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9 de novembro de 2023

Do Barão para Benjamin Netanyahu

 Do Barão para Benjamin Netanyahu

Ouro dia, Netanyahu, em um discurso, você (jamais trato por "senhor" a quem não respeito) afirmou que Israel é o baluarte da "civilização ocidental" no Oriente Médio em oposição à "barbárie oriental".
Fiquei pensando em sua assertiva e fui obrigado a desconcordar com o que você vociferou.
Quem perseguiu os judeus, seu povo, por séculos, foi a tal "civilização cristã ocidental". A perseguição culminou com o Holocausto, na Alemanha, profundamente cristã, que assassinou cerca de 6 milhões de judeus. Aí lembrei-me da escravidão que vitimou milhões de africanos, do genocídio das populações originárias das Américas, do massacre de milhões de habitantes do então Congo Belga, perpetrado pelo rei Leopoldo da Bélgica- um precursor de Hitler-, do colonialismo impiedoso, da Inquisição, das duas grandes guerras... Que "civilização" é essa, pode explicar-me, Netanyahu? Ah, sim, o genocídio em Gaza é apenas parte do processo civilizatório de "povos inferiores", como os judeus já foram um dia, né? Entendi.

5 de outubro de 2022

Sobre Mussolini, Hitler e Bolsonaro

 Sobre Mussolini, Hitler e Bolsonaro

O Brasil tem uma capacidade, suspeito que intrínseca, de piorar tudo o que importa. Inclusive imitação grotesca de líderes radicais de direita. Senão vejamos:
Benito Mussolini (1883-1945), líder dos fascistas italianos, era um intelectual com sólida formação. Antes de bandear-se para ser o criador do fascismo italiano e mundial, foi filiado ao Partido Socialista Italiano (PSI). Em 1912, foi alçado ao cargo de editor do Avanti, jornal do PSI. Em pouco tempo sob seu comando, o jornal passou de uma tiragem de 20.000 para 100.000 exemplares.
Adolf Hitler (1889-1945), o monstro nazista, gostava das artes, foi pintor, e tinha projetos grandiosos para a arte alemã. Claro que toda direcionada a louvar a supremacia do povo alemão e a si próprio, mas tinha um projeto para a cultura de seu país .
Aí, para humilhar o mundo, a extrema-direita brasileira produziu Jair Messias Bolsonaro...

9 de fevereiro de 2022

Jovem Pan, "a casa dos fascistas", demite comentarista que fez saudação nazista no ar

 BarãoNews urgente

"A Jovem Pan acaba de demitir o comentarista Adrilles Jorge, que fez uma saudação nazista durante a edição de ontem(08) do programa “Opinião”."
A Jovem Pan é a voz dos fascistas pátrios, nenhuma surpresa na saudação nazista feita por um dos comentaristas da emissora.
Para uma coisa o desastre civilizatório que é o governo Bolsonaro está servindo, e muito bem por sinal, a extrema-direita saiu do esgoto e vomita seus preconceitos a céu aberto. Ao menos, hoje, sabemos com clareza contra quem devemos lutar para preservar nossa democracia- que vem sendo atacada e vilipendiada dia sim, dia sim pelos nazifascistas brasileiros. Muitos deles se autointitulam "homens de bem". Bem reacionários, estúpidos e preconceituosos, que fique bem claro!
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7 de janeiro de 2022

