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13 de novembro de 2014

Manoel de Barros ( 19/12/1916-13/11/2014 )- O poeta virou passarinho

 

  

Manoel de Barros ( 19/12/1916-13/11/2014 )- O poeta virou passarinho

O apanhador de desperdícios 

Manoel de Barros
 Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

 Manoel Wenceslau Leite de Barros ( 19/12/1916-13/11/2014 ) é um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao pós- Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas. 19 de dezembro de 1916
  1. O poeta Manoel voou
    Virou passarinho
    Livre como um daqueles
    Que tanto cantou.
    Que voe em paz...
    ( Zatonio Lahud ) 

12 de dezembro de 2013

Voar é infinito

Voar é infinito
Engaiolaram o passarinho
que triste e sozinho em um canto
afastado de seu ninho
emitia suave pranto de desencanto
eivado de nostalgia e saudade
da liberdade que a ele negaram
gaiola não é preciso
voar é infinito...

17 de novembro de 2012

Um passarinho me falou

Um passarinho me falou

Sempre tive o costume, embora um pouco negligenciado ultimamente, de ir à janela antes de dormir e ao acordar. 
Para agradecer a oportunidade de ter o privilégio de testemunhar tanta beleza.
A beleza da vida. Da criação do meu Deus das Pequenas Coisas.
Sorvo cada folha de árvore que cai, cada estrela que brilha, e encho-me da certeza de que,
se a vida de mim esvair-se, pelo menos essa não passou despercebida.
Há pouco tempo, acordei jururu. Mais um desses dias que teimam em passar em branco.
Quase automaticamente fui à janela, conectar-me com o sol, buscando inspiração para aliviar meu coração.
De repente, um pássaro pequeno, nem tão bonito assim, pousou em um telhado a minha frente.
Encarou-me como se soubesse o que eu sentia.
Encantou-me o passarinho.
Quando dei por mim, estava a conversar com a delicada criatura, chorando e esvaziando assim meu coração apertado.
Ele ouviu até o fim. 
Pulou do telhado ao fio e do fio ao telhado novamente.
Olhou pra mim e partiu.
Fiquei observando e pensando aonde iria meu confidente.
Ele voou lindo, suave e leve.
Foi então que dei-me conta que era assim também que ficara meu coração.
O pequeno amigo absorveu minha tristeza e a transformou num lindo voo.
Trouxe-me de volta a certeza de que o importante é o agora e que, "CARPE DIEM",
não é algo que serve apenas para ser tatuado no braço de alguns mais corajosos à dor.
Meus problemas ganharam nova dimensão.
Meu amiguinho, com seu lindo voo me disse:
"Não chore, menina dos olhos verdes. A vida é um presente. 
Aproveite a sua e entenda de uma vez por todas que problemas resolvem-se com sorrisos".
E sorri.


Silvia Britto                                               Primavera de 2012

                                                            

17 de setembro de 2012

Apenas impossibilidades

viver sem dor
é como rosa sem espinho
passarinho sem ninho
amar sem se apaixonar
apenas impossibilidades.

                                                                    

26 de fevereiro de 2011

João Isaac de Barro, o João de Barro judeu

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Lá em minha querida São José do Calçado acontece cada uma que deixa até Deus de queixo caído, temos o Lineu, que já passou na ponte Rio-Niterói tocando gado, quando ela ainda era de madeira e no quintal de sua casa tem um pé de manga tão velho mas tão velho que anda sofrendo com o mal de Alzheimer, em vez de manga, tá dando jabuticaba, goiaba, jaca, tudo em uma mesma floração e, segundo me informou o Totó, a situação se agravou pois a mangueira agora está com Parkinson também, o que impede que se usufrua de sua sombra, pois começa a tremer e frutas caem sobre a cabeça das pessoas...é...não duvido!
Mas quero lhes falar é do João de Barro judeu que tinha no quintal de meu avô, o danado construiu um condomínio de casas, como podem ver na foto, e alugava para os outros passarinhos, era tão caprichoso e trabalhador o João de Barro hebreu, que até pintava suas casas, não tenho a foto delas pintadas pois quando estive lá o condomínio ainda estava em construção, mas meu amigo Saint-Clair, que é da cidade vizinha de Bom Jesus, esteve lá depois e pode confirmar o que digo, que ele não é besta de me deixar mentir sozinho.
Agora, aí do penoso que atrasasse um dia o pagamento do aluguel do João Isaac de Barro, era expulso ao poder de potentes bicadas. Ah, ele também tinha umas casas de tolerância, onde algumas piranhas aladas recebiam seus clientes para...bem, vocês sabem. Dizem que a preferida da turma era Bruna, a rolinha surfistinha.

22 de outubro de 2010

Longe de mim

O céu
está
cinzento
e feio

minh'alma
está
nublada
e triste

resta-me
recolher
os cacos

quisera
ser
passarinho

voar
bem
longe

de mim...