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14 de dezembro de 2023

Totó liga cedo

 Totó liga cedo

São 7h30 e acabo de receber uma ligação do Totó, meu querido amigo de infância, que continua morando em São José do Calçado-ES, a cidade onde nasci.
- Bom dia, meu amado Aristides, a que devo a honra de uma ligação tão ilustre logo após o alvorecer do dia? Como tá tu?!- digo.
- Quem come tatu é seu cu! E deixa de viadagem que o que tenho a dizer é rápido, seu blogueirinho de merda!- responde o irritadiço Aristides.
- Pois diga, meu doce amigo, suas palavras carinhosas são um bálsamo para meu espírito!
- Quer saber, você tá fresco demais, num vou dizer é porra nenhuma! Um vai tomar no cu tá muito bom pra tanta frescura! Vai tomar no cu, seu paiaço!
E desligou, o amável Aristides. Eu mereço...

24 de outubro de 2021

Ligação do Totó, meu querido e desbocado amigo de infância

 Totó direto de São José do Calçado-ES

- Bom dia, Aristides! Que honra receber uma ligação do meu amado amigo de infância em pleno domingo pela manhã, e logo após seu Mengão ter levado uma cipoada do Flu- digo.
- Bom dia é seu cu! E você nunca teve porra de honra nenhuma, era um pinguço muito do safado, que vivia andando atrás de piranha junto com o não menos safado ser do Jilozinho! E não vou mais falar nada com você... Liguei porque estava com saudade, mas você continua com suas bobices de sempre. Vou desligar antes que você pergunte pelas minhas "morroidas" e eu tenha de xingar a pobre da dona Carmem. Até hoje não consigo entender como uma mulher tão boa pariu um sujeito tão desavergonhado! E quer saber?! Vai tomar no cu!
E, como desde sempre, desligou o telefone na minha cara. Eu mereço...
😀😀😀😁😁😁😂😂😂😃😃😃😄😄😄😅😅😅

1 de outubro de 2021

Sobre preconceitos

 Sobre preconceitos

Ontem (30), o senador capixaba Fabiano Contarato deu um depoimento que ao seu término já tinha se tornado um libelo histórico contra todo tipo de preconceito.
Fiquei com as imagens da fala emocionante de meu ilustre conterrâneo na mente e comecei a refletir o quanto de preconceito foi introjetado em mim quando criança em São José do Calçado, a pequena cidade onde nasci, que fica no Sul do Espírito Santo.
Cresci ouvindo coisas assim: "Fulano é um crioulo de alma branca", "preto quando não caga na entrada caga na saída" e outras monstruosidades do gênero. Em casas de famílias mais abastadas, não raro, tinha sempre um "neguinho de estimação" usado para fazer pequenos serviços domésticos, levar recados e buscar compras nos armazéns da cidade. Como pagamento recebiam um prato de comida, às vezes uns trocados e um canto pra dormir. Resquícios da escravidão em plena década de sessenta do século XX.
No Montanha Clube, "preto não entrava", só os adotados por alguma família abastada do município; no "clube da crioulada", como muitos chamavam o Clube dos Operários, todos podiam entrar, principalmente homens brancos em busca de sexo com uma "mulatinha" ou uma "neguinha".
Homossexuais assumidos haviam três. Vítimas de todo tipo de preconceito.
Nem vou tratar da submissão feminina, que era outro horror!
Quando fui tomando consciência do mundo, fui percebendo quanto "lixo" eu ingeri e comecei uma longa luta interna, que dura até hoje, para tentar ser uma pessoa melhor.
Não é fácil lutar contra preconceitos que são introjetados em nós desde a infância. Somente após assumir que era uma pessoa preconceituosa, ainda que muitas vezes não tivesse consciência do fato, comecei a mudar- o que, repito, não é fácil, é um processo lento e doloroso de autoconhecimento.
No mais, resta-me perdi perdão a todos a quem julguei pela cor da pele, pela orientação sexual ou por comentários e atitudes machistas que já pratiquei.
Zatonio Lahud
Foto: Alunos e professores do Colégio de Calçado por volta do fim dos anos 40 ou início dos 50 do século passado. Contei 41 pessoas na foto e uma única aluna negra.