Um milhão de vezes direi não a Jair Bolsonaro

 Um milhão de vezes direi não a Bolsonaro

Algumas pessoas, inclusive amigos, já me disseram que estou muito chato, que só falo do Bolsonaro. Eles estão certos, e prometo-lhes que em 2022 vou piorar muito.
Antes de Adolf Hitler assumir o cargo de chanceler na Alemanha, muitos dos que o apoiavam diziam que no poder ele mudaria, seria menos radical e mais tolerante. Deu-se o contrário. Virou ditador, um dos mais cruéis da história da humanidade, e levou o mundo a maior matança de todos os tempos. Tudo sobre os olhares cúmplices dos que achavam que pode-se domar um extremista. É impossível!
Aqui, em terras de Macunaíma, guardadas as devidas proporções, aconteceu o mesmo com Jair Messias Bolsonaro, um homem desprezível sob qualquer ângulo de análise. No poder, sempre depois de um ataque à nossa jovem democracia ou a alguma instituição estatal ou privada, logo vinha a "turma dos panos quentes" tentando ajeitar a situação, afirmando, cinicamente, que o dito em altos brados pelo sociopata a que servem não tinha sido bem aquilo. Como se fossemos uma Nação formada por 215 milhões de imbecis.
Winstson Churchill, que virou primeiro-ministro da Grã Bretanha durante a II Grande Guerra, foi o único político que nunca aceitou qualquer tipo de acordo com Hitler. E, talvez, sua maior virtude tenha sido a de dizer não aos que dentro da Inglaterra eram favoráveis a um acordo com o líder nazista. O Brasil precisa dizer um sonoro não a Jair Bolsonaro! Nenhum acordo é possível com esse tipo de gente.
E dizer que Bolsonaro é um monstro não reflete a triste realidade, como bem disse o jornalista e historiador Paul Ham: "A verdade perturbadora é que Hitler não era monstro, era profundamente humano, personificava os sentimentos de milhões de pessoas e ainda personifica". A frase explica com clareza o porquê de Bolsonaro ainda contar com milhões de fanáticos seguidores- que, podem ter certeza, irão até o inferno atrás de seu "mito" fascista. Em sendo assim, dentro de minhas parcas possibilidades, só me resta dizer um rotundo não a essa gente estúpida que quer perpetuar seu sociopata de estimação no poder
Não! Não! Não! Um milhão de vezes se for preciso direi: Não a Jair Bolsonaro!
Zatonio Lahud

25 de setembro de 2021

Sobre nazismo no Brasil, Prevent Senior e governo Bolsonaro

 Editorial do Barão

Práticas análogas às realizadas na Alemanha nazista, foram feitas pela empresa Prevent Senior no Brasil atual, com a anuência do governo Bolsonaro.
Aos céticos, devo lembrar que grandes empresas alemãs- Hugo Boss, Thyssen, Krupp, IG Farben, Bosch, Daimler-Benz, Demag, Henschel, Junkers, Messerschmitt, Siemens, BMW, Volskwagen, etc.- utilizaram mão de obra escrava durante o governo nazista, sem falar nos inúmeros "estudos científicos" realizados por entes estatais e particulares que usavam seres humanos como cobaias. O médico Joseph Mengele é apenas o mais conhecidos dos cientistas-monstros que utilizaram-se dessa prática hedionda.
Ah, e lembrem-se que o Brasil tinha o maior partido nazista fora da Alemanha no período em que Hitler esteve no poder. Bolsonaro não "caiu do céu", ele representa a parte mais podre de nossa sociedade, que sempre esteve por aí, vagando na penumbra, até conseguir chegar ao poder tendo o Sociopata como seu representante.
Até quando o Brasil vai tolerar esse genocida e seus cúmplices gerindo os destinos da Nação?!
Foto: Nazistas brasileiros comemoram o 1º de maio em Porto Alegre (1937)

Sobre nazismo no Brasil Prevent Senior e governo Bolsonaro


22 de setembro de 2021

A luta atual dos brasileiros não é ideológica, é entre civilização ou barbárie

 Editorial do Barão

Civilização ou barbárie
Venho afirmando faz tempo que a luta atual dos brasileiros que querem viver em uma sociedade livre e democrática, não é mais uma questão apenas ideológica, é, acima de tudo, civilizitória!
Nos últimos dias essa questão ficou mais clara que roupa lavada com Omo.
Aos fatos: a vergonha que Jair Bolsonaro fez o Brasil passar em Nova York. Além de ser o único chefe de Estado a não ter se vacinado contra a Covid-19 a participar da Assembléia Geral da ONU, o Genocida fez o discurso mais tosco, raso e sofrível que um presidente brasileiro já proferiu no local desde 1946, no primeiro encontro da dita Assembleia. Depois dos vexames do primeiro-corno, vieram os de seus subordinados. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez gestos obscenos para manifestantes que vaiavam o sociopata, no que foi acompanhado, vejam os senhores ao baixo nível a que chegamos, pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, que fez o asqueroso gesto fascista de 'arminha' para os que protestavam contra o desqualificado 'mito' fascista a quem serve. De um ministro de Relações Exteriores, mais do que qualquer outro, espera-se, no mínimo, que prime pela boa educação.
Voltemos ao solo pátrio. Ontem (21), Wagner do Rosário, ministro-chefe da Controladoria Geral da União, ofendeu grosseiramente à senadora Simone Tebet, quando era questionado por ela em seu depoimento à CPI do Genocídio.
Para encerrar a lista das barbáries perpetratadas pela fascistada nos últimos dias: suspeitas gravíssimas sobre um "estudo" sobre a eficácia da cloroquina e outros remédios sem eficácia no tratamento da Covid-19 por parte da empresa Prevent Senior, que, supostamente, levaram a óbito 200 brasileiros, vieram a público. Um vídeo, com o suposto sucesso do tal "tratamento precoce" feito pela Prevent, foi divulgado em suas redes sociais por Jair Bolsonaro. O tal 'estudo', realizado sem a anuência das cobaias ou de suas famílias, conforme foi noticiado, se verdade for, é, sem tirar, nem por, uma asquerosa prática nazista.
Unindo tudo, podemos perceber que não são fatos isolados, é um método sistematicamente usado por essa gentalha para destruir nossa democracia.
Não temos saída! Ou lutamos pela civilização, ou cairemos nas trevas profundas da barbárie.

