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15 de fevereiro de 2023

Como te amo?

 Como te amo?

Elizabeth Barrett Browning
Como te amo? Deixa-me contar de quantas maneiras.
Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites
do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.
Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;
Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.
Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido - quando
perdi os meus santos - amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.
Elizabeth Barrett Browning (1806-1861) foi uma poetisa inglesa da época vitoriana. Autora de Sonetos da Portuguesa, reunião de poemas românticos — sua própria história de amor com o marido, o também poeta Robert Browning.

6 de outubro de 2020

Infância livre

 Sim, já fui livre...

Na infância.

Não havia amores, 

Nem desamores.

Dores?

Só as dos tombos

Ao brincar

E as das caneladas

Dos amigos

Jogando gostosas

E disputadas peladas.







28 de fevereiro de 2020

RESTOS DE INFÂNCIA- Saint-Clair Mello

RESTOS DE INFÂNCIA
Saint-Clair Mello
persistem dentro de mim certas lembranças [tolas
fragmentos de nuvens perdidas da infância
entre os morros e as vargens de taboa
ente a lama e a poeira das estradas.
e fora delas sou perda e desacerto
procura frustra desses outros tempos
que acrescenta aos cabelos brancos
[a cada momento
as questões de quem e quando e por que e [onde.
afora um choro seco e um nó estreito da [garganta
o mais que resta agora é vaga e vento.

Saint-Clair Mello, além de poeta e contista dos bons, é um amigo muito querido, companheiro de muitas jornadas, a imensa maioria delas sofridas, de Maracanã, nos contorcendo por nosso destrambelhado e querido Botafogo, paixão um tanto quanto masoquista de ambos.
RESTOS DE INFÂNCIA  Saint-Clair Mello  persistem dentro de mim certas lembranças [tolas fragmentos de nuvens perdidas da infância entre os morros e as vargens de taboa ente a lama e a poeira das estradas. e fora delas sou perda e desacerto procura frustra desses outros tempos que acrescenta aos cabelos brancos [a cada momento as questões de quem e quando e por que e [onde. afora um choro seco e um nó estreito da [garganta o mais que resta agora é vaga e vento.

20 de setembro de 2015

Saudade de minha infância


Sim. Acordei com saudade. Saudade de minha infância alegre e despreocupada nas ladeiras de São José Calçado. Saudade de amigos queridos que se foram a procurar seus caminhos pelas estradas do mundo. Saudade dos banhos de rio no Poço do Chicão- amigo véio. Saudade das tardes felizes passadas no Bar do Crissaf- como era divertido seus xingamentos exacerbados à nossa turma, fregueses e um pouco filhos dele, e ao Botafogo em defesa de seu amado - fazer o quê?!- Flamengo. Saudade dos bailes no Montanha Clube- onde os amigos se juntavam numa grande e barulhenta família. Saudade de sair de madrugada, gaiola na mão, para pegar coleirinho com o Rogério e o Cachola. Saudade do Botafoguinho (eu, Rogério, Homerinho, Cabo Nilo, Cachola, no gol: o Paulim do Bianor ou o Bastião do Carioca- doce figura e nosso técnico) que disputou "clássicos’'' inesquecíveis com o time do Tino, no campinho atrás da igreja. Saudade do biscoito de polvilho da dona Dulce. Saudade dos clássicos entre Americano e Motorista- a maior rivalidade do mundo. Saudade das divertidas mentiras do Lineu- doce figura. Saudade do Cabiúna, soltando a voz depois de tomar muitas achando ser o verdadeiro Nélson Gonçalves, pobre Nélson. No rádio Milton Nascimento começa a cantar, exatamente agora, quando estou escrevendo: “Há um menino/ há um moleque/ cada vez que a tristeza me alcança/ ele vem e me dá a mão…
E eu não consigo mais escrever.… Eu sou esse menino… Esse moleque… Essa saudade… Essa tristeza...

Saudade de minha infância

8 de julho de 2015

À minha terra querida

À minha terra querida
São José do Calçado (ES)
Terra querida 
Zatonio Lahud

Estou aqui pensando no que escrever. A mente está dispersa. Quando estou assim viajo até minha infância. Tive uma infância feliz e tranquila na minha querida São José do Calçado, uma pequena, linda e aconchegante cidade que fica ao Sul do Espírito Santo, quase na divisa com o Rio de janeiro e não longe da de Minas Gerais. Futebol na rua com os amigos, jogar botão, pegar passarinho, banho de rio, jogar baleba (bola de gude), brincar de pique na praça,  roubar jabuticaba no quintal do Chico Vieira. Era livre.