Preconceito de cor, sexo e contra mulheres


13 de setembro de 2021

Um deve, eu tento pagar a dívida que não é minha, e sou safado

 Um deve e eu é que sou o safado

Totó, meu querido e rabugento amigo de infância, me ligou lá de São José do Calçado-ES. Objetivo da ligação: reclamar que Jilozinho lhe deve R$ 50 e não quer pagar. Eu, para não dar muito assunto ao Totó, falei que pagava pro Jilozinho. Piorei a situação. Eis a resposta do Totó:
- Então você tem de mandar é R$ 100!
- Porra, virou agiota, Aristides!?- indago.
- Quem virou agiota foi seu cu murcho!
- Prestenção, seu blogueirinho de merda! Se você vai dar cinquentinha ao Jilozinho pra ele pra me pagar, tem de mandar os mesmos cinquentinha pra mim também! Sou seu amigo igual a ele e tenho os mesmos direitos.
- Arsitides...- tento argumentar, mas ele me interrompe aos berros.
- Não tem mais nem meio mais! Ou manda os "cem real" ou não quero porra nenhuma! Você vive acobertando as safadezas do Jiló comigo e não quero saber de conversa fiada, pode botar os 100 na minha conta da Caixa Econômica. Se não botar os cenzinho você é safado igual ao Jilozinho! Não é à toa que vocês torcem praquela nojeira do Botafogo. Amanhã sem falta quero a grana na minha conta! E não quero mais conversar com você, parece puta na chuva, não para de falar! Aliás, de puta e cachaça você e o Jiló entendem! Fui...
E desliga o telefone na minha cara. Como sempre.
Obs: O fato acima aconteceu em 2011, e é a mais pura verdade.
😅😅😅😁😁😁😄😄😄😛😛😛😂😂😂

10 de fevereiro de 2021

Torneio entre Íbis, Vasco, Botafogo, Cruzeiro e o Defuntinho Atrevido Atlético Clube

 Defuntinho Atrevido campeão

Acho que vou virar empresário de futebol. O primeiro evento que vou promover vai ser um torneio entre o Íbis do Recife, Botafogo, Vasco, Cruzeiro e o time de falecidos do cemitério da minha terra, São José do Calçado-ES, o Defuntinho Atrevido Atlético Clube.
Aposto que o Defuntinho vai ser o campeão!

Defuntinho Atrevido campeão  Acho que vou virar empresário de futebol. O primeiro evento que vou promover vai ser um torneio entre o Íbis do Recife, Botafogo, Vasco, Cruzeiro e o time de falecidos do cemitério da minha terra, São José do Calçado-ES, o Defuntinho Atrevido Atlético Clube. Aposto que o Defuntinho vai ser o campeão!


3 de fevereiro de 2021

O Pitó conheceu o Maracanã e virou técnico de futebol

 O Pitó foi ao Maracanã e virou técnico de futebol

Em São José do do Calçado (ES), a cidade onde nasci, tinha uma versão mais, digamos, familiar do time basco Athletico de Bilbao, que durante décadas só permitia jogadores de origens bascas usando a camisa do clube. A versão calçadense era o brioso esquadrão do Alegoria, lídimo representante da Fazenda do mesmo nome. No Alegoria só jogava quem fosse da família Barroso.
Certa feita, corria o ano da graça de 1967, o Pitó, um dos, se não me engano,16 filhos de Carlos Barroso, uma doce figura querida por todos, e tratado por nós como o "Tio Carlos, que ficou "Ticarlo", foi ao Rio com seu primo Maurílio do Juquita.
E foram conhecer o Maracanã! Quando voltaram a Calçado, no primeiro treino do Alegoria, o Pitó pediu a palavra:
- Alguém aqui conhece o Maracanã?!- perguntou, sério.
- Não!!!- responderam todos.
- Então, a partir de agora, como o único aqui que conhece o Maracanã, eu sou o técnico do time!- determinou o viajado Pitó, que assumiu o cargo de treinador da briosa equipe.

O Pitó foi ao Maracanã e virou técnico de futebol  Em São José do do Calçado (ES), a cidade onde nasci, tinha uma versão mais, digamos, familiar do time basco Athletico de Bilbao, que durante décadas só permitia jogadores de origens bascas usando a camisa do clube. A versão calçadense era o brioso esquadrão do Alegoria, lídimo representante da Fazenda do mesmo nome. No Alegoria só jogava quem fosse da família Barroso.  Certa feita, corria o ano da graça de 1967, o Pitó, um dos, se não me engano,16 filhos de Carlos Barroso, uma doce figura querida por todos, e tratado por nós como o "Tio Carlos, que ficou "Ticarlo", foi ao Rio com seu primo Maurílio do Juquita. E foram conhecer o Maracanã! Quando voltaram a Calçado, no primeiro treino do Alegoria, o Pitó pediu a palavra: - Alguém aqui conhece o Maracanã?!- perguntou, sério. - Não!!!- responderam todos. - Então, a partir de agora, como  o único aqui que conhece o Maracanã, eu sou o técnico do time!- determinou o viajado Pitó, que assumiu o cargo de treinador da briosa equipe.