21 de setembro de 2021

Do Barão para Merval Pereira: Bolsonaro não é um desequilibrado

 Assassinos não são "desequilibrados"

Segundo Merval Pereira, “só num país dirigido por um desequilibrado seria possível ter acontecido a abjeta experiência que resultou em 200 mortes entre 645 pacientes de Covid-19 que foram usados para uma pesquisa sobre os efeitos da proxalutamida completamente fora de controle técnico, como acusa a Comissão de Ética em Pesquisa.
O mesmo médico, o endocrinologista Flavio Cadegiani, que agora está sendo acusado na PGR por ter ampliado sem consulta a pesquisa inicialmente aprovada, foi o criador do sistema de tratamento usado no aplicativo TrateCov, que o governo também usou em Manaus, no auge da crise de falta de oxigênio”.
Não, Merval, Bolsonaro não é um desequilibrado, existe uma ideologia e um método por trás dos crimes dessa gentalha que ele representa! Uma leitura, ainda que superficial, do que foi o fascismo e seu filhote mais, digamos, radical, o nazismo, e você entenderá as origens do pensamento destes asquerosos extremistas de direita.
Nomear assassinos como desequilibrados é tirar a responsabilidade deles sobre os crimes que cometeram. Só nesse caso são 200 mortos.

26 de julho de 2021

Feliz da vida, Jair Bolsonaro tira foto com deputada neonazista alemã

 Deputada da AfD divulga foto em que aparece ao lado do presidente brasileiro. Neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro das Finanças do regime nazista, Beatrix von Storch é conhecida por ser uma líder da ultradireita alemã. A sigla é investigada na Alemanha por potencial ameaça à ordem democrática do país e pela defesa de ideias neonazistas.

O encontrou ocorreu no Palácio do Planalto, fora da agenda.
Vejam como o Bozo fica feliz ao lado dos seus. Saco!

Bolsonaro feliz ao tirar foto com deputada neonazista alemã


11 de junho de 2021

Os "homens de bem" nazistas- Hannah Arendt

 Os "homens de bem" nazistas

"[...]Era assim que as coisas eram, essa era a nova lei na terra, baseada nas ordens do Füher; tanto quanto podia ver, seus atos eram de um cidadão respeitador das leis. Ele cumpria o seu dever, como repetiu insistentemente à polícia e à corte; ele não só obedecias ordens, ele obedecia à lei."
(Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém - Um relato sobre a banalidade do mal)

Hannah Arendt (1906-1975) foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX. A privação de direitos e perseguição de pessoas de origem judaica ocorrida na Alemanha a partir de 1933, assim como o seu breve encarceramento nesse mesmo ano, fizeram-na decidir emigrar.

26 de março de 2021

O enfrentamento da pandemia tem uma orientação ideológica- Miguel Sanches Neto

 O enfrentamento da pandemia tem uma orientação ideológica. Gestos de supremacia podem indicar o código para atos praticados deliberadamente. Nascida no século XIX, em um momento rudimentar do cientificismo, a ideia de uma raça biologicamente mais forte, que deve dominar os demais e levá-los à morte quanto antes, gerou estudos falsos e movimentos genocidas como o Nazismo. Machado de Assis ridiculariza esta ideologia supremacista na figura de Quincas Borba (título de seu romance de 1891)personagem que cria a teoria do Humanitismo, ironicamente o inverso do Humanismo. Diz o filósofo ensandecido: Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição [...]. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. A frase final, famosa, guarda a ideia de um grupo que, pela destruição do outro, vai garantir a sua sobrevivência em momento de escassez.