Até que meu pai resolve mudar para Niterói. Fui do paraíso ao inferno. Passei um ano chorando. Só parava na hora de ir à escola. Nada até hoje me doeu mais que a brusca mudança.

Saudade é o tempo que não passa dentro da gente. E doía. A saudade das ladeiras sinuosas de minha terrinha amada. E doía. A saudade dos amigos, alguns perdidos para sempre na infinitude do mundo, mas guardados com carinho em meu coração. Não, não é uma dor que machuca, é dor que renova; antes proteção que dor. É lá, nos melhores 12 anos de minha vida, que procuro refúgio das dores sentidas- passadas, atuais e vindouras.

Arrancaram-me do meu paraíso como se arranca uma raiz do solo. Mas as sementes se renovam e renascem em meu coração. E quando brotam novamente, como agora, algumas lágrimas fugidias escorrem em meu rosto. Lágrimas de saudade, sim! Mas também de alegria por ter comigo cada ladeira de Calçado. Agora mesmo, estou descendo a Rua XV, vou ao poço do Chicão tomar um gostoso banho de rio. No caminho encontro o Zé Manada, a Cascuda e o Divino Zói de Sapo.

Escondo-me atrás do poste e grito: Cascuda!!! E lá vem ela, correndo e xingando todos os palavrões que conhece. Corro e escapo dela. Pouco mais à frente grito novamente: Divino Zói de Sapo!!! E lá vem ele, porrete na mão, tentando me pegar. Corro, feliz!, rumo ao Rio Calçado, que é o maior rio do mundo, não por ser o rio de minha aldeia, não, grande Fernando Pessoa, mas por ser o rio do meu coração, onde deságua toda a saudade que tenho de ti, terra querida, terna e eterna. São José do Calçado... Que deveria chamar-se São José da Saudade.



17 de abril de 2015

Recordações de minha infância em São José do Calçado

Recordações de minha infância em São José do Calçado

O recorte é do jornal A Ordem, de São José do Calçado (ES), a cidade onde nasci. Deve ser do início da década de 60 do século passado. o Torneio do Trabalhador é disputado até hoje, todo dia 1º de maio, por diversas equipes das fazendas e distritos do município de Calçado.
O primeiro anúncio, no alto e à esquerda da tela, é da Casa Libaneza, de meu pai, Antonio Lahud, conhecido por todos como Tonicão. Dele é a maior saudade que tenho na vida.
O Bar São Sebastião, do outro lado, era conhecido, na verdade, como o Bar do Tião Cabrito.
Alguém passava na porta do boteco e gritava: "Fala, Cabrito?! Lá de dentro vinha sempre a mesma resposta: "Cabrito é a puta-que-te-pariu, seu filho-da-puta!"
Passei minha infância inteira ouvindo essa ladainha o dia todo, pois éramos vizinhos do bar e o Cabrito grande amigo e compadre de meu pai.
Saudade de minha terra querida.


10 de junho de 2014

Por que vou torcer para o Brasil na Copa?

Por que vou torcer para o Brasil na Copa?
Por que vou torcer para o Brasil na Copa?
Porque tive infância e aos 12 anos vi, extasiado, a Seleção conquistar a Copa de 1970. Porque existem milhares de crianças que merecem passar pela mesma emoção de viver uma Copa, ainda mais em seu próprio País.
Porque não sou sectário, nunca fui, ao menos sempre tentei não ser. Sim, também tenho fortes críticas à organização da Copa no Brasil, mas que culpa têm as crianças, os turistas, os torcedores em geral e os próprios atletas pelo fato?

Ah, e ganhar de Espanha, França, Itália, Inglaterra e Alemanha é ótimo. Da Argentina, maravilhoso!

2 de junho de 2014

Da amizade que não tem preço

Fui rever amigos
Os de infância
Criados todos
Juntos e misturados
Em nossa linda e querida
São José do Calçado

Em cada abraço
A vida renasce

São amigos de criança
Que não me abraçam
Com os braços
Mas com o coração
Da amizade que não tem preço
Mas o mais puro apreço.


