Mario de Miranda Quintana (1906 - 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Foi considerado o "poeta das coisas simples", um dos maiores poetas brasileiros do século XX.
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19 de julho de 2021
21 de junho de 2015
Devias estar aqui rente aos meus lábios- Eugénio de Andrade
Devias estar aqui rente aos meus lábios
Eugénio de Andrade
Eugénio de Andrade
Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um
- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum
30 de dezembro de 2014
Tarefa- Geir Campos
Geir Campos, orgulho de minha querida São José do Calçado |
Tarefa
Geir Campos
Morder o fruto amargo e
não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
Geir Nuffer Campos nasceu em São José do Calçado (ES) no dia 28/02/1924. Foi piloto da marinha mercante e ex-combatente civil na Segunda Guerra Mundial. Formou-se em Direção Teatral (FEFIERJ-MEC, Rio), mestre e doutor em Comunicação Social pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da qual foi professor. Sempre engajado nas lutas de seu tempo, foi um dos fundadores do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, hoje Sindicato Nacional dos Tradutores, de que foi presidente. Em 1962 candidatou-se a vereador na cidade de Niterói, mas foi derrotado.
Jornalista, colaborou no "Diário Carioca", "Correio da Manhã", "Última Hora", "O Estado", "Diário de Notícias", "Para Todos", Letras Fluminenses", "Jornal de Letras" e no jornal "A Ordem", de sua terra natal.
Radialista, apresentou na Rádio MEC, por mais de 20 anos, o programa "Poesia Viva".
Geir Campos faleceu no dia 08 de
maio de 1999, aos 75 anos, em Niterói (RJ).
Poema extraído do livro "Geir Campos - Antologia Poética", Léo Christiano Editorial Ltda. - Rio de Janeiro, 2003, pág. 89, organizada por Israel Pedrosa.
13 de novembro de 2014
Manoel de Barros ( 19/12/1916-13/11/2014 )- O poeta virou passarinho
O apanhador de desperdícios
Manoel de BarrosUso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Manoel Wenceslau Leite de Barros ( 19/12/1916-13/11/2014 ) é um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao pós- Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas. 19 de dezembro de 1916
- O poeta Manoel voouVirou passarinhoLivre como um daquelesQue tanto cantou.Que voe em paz...( Zatonio Lahud )
30 de agosto de 2014
27 de maio de 2014
6 de novembro de 2013
Hoje é aniversário do Saint-Clair
Eu e o Saint-Clair, comemorando o título de campeão Carioca de 2013 no Chalé |
Hoje é aniversário do Saint-Clair. Amigo de fé. Poeta de pena cheia. Pai da Sthefanie e do Pedro. Marido de d. Jane. Avô de Gabriela, Francisco e Bruno. Saint-Clair nasceu na Vila da Liberdade, espírito livre, saiu de lá e foi ganhar a vida e o mundo. Um homem especial. Amigo sem igual. Pequeno em tamanho, é certo, imenso de coração. Alma excepcional, inteligência especial. Um encantador de palavras e gentes. Um humanista por excelência.
Como ninguém é perfeito, o Saint-Clair tem um grande "defeito", é Botafogo. Sofredor como eu. Certa feita saímos do Maracanã, depois de uma daquelas derrotas que só o Botafogo ousa cometer, jurando nunca mais por lá aparecer. Dois dias depois me telefona ele: "Zé Antonio, tô ligando pra te chamar pra gente ir ao Maracanã domingo. Eu não ia mais, mas meu sobrinho Bruno me ligou de Muriaé, quer ver o jogo, como estou com muita saudade dele, vou só pra fazer companhia a ele, só por isso, vamos?" Depois de uns segundos de silêncio constrangedor, respondi: "Vamos, né, também estou com saudade do Bruno!"
Detalhe: eu ainda não conhecia o Bruno. Rimos à desbragada e no domingo fomos matar a saudade do Bruno. No Maracanã. Nem vimos o jogo. Somos homens de palavra. Nenhuma, quando se trata do Botafogo.
Parabéns, meu amigo. Tudo de bom!
4 de outubro de 2013
Hoje é o Dia do Poeta, fiquem com o poeta maior: Carlos Drummond Andrade
Hoje é o Dia do Poeta, fiquem com o poeta maior.
Os Ombros Que Suportam o Mundo
Carlos Drummond Andrade
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
14 de maio de 2013
20 de novembro de 2012
6 de novembro de 2012
Vida longa ao meu amigo Saint-Clair
Hoje é aniversário de meu amigo Saint-Clair
Homem de inteligência rara
E coração vasto
Bom marido
Bom pai
Bom amigo
Avô babão
E ainda carrega no vasto coração
A solitária estrela de nosso Fogão
Além de ser poeta exemplar
Que há de perdoar
Estes sinceros
Mas destrambelhados versos
Que fiz para o homenagear
Vida longa ao meu amigo Saint-Clair!
Homem de inteligência rara
E coração vasto
Bom marido
Bom pai
Bom amigo
Avô babão
E ainda carrega no vasto coração
A solitária estrela de nosso Fogão
Além de ser poeta exemplar
Que há de perdoar
Estes sinceros
Mas destrambelhados versos
Que fiz para o homenagear
Vida longa ao meu amigo Saint-Clair!