Mais premonitória impossível do que esta teoria. Durante o nazismo, prevendo falta de alimentos, e movido pelo desejo sem traumas de destruir os judeus, Hitler criou os guetos, prendendo neles o maior número possível de pessoas. Os guetos foram o primeiro sistema de extermínio em massa. Neles, a população vivia a fome, a falta de batatas, e sofria todos os tipos de doenças, principalmente o tifo. Populações inteiras foram dizimadas assim, espontaneamente, dando aos vencedores nazistas, naquele momento, o acesso às batatas. Só depois, para aumentar a escala da destruição, se criaram os campos de concentração e os terríveis campos de extermínio em escala industrial.

O tratamento dado à pandemia do coronavírus pelo Governo Federal parece reproduzir a máquina názi. Deixar a população mais frágil desassistida, sem vacinas, sem campanhas de conscientização e de isolamento, expostas à contaminação num país que virou um grande gueto, principalmente para a classe trabalhadora ou em estado de rua, não deixa de ser um projeto consciente. Os mais fortes sobreviveriam, pois têm “históricos de atleta” ou podem usar o sistema de saúde ou ainda fazer o isolamento, enquanto os mais fracos serão ceifados pela doença. Não se trata de negligência por parte do governo federal e de seus apoiadores, nem mesmo de uma falta de capacidade de gestão. É a atitude que se assemelha a um projeto eugênico de eliminação do outro. A pandemia teria sido instrumentalizada para fazer a “limpeza” dos mais fracos.

Em seu romance A Peste (1947), o francês Albert Camus diz que o nazismo era o vírus que destruiu a Europa, tendo este movimento ficado conhecido entre os franceses como “a peste marrom”. O Nobel sul-africano J.M. Coetzee, em Ensaios Recentes (Carambaia, 2020), lembra a “facilidade com que uma comunidade pode ser infectada por uma ideologia que atua como algum bacilo” . O que vivemos, sob a disseminação da Covid-19 não apenas consentida mais incentivada pelo Governo Federal, com mudanças de narrativas para não fazer o investimento em vacinas, encaixa-se como projeto de extermínio de populações identificadas como uma força humana e política inimiga. A perda de controle deste suposto projeto supremacista, uma vez que todo o espectro social e biológico (jovens e idosos) acabou atingido, tem levado a tentativas de correção de rotas.

Durante o período das ditaduras da direita na Europa, o Brasil criou um movimento similar, o integralismo, versão tupiniquim do nazifascismo. É este bacilo, a peste verde-amarela, que tomou de assalto o país com seus delírios de supremacia racial.

Miguel Sanches Neto é escritor, autor do romance sobre o nazismo no Brasil A Segunda Pátria (Intrínseca, 2015).