12 de outubro de 2013

Moleque feliz

eu fui um moleque feliz
joguei futebol com bola-de-meia
tequei bola-de-gude
roubei jabuticaba
no quintal do chico vieira
fumei cigarro de palha
escondido no porão
do zé do gastão
tomei banho de rio
no poço do chicão
peguei passarinho
joguei futebol de botão
e hoje este moleque feliz
segura as angústias e dores
do adulto que me obrigaram a ser
 o menino sempre me dá a mão
e acalenta meu coração
quando o homem se transforma
em triste desilusão
e  tenho saudade dele
foi muito feliz
o alegre moleque
que um dia fui

2 de novembro de 2012

BALAIO DA GATA: CHEGAR E PARTIR SÃO SÓ DOIS LADOS DA MESMA VIAGEM

Na quarta-feira perdi mais um pedaço da minha infância, das minhas festas de fim de ano, das minhas férias escolares. Assim como nos finais de festas onde os adereços vão sendo retirados um a um, as referências do nosso passado vão nos sendo retiradas uma a uma, até que sobre apenas o salão vazio. Na quarta, perdi a Tia Hilda, a minha tia mais velhinha desde quando eu tinha oito anos. Achava que ela era  minha avó também. "Como pode alguém de cabelo branco ser filho de alguém de cabelo branco?", eu pensava com a minha pueril lógica infantil. E a minha mãe teimava: "ela não é sua avó, é sua tia!" Pois é, era a minha tia e, agora sim, era velhinha e morreu. O mundo não sabe, mas ficou um tantinho pior sem ela. Ainda bem que  na semana passada nasceu a Sofia, filha da minha prima. Não, tia Hilda não a conheceu e nem ela veio preencher o vazio que ficou. Apenas deixou a equação mais equilibrada...a festa da Sofia está só começando e novos adereços serão colocados. É a vida que segue...tem que seguir...tia Hilda agora, carrego no peito. Bem vinda, querida!
(Clara Gurgel)

E assim chegar e partir
são só dois lados
da mesma viagem
O trem que chega
é o mesmo trem da partida
A hora do encontro
é também despedida
A plataforma dessa estação
é a vida desse meu lugar

5 de setembro de 2012

Celebrando a vida

No Jardim de Infância
Bem aqui em frente
Crianças brincam felizes

A alegre algazarra da vida
Se espalha com o vento

Devíamos nascer velhos
E morrer crianças
Sem mágoas dores desamores

Morrer alegremente
Brincando cantando
Celebrando a vida.

                                                               

24 de junho de 2012

Domingo de saudade e nostalgia

Hoje é domingo. Daqueles em que saudade e nostalgia me preenchem. Saudade dos amigos queridos de minha meninice. Queria-os todos juntos agora, correndo livres como pássaros, que fomos, pelas ladeiras de Calçado. A vida- ah, vida!- é um eterno caminhar em que pela estrada vamos deixando amigos, amores- e, ao seguir, recolhendo dores, aninhando saudades no coração que, vezes, abarrotado delas, derrama algumas lágrimas que escorrem tristes pelo rosto marcado pelas cicatrizes do tempo.
Mas a vida continua...a estrada é longa...as saudades muitas...ainda bem que as tenho...tantas e belas!

                                                                        

14 de junho de 2012

Falta o abraço-saudade

A internet é fantástica, hoje reencontrei uma velha e querida amiga de infância, a Fatinha, que inclusive faz aniversário junto comigo, depois bati um papo com outro querido amigo de juventude, o Adézio. É maravilhosa, a tecnologia, mas agora sinto um vazio, uma angústia...falta alguma coisa...e sei o que é: o abraço do reencontro, aquele abraço-saudade: forte, caloroso, generoso, das amizades eternas e ternas.
E fico assim, feliz de conversar com eles. Triste de não poder abraça-los. Os olhos estão úmidos. Alegria e tristeza. Tão díspares. Tão unas. Vida...

                                                                                 

20 de maio de 2012

O tempo que passa

O tempo que passa
Nos perpassa de dor
Primeiro nos leva a inocência
Depois a infância
Mais pouco
E se foi o primeiro amor
Indo anos mais
Leva-nos o pai
E tempo que se esvai
Lá se vai a mãe
E outro amor
Viramos acúmulo de dor
De amigos não ver mais
Tempo de saudade
É o que nos resta com a idade

E o tempo que nos torturou
Passa a se chamar experiência

A inocência que a vida me levou
A infância que perdi
A juventude que passou
O amor que acabou
A vida que se esvai
A morte que se aproxima
O último dos fins
Chamam de experiência
Pois sim...

