro de 2016
Nunca tive medo de estar só
Preciso de alguém que me eleve e me seja leve. Não gosto de carregar peso. Se gostasse faria halterofilismo.
E nunca tive medo de estar só. Morro de medo é de estar acompanhado, mal... De má companhia chega-me a minha- que, por vezes, é péssima; outras tantas, basto-me, eu e meus múltiplos eu.
18 de novembro de 2016
A chuva que lava a alma
Lembrei de minha infância em São José do Calçado. A chuva ameaçava cair, e a molecada logo corria parar jogar bola no campo do Americano, que ficava encharcado quando chovia.
Momentos assim, simples, são os melhores da vida.
29 de setembro de 2016
Maldita política nacional- Saint-Clair Mello
15 de agosto de 2016
O Rio renasceu com os Jogos Olimpícos
O centro histórico da cidade (e do Brasil!) foi recuperado, o povo carioca está feliz, os turistas estão felizes... A Cidade Maravilhosa novamente.
Fiquei comovido ao ver milhares de pessoas passeando pelo centro do Rio no sábado passado.
Uma alegria simples, sincera, comovente até... O Rio resgatou seu espírito nesses "dias olímpicos". Alegria, ironia, simpatia, irreverência, solidariedade, gozação saudável: esse é o espírito do carioca, que devido às mazelas da cidade andava escondido em alguma esquina boêmia da Lapa, e deixou seu esconderijo para mostrar ao Brasil e ao mundo com se faz uma linda festa!
Chega de tantas lamúrias... O Brasil precisa voltar a ser alegre; tristeza e ódio não resolverão nossos gravíssimos problemas econômicos e sociais.
O Rio brilha novamente, é é isso que importa no momento. Lembrando uma música do carioquíssimo Paulinho da Viola, uma das figuras mais doces que conheço: Meu tempo é hoje!
O Rio é maior que a violência, o ódio e o mau-humor dos chatos de sempre.
Obrigado, Cidade Maravilhosa, por tanta generosidade e alegria!