17 de novembro de 2020

Tentando entender Bolsonaro- por Antônio Serra

 TENTANDO ENTENDER BOLSONARO

... e alguns outros
Por ANTÔNIO SERRA, Professor de Filosofia da UFF e ex-Diretor do Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS)
O discurso aparentemente errático, o apelo a preconceitos, fabulações, fatos inverídicos, deturpações manifestas, argumentos tortuosos, mentiras deslavadas, etc., etc., comporiam um esquema de “negação sistemática da realidade” e, por meio disto, de se consolidar como fonte hegemônica e talvez única de estabelecer o que é a “realidade”.
Não se trata apenas de peculiaridade pessoal desses e de outras figuras, mas de uma forma complexa de lidar com a realidade que tem sua história estreitamente ligada à da mídia no século 20.
Creio que um personagem decisivo para compreender o que se passa é um alemão que desempenhou papel importantíssimo durante a república de Weimar e que foi determinante e indispensável para a ascensão de Hitler e sua conquista do poder, mas que em seguida foi eclipsado.
Trata-se de Alfred Hugenberg (1865 – 1951), na foto, empresário, político, com formação universitária rigorosa e do qual, para resumir, podemos dizer o seguinte:
1º) Foi ele que formulou com precisão o projeto de colonização alemã de países do leste europeu como sendo a única maneira de oferecer terra e prosperidade aos agricultores alemães e desse modo criar uma Alemanha poderosa, além de anular a influência embrionária dos socialistas no campesinato;
2º) Foi ele que expôs claramente a extinção do povo polonês como ingrediente indispensável deste projeto;
3º) Foi ele que, na administração das indústrias Krupp e em direta aliança com o Kaiser, estabeleceu a doutrina do papel estratégica da alta indústria alemã para formar a infraestrutura militar necessária à disputa fatal que a Alemanha teria de travar com a Inglaterra, os EUA e a Rússia em sua busca de “espaço vital”;
4º) Foi ele que enfaticamente atribuiu ao sistema democrático o caráter de obstáculo ao progresso e afirmação da Alemanha, defendendo sua extinção e franca substituição por um regime autoritário;
5º) Foi ele que “inovou” a forma de condução partidária suprimindo os mecanismos democráticos no partido nacionalista do qual se apossou e estabelecendo uma forma de direção superior e incontestável sob um “führer”;
6º) Foi ele que percebeu a limitação de seu grupo político de direita nacionalista para ganhar eleições e que seria preciso encontrar uma liderança capaz de falar com as massas, tendo enfim identificado em Hitler e em seu partido nazista este personagem;
7º) Tanto o partido nacionalista quanto o nazista haviam murchado muito em eleitorado e se encaminhavam ou para extinção ou para se tornarem insignificantes. Este esvaziamento se deu sobretudo graças à franca recuperação econômica da Alemanha. Com a crise de 1929, entretanto, a economia alemã, como quase todas do mundo, trepidou, e Hugenberg viu nisso a chance de reabilitar o discurso nacionalista, a acusação de que a situação da Alemanha era resultado do cerco e opressão das democracias liberais que a haviam derrotado em 1918, que esta derrota fora causada em última instância por alemães traidores (principalmente socialistas e comunistas, mas também liberais – no que já se podia incluir os judeus), e assim por diante;
8º) Ora, Hugenberg se tornara também o magnata da mídia na Alemanha, dono do maior número e mais populares revistas e jornais, além de proprietário da principal empresa cinematográfica não só alemã mas mundial, a UFA (a “Universal” alemã), responsável por sucessos como Metropolis, O Gabinete do Doutor Caligari, Anjo Azul e muitos outros;
9º) Assim, Hugenberg convence seus aliados a “adotarem” Hitler e seu partido para o “usarem” (ele antes se opunha a Hitler), para o que a providência decisiva foi justamente expor Hitler na mídia de forma intensa;
10º) Hitler passa então a estar presente nas primeiras páginas dos jornais e em seu miolo e, sobretudo, no cinejornal mais importante da época, a Alemanha em Revista, com isso catapultando a popularidade de Hitler a um nível sem concorrência por outros líderes e partidos, o que lhe garantirá crescimento eleitoral significativo e lugar na mesa de protagonistas da distribuição de postos de governo em uma república já em fase de crise aguda e acelerada, quando é a figura do marechal Hindenburgo, veterano herói de guerra, homem de direita e monarquista que, como Presidente, passa a governar por decretos e finalmente entrega a chancelaria a Hitler;
11º) O sistema midiático de Hugenberg ataca frontalmente os socialistas, comunistas, liberais e a própria Constituição republicana, e faz o reiterado atestado de óbito da democracia como sistema de governo;
12º) Como parte da aliança, Joseph Goebbels é integrado neste esquema e particularmente na função midiática e de propaganda.
Desse modo, implementou-se a forma particular de construção de realidade que não só permitiu a disputa de narrativas com vitória nazista, como desqualificar oponentes, condenar à extinção povos e etnias, e também assim manipular os “fatos” durante a segunda guerra, pretendendo metamorfosear avanços em vitórias irreversíveis e derrotas em tática inteligente.
Durante o período de consolidação do regime nazista e depois ao longo da guerra, foi este sistema de produção discursiva e representação factual, imaginária e axiológica da realidade que dominou a Alemanha (e mesmo países aliados e quintas-colunas), a ponto de até contaminar seus gerentes, que começaram também a perder o senso de realidade, como se viu no final da guerra.
É um sistema que ganha projeção descomunal com os novos formatos de comunicação e que adquire capacidade dupla de se auto alimentar e, com isso, depender menos da “autoria” identificada, parecendo, portanto, seja mais “espontâneo”, seja como emergente mesmo da própria realidade.
Eis aí algo que precisa ser bem estudado e não meramente posto de lado ou combatido como mera aberração. A atitude de se impor à realidade por meio do discurso e da imagem, que George Orwell ilustrou de modo brilhante e emocionante, já não depende sempre de uma enclausuramento do público por mecanismos censórios e policiais (o que não quer dizer que estes não sejam também usados), mas pode buscar uma espécie de “naturalização” ou “normalidade” em que parte ou maioria do próprio público sejam os operadores e criadores dessa “realidade”.
É um fenômeno que tem raízes no psiquismo e na experiência cultural da espécie humana, mas que alcançou, com a tecnologia inédita destes tempos, um efeito gravíssimo: o do ocultamento da realidade e de sua apreciação crítica, pois isto certamente pode conduzir pessoas, sociedades e até a espécie a becos sem saída e a enfrentar desafios súbitos sem dispor de repertório para enfrenta-los.
PS. 1) No filme De Volta para o Futuro, o Dr. Brown (Doc) não está acreditando que Marty McFly seja do futuro e então o submete a breve teste, chegando à pergunta sobre quem será o presidente dos EUA no ano de onde o rapaz se diz oriundo; Ronald Reagan, responde o jovem. Como? Impossível! Um ator de meia-tigela como esse, presidente? Mas logo Doc entende, pois já havia sido apresentado a uma câmera de vídeo e se dá conta de que no futuro era na TV que se construiriam as lideranças. 2) No caso da URSS e outros países semelhantes, a história tem paralelos importantes, começando pela percepção de Lenin da importância estratégica do cinema para universalizar, pela propaganda, a devida mentalidade indispensável ao novo regime. Mas é história que merece abordagem própria, como exige, por exemplo, o domínio da teoria genética de Trofim Lyssenko na URSS, inclusive influenciando resultados catastróficos na agricultura.
Oscar José Corrêa e Leo Baresi