31 de dezembro de 2020

Jilozinho quer que eu volte a beber

 Eis o telefonema direto de São José do Calçado ( ES ), a cidade onde nasci, que recebi do Jilozinho.

- Jarrão, seu viadão gay, feliz ano novo! Que em 2021 você crie juízo e volte a beber!
- Obrigado, Jilozinho, mas acho melhor você parar de beber- respondo.
- Jarrão, eu até andei pensando nessa bestagem, mas me deu uma vontade de suicidar danada. aí  parei de pensar nessas bobices... Além do mais, com o nosso Botafogo na Segundona, como posso ficar sem dar minhas beiçadas de desgosto?
- Mas com ele na Série A você também bebia?
- Viu porque você tem de voltar a beber? Cê tá muito enjoado, puxando fundamento em tudo... Eu bebo, Jarrão, porque detesto ser pobre, feio, fraco e burro! Depois que dou minhas beiçadas, fico podre de rico, lindo, gostoso, forte pra cacete e mais inteligente que o tal de Einstein. Aliás, você já reparou na miséria, feiura, fraqueza e burrice que você ficou depois que parou de beber? Além de chato pra caralho! Ah, não quero mais assunto “concê” não, depois que enviadou, parou de beber e começou a escrever poesia, cê anda mais fresco que nosso Calçadim no inverno. Logo você, Jarrão, o maior parceiro de esbórnia que já tive na vida... Nunca me conformei com essa sua traição, foi o maior desgosto que já sofri em minha longa carreira de farrista. Vou dar umas beiçadas, você me deixou deprimido. Ano que vem te ligo de novo...

Eis o telefonema direto de São José do Calçado ( ES ), a cidade onde nasci, que recebi do Jilozinho.  - Jarrão, seu viadão gay, feliz ano novo! Que em 2021 você crie juízo e volte a beber! - Obrigado, Jilozinho, mas acho melhor você parar de beber- respondo. - Jarrão, eu até andei pensando nessa bestagem, mas me deu uma vontade de suicidar danada. aí  parei de pensar nessas bobices... Além do mais, com o nosso Botafogo na Segundona, como posso ficar sem dar minhas beiçadas de desgosto? - Mas com ele na Série A você também bebia? - Viu porque você tem de voltar a beber? Cê tá muito enjoado, puxando fundamento em tudo... Eu bebo, Jarrão, porque detesto ser pobre, feio, fraco e burro! Depois que dou minhas beiçadas, fico podre de rico, lindo, gostoso, forte pra cacete e mais inteligente que o tal de Einstein. Aliás, você já reparou na miséria, feiura, fraqueza e burrice que você ficou depois que parou de beber? Além de chato pra caralho! Ah, não quero mais assunto “concê” não, depois que enviadou, parou de beber e começou a escrever poesia, cê anda mais fresco que nosso Calçadim no inverno. Logo você, Jarrão, o maior parceiro de esbórnia que já tive na vida... Nunca me conformei com essa sua traição, foi o maior desgosto que já sofri em minha longa carreira de farrista. Vou dar umas beiçadas, você me deixou deprimido. Ano que vem te ligo de novo...


19 de dezembro de 2020

Com a a morte do Alcides Paraíba foi-se parte de minha juventude

 O tocador quer beber

Ontem (18), com a morte do Alcides Paraíba lá em São José do Calçado-ES, a cidade onde nasci, foi-se mais uma parte de minha juventude.
Alcides era uma figuraça, daquelas que só as pequenas cidades do interior produzem. E acabam por virar lenda.
A turma reunida no bar do Jorge ou no Crissaf. Lá pelas tantas, o Alcides é convocado para cantar na serenata que resolvemos desorganizar. Após reforçar bem o estoque de pinga, cerveja e vodca, partíamos para perturbar o sono alheio.
Escolhida a primeira "vítima" da homenagem, parávamos na calçada e o Alcides soltava a voz... mas logo a prendia novamente.
Era mais ou menos assim:
Boemia aqui me tens de regresso... E ficava em obsequioso silêncio o nosso Alcides.
- O que foi, Alcides?
- O tocador quer beber!- respondia, ele, sério. Alguém lhe passava o copo, ele dava uma generosa beiçada, e recomeçava a cantoria:
E suplicante te peço a minha nova inscrição
Voltei pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão... E parava novamente.
- Porra, Alcides, o que foi dessa vez?
- O tocador quer beber...
E assim a ladainha do bom Alcides ia noite adentro. Descanse em paz, meu amigo.