14 de junho de 2012
Eu vejo borboletas
Transformar palavras em sentimentos
Vomitar dores
Desopilar amores idos
Desobstruir o ego cêntrico
Desentender o mundo
Alvejar( ?) a alma
O poeta não é um fingidor
É mais esfinge
Que tinge palavras
Para esconder sua dor
Na solidão d'alma partida
Em excesso de sentir
Eu vejo borboletas
Pousadas em minh'alma
São lindas e suaves
Mas tristes
Borboletas são belas
Mas voam em suavidade
Desajeitada e triste.
Vomitar dores
Desopilar amores idos
Desobstruir o ego cêntrico
Desentender o mundo
Alvejar( ?) a alma
O poeta não é um fingidor
É mais esfinge
Que tinge palavras
Para esconder sua dor
Na solidão d'alma partida
Em excesso de sentir
Eu vejo borboletas
Pousadas em minh'alma
São lindas e suaves
Mas tristes
Borboletas são belas
Mas voam em suavidade
Desajeitada e triste.
13 de março de 2012
O rei está sempre nu
quando jovem eu queria mudar o mundo
a vida me ensinou que quem tinha de mudar era eu
todo dia um pouco
e continuo um poço de defeitos
mas descobri um jeito de me aceitar
rir-me...d'eu...do mundo...
e jamais perder a capacidade de me indignar
ainda que rindo
principalmente dos poderosos
e as ridículas exéquias de seus patéticos poderes
rir a mais não poder
eis o meu antipoder
o rei está sempre nu
ainda não perceberam?
ele vende seu corpo
sua alma
sua dignidade
por um cargo
por uma sinecura
e eu vou vivendo
e rindo-me...
que siga-me um tolo
um louco
um mendigo
um bêbado
um profeta
e um poeta
nós mudaremos o mundo
rindo-me...nós...deles!
a vida me ensinou que quem tinha de mudar era eu
todo dia um pouco
e continuo um poço de defeitos
mas descobri um jeito de me aceitar
rir-me...d'eu...do mundo...
e jamais perder a capacidade de me indignar
ainda que rindo
principalmente dos poderosos
e as ridículas exéquias de seus patéticos poderes
rir a mais não poder
eis o meu antipoder
o rei está sempre nu
ainda não perceberam?
ele vende seu corpo
sua alma
sua dignidade
por um cargo
por uma sinecura
e eu vou vivendo
e rindo-me...
que siga-me um tolo
um louco
um mendigo
um bêbado
um profeta
e um poeta
nós mudaremos o mundo
rindo-me...nós...deles!
9 de março de 2012
A liberdade é feliz
A liberdade é feliz
Por isto os tiranos a detestam
Por isto a humanidade tem medo dela
Ser livre é um exercício diário
Doi ser livre
É questionar
Abrir mão de conceitos e preconceitos
Só na imperfeição somos livres
Na duvida
A liberdade só é livre se incerta
É ter a mente aberta
Olhar o mundo com viés de poeta
Sofrê-la e amá-la
Como a mais apaixonante das paixões
Ser livre é dizer não
É não se submeter
É por quê?
Em lugar de sim senhor
Ser livre requer coragem
Covardes nunca serão livres
Não questionam
Não erram por si
Erram por não pensar
Por não ver
Por não sentir
Para se ser livre é preciso enfrentar a dor
Às injustiças
Ser livre é a maior aventura de um homem
Só os fortes seguem em frente
Pois reconhecem suas fraquezas
E sabem que ser feliz é impossível
Mas a liberdade é feliz!
Por isto os tiranos a detestam
Por isto a humanidade tem medo dela
Ser livre é um exercício diário
Doi ser livre
É questionar
Abrir mão de conceitos e preconceitos
Só na imperfeição somos livres
Na duvida
A liberdade só é livre se incerta
É ter a mente aberta
Olhar o mundo com viés de poeta
Sofrê-la e amá-la
Como a mais apaixonante das paixões
Ser livre é dizer não
É não se submeter
É por quê?
Em lugar de sim senhor
Ser livre requer coragem
Covardes nunca serão livres
Não questionam
Não erram por si
Erram por não pensar
Por não ver
Por não sentir
Para se ser livre é preciso enfrentar a dor
Às injustiças
Ser livre é a maior aventura de um homem
Só os fortes seguem em frente
Pois reconhecem suas fraquezas
E sabem que ser feliz é impossível
Mas a liberdade é feliz!
18 de dezembro de 2011
31 de outubro de 2011
"E no meio do caminho" tinha um Drummond
Drummond, caricatura de Alvarus |
"E no meio do caminho"
tinha um Drummond
[Poeta maior!]
para nos dizer
que vale à pena
Viver.
E que apesar
de "no meio do caminho"
ter uma pedra,
a vida pode ser bela,
no canto [ pranto ] do poeta.
Poetas não escrevem
para serem lidos- não!
Escrevem para fazerem
e serem- a vida! Sentidos.
Obs: Hoje, 31 de outubro, Carlos Drummond de Andrade estaria completando 109 anos.
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