18 de fevereiro de 2020

"Cada qual com sua quimera", um conto premonitório de Charles Baudelaire

"Cada qual com sua quimera” 
“Sob um grande céu cinzento, em uma grande planície sem sendas, sem relva, sem um cardo, sem uma urtiga, encontrei vários homens que caminhavam encurvados.
“Cada um deles carregava nas costas uma enorme Quimera, tão pesada quanto um saco de farinha ou carvão, ou a mochila de soldados da infantaria romana.
“Mas o monstruoso animal não era um peso morto; ao contrário, ele cingia e oprimia o homem com seus músculos elásticos e poderosos. Ele atrelava-se ao peito de sua montaria com suas duas grandes garras, e sua cabeça fabulosa elevava-se acima da fronte do homem, como um desses horrendos capacetes com os quais os antigos guerreiros pretendiam ampliar o terror do inimigo.
“Interroguei um desses homens, perguntando-lhe para onde ia daquele modo. Ele disse que não sabia; nem os demais. Mas, obviamente, eles iam a algum lugar, porquanto eram impelidos por uma necessidade invencível de andar.
“Observação curiosa: nenhum daqueles viajantes parecia irritar-se com a besta feroz pendurada em seu pescoço e agarrada às suas costas. Poderíamos dizer que eles as consideravam partes de si mesmos. Todos esses rostos cansados e circunspectos não exibiam qualquer desespero. Sob a cúpula melancólica do céu, os pés imersos na poeira do chão tão desolado quanto aquele firmamento, caminhavam com o semblante resignado dos que foram condenados a esperar para sempre. E o séquito passou junto a mim e mergulhou na atmosfera do horizonte, no ponto em que a superfície recurva do planeta se esquiva à curiosidade do olhar humano. E por uns instantes eu me obstinei em penetrar naquele mistério; mas logo uma indiferença irresistível caiu sobre mim e me quedei ainda mais pesadamente oprimido do que eles mesmos por suas esmagadoras Quimeras.” Charles Baudelaire 
Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867) foi um poeta boémio, dandy, flâneur e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas.
Neste pequeno conto, o genial Charles Baudelaire como que pressente as Quimeras que começaram a ser gestadas no seu século XIX e vão produzir milhões de mortos no século XX. As Quimeras do totalitarismo, que tiveram seu ápice com a ascensão do comunismo na extinta URSS e do nazismo na Alemanha. Triste, é estar em pleno Século XXI e ter de conviver com os fantasmas das Quimeras totalitárias, que continuam a nos rondar sorrateiramente. Com nossa indolente complacência, a mesma dos personagens de Baudelaire em seu opúsculo. Zatonio Lahud