1 de março de 2012

Se Pudesse Escolher

se pudesse escolher
meu último desejo
antes de morrer
seria encontrar
meus amigos de infância
abraçar um por um
agradecer os momentos felizes
e ir-me
ao nada...

13 de fevereiro de 2012

Quando estou triste

Soltar pipa
Ter um amigo cão
E um amigo gente


A felicidade existe
E é  feita de candura
E ternura

Quando estou triste
Lembro-me da criança
Feliz que fui
E a amargura
Dá linha na pipa
E se vai...

28 de dezembro de 2011

Morre a macaca Chita, e com ela parte de minha infância

Chita entre Johnny Weissmuller, o Tarzan, e Maureen O'Sullivan, a Jane, em uma cena do filme de 1932


Fiquei triste ao ler hoje cedo sobre o falecimento da macaca Chita,companheira do Tarzan, um dos herois de minha infância.
Colecionava às revistas e assistia a todos os filmes de meu ídolo, felizes tardes de domingo no Cine São José em minha querida São José do Calçado, quando um garotinho sonhador queria crescer pra salvar o mundo de suas injustiças. Que decepção ao me tornar adulto e ver que meus herois não existiam e a humanidade tem prazer em cultivar preconceitos, separar homens pela cor de sua pele, por sua opção sexual ou religiosa, pelo que tem, não pelo que são. É feio, triste e injusto o mundo dos adultos. Por isto guardo em meu coração, com imenso carinho, a criança feliz que fui, e a Chita faz parte desta felicidade.
Estou triste, Chita. Descanse em paz!

18 de dezembro de 2011

O drama de "Nilton Santo do Botafogo", heroi de minha infância


Vítima do Mal de Alzheimer já há algum tempo, o ex-lateral-esquerdo do Botafogo e da seleção brasileira bicampeã do mundo, em 1958 e 1962, Nilton Santos, vive novo drama.
Por causa da doença e da idade avançada (86 anos), a "Enciclopédia do Futebol" (apelido mais que merecido, diante do talento incomparável que demonstrava nos gramados) depende da esposa Célia para fazer praticamente tudo. E ela precisou ser operada, ontem, vítima de um tumor no cérebro, cujo diagnóstico foi maligno, inclusive com descoberta de metástases.
O Botafogo e amigos pessoais estão custeando a cirurgia e o tratamento de Célia, assimo como já vêm fazendo também com o do próprio Nílton Santos. (  Blog do RMP )


                                                      Nilton Santo do Botafogo

 Tu não és Santos
Nilton
É santo
Em nossos corações
Alvinegros

                                                                

21 de março de 2010

Saudade de minha terra


Sim, acordei com saudade! Saudade da infância alegre e despreocupada nas ladeiras de Calçado- terra querida!; saudade dos amigos queridos que se foram a procurar seus caminhos nas estradas do mundo; saudade do banho de rio no poço do Chicão- amigo véio; saudade das tardes passadas no Bar do Crissaf- como era bom seus xingamentos exacerbados a nós e ao Botafogo em defesa de seu amado - fazer o quê?!- Flamengo; saudades dos bailes no Montanha Clube- onde os amigos se juntavam todos numa grande e barulhenta família; saudade de sair de madrugada, gaiola na mão, para pegar coleirinho com o Rogério e o Cachola; saudade do Botafoguinho, nosso time que disputou "clássicos'' inesquecíveis com o time do Tino, no campinho atrás da igreja; saudade do biscoito de polvilho da dona Dulce; saudade dos clássicos entre Americano e Motorista- a maior rivalidade do mundo!; saudade das mentiras do Lineu- doce figura; saudade do Cabiúna achando ser Nelson Gonçalves- pobre Nelson; no rádio Milton Nascimento começa a cantar exatamente agora, quando estou escrevendo: há um menino/ há um moleque/ cada vez / que a tristeza me alcança/ ele me dá a mão...e eu não consigo mais escrever....eu sou esse menino...esse moleque...essa saudade...essa tristeza...