De profunda dor

 Escrever

Por vezes

É um ato
De profunda

Dor

😱😢😱😢

Para não enlouquecer

Escrever...
Ler...
Reescrever...
Reler...
E repetir
Ad infinitum
Para não enlouquecer...
Loucamente...
Escrever... ler... reescrever... reler...

Vírgula, acento e ponto

Escrevo. Ponto.
Porque necessito.
Porque sou esquisito.
Porque sou à toa!
Ou será por ser ateu, eu?
Escrevo...
Apenas por necessidade.
Sim, um pouco por vaidade.
Ah, escrevo. Ponto. E conto.

As letras misturam-se em minha mente demente.
Escrevo para organizá-las em pensamentos inteligíveis.
Ao expeli-las, as letras, desenlouqueço. Um pouco menos, ao menos.
Escrevo... É o que mal sei fazer. E que mal pode-me fazer?
Escrevo. Vírgula, acento e ponto. Pronto.

Preguiça

Estou com preguiça
De qualquer coisa fazer
Inclusive escrever
Uma daquelas de doer
Tanta que não dá 
Nem pra descrever
Apenas umas poucas 
Palavras rimar
Uma boa tarde
Lhes desejar
E ir para a rede
De minha leseira cuidar
Até já...
Isso se a danada da preguiça
Antes não me matar. 

Sobre ler e escrever

Quem gosta de ler
Ou escrever
Jamais está só
Está sempre acompanhado
Ainda que de dores e fantasmas
Que não os seus.

O ato de escrever (poema)

Não há ironia que resista à burrice e ao mau-humor

A pior parte da arte de escrever (ou da falta dela) não são nem as críticas, ainda que injustas, ao que escrevemos, isso é um direito sagrado do leitor. Duro mesmo é quando escrevemos uma ironia me vem um sujeito e escreve um  tratado filosófico levando a sério o que foi ironicamente escrito. Não há ironia, por mais inteligente que possa ser, que resista à burrice e ao mau-humor.

O Ato de Escrever ( II )

O poema é de minha autoria, a obra de arte em que se transformou é de uma amiga- Vaineveridiana Machado, a quem agradeço o carinho.

O ato de escrever,

O ato de escrever,

antes de tudo é antever devaneios.

O que escrevo é sempre passado.

Ainda que creia estar prevendo o futuro.

O escritor é um profeta da mente que mente belezas infinitas,

para homens finitos acreditarem na eternidade.

Este é o fim do ato de escrever.

Fim.

Sem saco até de coçar o saco

Sem saco,
até de coçar o saco,
quanto mais de escrever.
Sem saco. Saco.

Preguiça de tudo

Preguiça de tudo:

De ler

De escrever

De comer

De viver

De morrer

Fazer o quê?

É preciso ser só tudo

escrever é mudar
não o mundo
que o mundo muda-se por si
é mudar a ti
estraçalhar o sentir
ir aos confins da alma
escrever é a mais forte das drogas
mas se o que escreves é uma droga
seja absinto ou heroína
estraçalhe-te em álcool maconha ou cocaína
arrebatar palavras
arrebentar sentimentos
destroçar o sentir
mergulhar em ti
doer-se
ser só feliz não basta
é preciso ser só tudo...

E ninguém lê

Escrever
Descrever
Não gostar
Rasgar
Reescrever
Descartar
Repensar
Reler
Terminar
Publicar
E ninguém lê...
E daí?

Escrever nada mais é que sentir

Escrever nada mais é que sentir
Através de palavras rasbiscadas
E tingir a vida com o inatingível
E ao perder-se pelos olhos de cada leitor
( Quem sabe um sorriso ou lágrima )
As letras frias viram sentimentos
E é do sentir que vive quem escreve.

"Você me faz rir...Obrigado!"

De vez em quando, sempre na verdade, me pergunto por que escrever, para quê?
Outro dia, duas leitoras aqui do Interrogações me deram a resposta de minha metafísica indagação: uma, de São Paulo, disse que gosta de ler o que escrevo- se referia aos textos de humor-, dizendo que saía mais alegre para sua labuta diária; a outra escreveu simplesmente assim em um post que fiz: - "Você me faz rir...Obrigado!"
Li o singelo comentário e me emocionei, como é bom fazer uma pessoa que eu nem imagino quem seja, rir. Ao mesmo tempo resolveu meu questionamento e eu agora digo a ela (  Cecilia é seu nome ) :- Você me fez ficar feliz...Obrigado!
Você me faz rir...Que Bom!