quimera

Significado de Quimera

substantivo femininoSonho; resultado da imaginação que tende a não se realizar.Mitologia. Monstro mitológico caracterizado por possuir cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente.
"Cada qual com sua quimera”   “Sob um grande céu cinzento, em uma grande planície sem sendas, sem relva, sem um cardo, sem uma urtiga, encontrei vários homens que caminhavam encurvados.  “Cada um deles carregava nas costas uma enorme Quimera, tão pesada quanto um saco de farinha ou carvão, ou a mochila de soldados da infantaria romana.  “Mas o monstruoso animal não era um peso morto; ao contrário, ele cingia e oprimia o homem com seus músculos elásticos e poderosos. Ele atrelava-se ao peito de sua montaria com suas duas grandes garras, e sua cabeça fabulosa elevava-se acima da fronte do homem, como um desses horrendos capacetes com os quais os antigos guerreiros pretendiam ampliar o terror do inimigo.  “Interroguei um desses homens, perguntando-lhe para onde ia daquele modo. Ele disse que não sabia; nem os demais. Mas, obviamente, eles iam a algum lugar, porquanto eram impelidos por uma necessidade invencível de andar.  “Observação curiosa: nenhum daqueles viajantes parecia irritar-se com a besta feroz pendurada em seu pescoço e agarrada às suas costas. Poderíamos dizer que eles as consideravam partes de si mesmos. Todos esses rostos cansados e circunspectos não exibiam qualquer desespero. Sob a cúpula melancólica do céu, os pés imersos na poeira do chão tão desolado quanto aquele firmamento, caminhavam com o semblante resignado dos que foram condenados a esperar para sempre. E o séquito passou junto a mim e mergulhou na atmosfera do horizonte, no ponto em que a superfície recurva do planeta se esquiva à curiosidade do olhar humano. E por uns instantes eu me obstinei em penetrar naquele mistério; mas logo uma indiferença irresistível caiu sobre mim e me quedei ainda mais pesadamente oprimido do que eles mesmos por suas esmagadoras Quimeras.” Charles Baudelaire   Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867) foi um poeta boémio, dandy, flâneur e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas.  Neste pequeno conto, o genial Charles Baudelaire, como que pressente as Quimeras que começaram a ser gestadas no seu século XIX e vão produzir milhões de mortos no século XX. As Quimeras do totalitarismo, que tiveram seu ápice com a ascensão do comunismo na extinta URSS e o nazismo na Alemanha. Zatonio Lahud




1 de agosto de 2018

Hitler não surgiu do nada

Hitler não surgiu do nada.
Uma sociedade amedrontada pela violência e que perdeu a confiança em um Estado carcomido por privilégios e corrupção endêmica, faz com que seus integrantes busquem em soluções autoritárias a resolução de seus problemas.
Ando relendo a monumental biografia de Hitler escrita por Joachim Fest.
Foi um povo derrotado em uma guerra, humilhado pelo Tratado de Versalhes, vítima de uma profunda crise social, moral e econômica, além de cercado por extremistas tanto à esquerda quanto à direita, que se dispôs a eleger um déspota racista e inumamo como seu pretenso salvador.
O Brasil atual, guardadas as imensas e devidas proporções e diferenças, em alguns aspectos me lembra a Alemanha pré-hitlerista, com populistas de direita e de esquerda se digladiando e prometendo soluções mágicas a uma sociedade atônita, sem rumo e em busca de um messias...
Na Alemanha deu no que deu.

26 de novembro de 2017

Conselho da Barão a Gilmar Mendes

Outro dia Gilmar Mendes, o líder da Operação Salva Rato no STF, afirmou "que não poder dar habeas Corpus é nazismo".
Se referia, claro, às críticas que sofre por despachar habeas corpus, em velocidade ímpar, para soltar presos ricos e poderosos.
Uma sugestão ao Gilmar: faça um habeas corpus mandando soltar os cerca de 250 mil brasileiros pobres que estão presos sem julgamento ou mesmo o devido processo legal. 
Vai Gilmarrrrrrrrrrrrrrrr... 

Gilmar Mendes

14 de abril de 2016

Novo vídeo no BarãoTube: Botafogo campeão invicto da II Guerra Mundial




Resgatando a verdade histórica, escondida pela mídia golpista-flamenguista, sobre o comando da Flapress.
O Botafogo foi o grande responsável pela derrota do nazismo!


27 de janeiro de 2015

Há setenta anos o mundo tomava conhecimento de Auschwitz : "Amanhã fico triste...Hoje não"



                                                                               

                                                                        





Amanhã fico triste ...AMANHÃ.
Hoje não ...Hoje fico ... ALEGRE.
E todos os dias, por mais amargos que sejam, eu digo.
Amanhã fico triste, HOJE NÃO."

(Poema encontrado na parede de um dos dormitórios de crianças do campo de extermínio
nazista de Auschwitz.)

Sem comentários, apenas umas lágrimas por quem escreveu.

PS: Hoje ( 27/01/ 2015 ) está fazendo 70 anos que o mundo tomou conhecimento do campo de extermínio de seres humanos de Auschwitz. No fim, com a aproximação das tropas soviéticas, até judeus vivos os nazistas cremaram no intuito de apressar a "solução final". É sempre bom  recordar, embora a História não nos sirva como exemplo... Continuamos, hoje, tão bárbaros como ontem.

