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8 de março de 2022

PÃO E ROSAS (JAMES OPPENHEIM)

 PÃO E ROSAS

(JAMES OPPENHEIM)
Enquanto vamos marchando, avançando através do belo dia,
um milhão de cozinhas escuras e milhares de fábricas cinzentas
são tocadas por um sol radioso que subitamente abre,
e o povo ouve-nos cantar: Pão e rosas! Pão e rosas!
Enquanto vamos marchando, avançando,
Lutamos também pelos homens
pois eles são filhos de mulheres,
e como mães os protegemos.
Não mais seremos exploradas desde o nascimento até à morte
os corações morrem de fome, assim como os corpos.
Dai-nos pão, mas dai-nos rosas também!
Enquanto vamos marchando, avançando,
milhares de mulheres mortas
gritam através do nosso canto o seu antigo pedido de pão;
exaustas pelo trabalho, não conheceram a arte, nem o amor, nem a beleza.
Sim, é pelo pão que lutamos, mas também lutamos por rosas!
À medida que vamos marchando, avançando
trazemos conosco dias melhores.
Erguem-se as mulheres e isso significa
Que se ergue a humanidade.
Basta de agonia para o trabalhador e de ócio para o malandro:
o suor de dez que trabalham para um que nada faz.
Queremos compartilhar as glórias da vida: pão e rosas, pão e rosas!
Não permitiremos a exploração desde o nascimento até à morte;
os corações morrem de fome, assim como os corpos :
Pão e rosas, pão e rosas!
James Oppenheim (1882-1932) foi um poeta, romancista e editor americano. Analista leigo e seguidor de Carl Jung, Oppenheim também foi o fundador e editor da The Seven Arts, uma importante revista literária do início do século XX. Ele era um conhecido escritor de contos e romances.

8 de março de 2013

BALAIO DA GATA: "AS ROSAS ACEITEM..."










Hoje, nós mulheres, receberemos rosas. Aceitem.

As rosas aceitem.

Mas não aceitem a invisibilidade, a anulação, a violência física e psicológica, a submissão.

Não aceitem o machismo, a misoginia, a ditadura da moda, do corpo perfeito, o padrão.

Não aceitem menores salários, piores cargos, assédio sexual e moral, a desvalorização.

As rosas aceitem.

Mas não aceitem a falta de assistência social, de políticas públicas, a negligência, a omissão.

Não aceitem a piada da “loira burra”, da “vaca que dá bom dia”, da amiga traiçoeira e invejosa,  a humilhação.

Não aceitem a "rainha do lar", pais ausentes, faxina, louça, fogão, a falta de colaboração.

As rosas aceitem.

Mas não aceitem quem não respeita individualidade, autonomia, espaço, vontade, desejo.

Não aceitem quem nos quer metade, laranjas, castradas, caladas, menores, feridas,

MORTAS. 

Mas as rosas aceitem... ou NÃO! 

(Clara Gurgel)