Mostrando postagens com marcador revólver. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador revólver. Mostrar todas as postagens

22 de fevereiro de 2014

O fim da solidão da vida

Insone, o homem.
O pêndulo da consciência bate incessante,
relembra saudade. Doídos arrenpedimentos
afloram no silêncio da madrugada. Recusa-se
lágrimas. Está seco. Dores frias, rascantes.
Não há mais emoção. Nem sentir, nem lamento.
Só dores acomodadas em camadas. Mais nada.
O olhar fixo no vazio. Foi o futuro que conquistou.
Pega a arma que dormia no criado mudo, encosta-a
na fronte direita e puxa o gatilho. O sangue escorre.
Quente. Foi a única coisa quente que restou-lhe. O sangue.
O silêncio. Frio, como o corpo inerte na cadeira. Apenas o zumbido
de uma mosca que voa, indiferente, no entorno da morte. Foi assim.
O fim da solidão da vida. Pela manhã o corpo terá companhia. Alguém haverá
de encontrá-lo. Duro, frio, vazio. Seco. Como foi sua vida. E será sua eternidade.