Há setenta anos o mundo tomava conhecimento de Auschwitz : "Amanhã fico triste...Hoje não"

2 de março de 2014

A menina que roubava livros e distribuia sonhos

Liesel e Max, a menina e o judeu

Ontem fui ver o filme "A menina que roubava livros", baseado na obra de Markus Zusak e dirigido por Brian Percival. Um belo filme passado durante o regime nazista na Alemanha.
O filme é narrado pela morte, que, no fim, é ao que nos leva os totalirismos. Hitler e Stálin eram irmãos gêmeos. Em nome de suas verdades ideológicas, que no fundo são também religiosas, mataram milhões.
No filme um casal adota uma menina, filha de mãe comunista, e esconde um judeu, ambos perseguidos pelos nazistas.
A "banalidade do mal", como magistralmente definiu Hannah Arendt, está presente no dia a dia da rua Paraíso, onde se desenrola a trama, em que famílias normais, com pais e mães amorosos, se transformam em "monstros" ao seguir o totalitarismo nazista, que faz do "outro", qualquer outro, o inimigo não a ser vencido, mas a ser exterminado.
No fim, salvam-se a menina e o rapaz judeu. Uma ode à esperança e à liberdade, que sobreviveram em um porão de uma humilde casa alemã. Liberdade de ler, "livros roubados", como fazia a Liesel, e através das palavras, as mesmas que os nazistas usavam para matar, manter viva a chama de nossa humanidade. São poucos os que dizem "não, não me submeterei!". Mas estes são os essencias. São eles que mantém acesa a chama da liberdade.

14 de dezembro de 2013

Mentiras que soam como verdades

Mentiras que soam a verdade 
Em 1947, o alemão Victor Klemperer (1881-1960) publicou A linguagem do Terceiro Reich, livro no qual denuncia, detalhadamente, a forma como o partido Nazi controlou os alemães… controlando precisamente a linguagem.
O que Kemplerer fez, muito simplesmente, foi estudar a forma como a propaganda Nazi alterou a língua alemã, de modo a que os alemães assimilassem oNationalsozialismus (a ideologia Nazi). Tal como escreveu no seu livro:
“[O] nazismo permeou a carne e o sangue das pessoas através de palavras, idiomas e sintaxes que lhes foram impostas num milhão de repetições, as quais foram interiorizadas de forma mecânica e inconsciente […]. A linguagem não é algo que simplesmente escreve e pensa por mim; também dita, de forma crescente, os meus sentimentos, ao mesmo tempo que governa todo o meu ser espiritual […]. As palavras podem ser como pequenas doses de arsénico: são engolidas sem se dar conta, aparentam não ter um efeito, mas eis então que, após algum tempo, a reacção tóxica instala-se de uma vez por todas.” ( Obvius )
PS: Não são só os nazistas... ( Zatonio Lahud )
Questionem sempre,
tudo...
Não creiam sem questionar,
irão se danar...
Não existe a verdade,
exclusiva e única...
Saber é sempre,
duvidar e viver em eterno questionamento... 





28 de setembro de 2013

Quantas absolutas mentiras

Quantas absolutas mentiras
Agrupem todos os "ismos"
Somem suas vítimas 
E veja quantas foram torturadas
E assassinadas por suas verdades absolutas
O judaísmo e seus filhos diletos, cristianismo e islamismo
O capitalismo que de suas entranhas pariu o comunismo, o fascismo, o nazismo...
Todos portadores das mais justas e assassinas absolutas verdades
Quantas absolutas mentiras!


10 de dezembro de 2012

Prêmio Nobel da Paz para Europa é o cúmulo do "eurocentrismo" e do escárnio

A Europa foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz. É o cúmulo do "eurocentrismo" e do escárnio. O Comitê sueco que escolhe os agraciados alegou que o chamado velho continente cultivou a paz nos últimos sessenta anos. É, perguntem aos argelinos o que sofreram para se livrarem da colonização francesa; os angolanos e moçambicanos dos portugueses; a matança terrível entre os povos que formavam a antiga Iugoslávia...E as cruzadas, a inquisição, o nazismo, o fascismo, o stalinismo...E o xenofobismo, mais que atual, contra imigrantes pobres, principalmente africanos. E...Tá bom. Cinismo demais cansa.
Este Prêmio Nobel da Paz com que os europeus se brindaram é um verdadeiro tapa, eivado de hipocrisia, na cara de quem tem alguma vergonha na própria cara.

A vergonhosa notícia esta no Brasil 247