21 de novembro de 2020

Mourão tem razão: não existe racismo no Brasil para quem é insensível, sonso e cínico

No Brasil não existe racismo, como disse ontem (20) o vice-presidente Hamilton Mourão ao comentar o covarde assassinato de um home negro no Carrefour de Porto Alegre. Não existe mesmo! Tanto que fui criado ouvindo coisas assim:

- Preto quando não caga na entrada caga na saída.
- Fulano é preto mas tem a alma branca!
- Eu não sou racista, tenho até um amigo preto.
-Crioulo da canela fina não serve pra trabalhar.
- Nego bundudo é preguiçoso e ruim de bola.
- Só podia ser crioulo pra fazer uma merda dessa!
Essas frases eram comuns lá em São José do Calçado-ES, minha cidade natal.
Para acabar de provar que não havia racismo em Calçado: existiam 2 clubes na cidade, um dos brancos, o outro dos pretos, que batizaram de Clube dos Operários.
Regra de ouro no Montanha: preto não entrava, só os "adotados" por alguma família tradicional da cidade. No dos Operários entravam todos, inclusive a elite branca que impedia o acesso de negros em seu clube. Mas, via de regra, só iam homens brancos para "pegar uma neguinha", como se dizia à época.
E era assim em todas as cidades vizinhas.
Isso que narrei acima acontecia nas décadas de 60-70 e parte da de 80 do século passado. Depois disso fiquei anos sem ir lá, mas parece que melhorou.
Tá provado que não existe racismo no Brasil, num tá?!

No Brasil não existe racismo, como disse ontem (20) o vice-presidente Hamilton Mourão ao comentar o covarde assassinato de um home negro no Carrefour de Porto Alegre. Não existe mesmo! Tanto que fui criado ouvindo coisas assim:  - Preto quando não caga na entrada caga na saída. - Fulano é preto mas tem a alma branca! - Eu não sou racista, tenho até um amigo preto. -Crioulo da canela fina não serve pra trabalhar. - Nego bundudo é preguiçoso e ruim de bola. - Só podia ser crioulo pra fazer uma merda dessa! Essas frases eram comuns lá em São José do Calçado-ES, minha cidade natal. Para acabar de provar que não havia racismo em Calçado. Existiam 2 clubes na cidade: um dos brancos, o outro dos pretos, que batizaram de Clube dos Operários. Regra de ouro no Montanha: preto não entrava, só os "adotados" por alguma família tradicional da cidade. No dos Operários entravam todos, inclusive a elite branca que impedia o acesso de negros em seu clube.  Mas, via de regra, só iam homens brancos para "pegar uma neguinha", como se dizia à época. E era assim em todas as cidades vizinhas. Isso que narrei acima acontecia nas décadas de 60-70 e parte da de 80 do século passado. Depois disso fiquei anos sem ir lá, mas parece que melhorou. Tá provado que não existe racismo no Brasil, num tá?!






26 de outubro de 2020

"Porque tô de mau humor, me deu vontade de desabafar e resolvi ligar pra te mandar tomar cu"

 Recebi uma ligação do Totó faz pouco. Andava sumido meu querido amigo de infância lá de São José do Calçado-ES, a cidade onde nasci.

- Bom dia, Aristides!
-Bom dia é seu cu! Minhas pernas estão doendo, como pode ser bom dia, seu blogueirinho de merda?!
- Tá me ligando pra quê, então, porra?!
- Porque tô de mau humor, me deu vontade de desabafar e resolvi ligar pra te mandar tomar cu, aí eu melhoro.
- Mas...
- Mas porra nenhuma, vai tomar no cu!
E desligou o telefone. Eu mereço...
🙃😲😬🙄😧

5 de fevereiro de 2018

Como fazer uma criança virar Botafogo

Niquito era barbeiro. Magrinho, baixinho, brincalhão e com uma verve fantástica. Além de torcedor fanático do Botafogo.
Vivíamos, eu e meu amigo Rogério, na casa dele em São José do Calçado- ES , a cidade onde nasci, pois éramos amigos de seu filho, o Carlos Alberto.
Meu pai era flamenguista doente, assim como o Osvaldo, pai do Rogério. Nós, querendo virar Botafogo por conta do grande time alvinegro da época: Manga, Rildo, Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Amarildo, Zagalo e o encantador de sonhos infantis, o lúdico Mané Garrincha. Mas a pressão de nossos pais ainda nos deixava receosos de assumirmos nossa "botafoguismo", que já era irreversível, hoje sei.
Foi quando Niquito, agindo com alvinegra sabedoria, nos deu o xeque-mate!
"Olha só, eu reservei duas vagas para vocês na torcida do Botafogo! Não tem mais lugar e tem muita gente na fila querendo entrar, por isso vocês têm de decidir agora se querem ser Botafogo? Se não quiserem digam logo pra  liberar as vagas..." Queremos!!! Gritamos em uníssona alegria!
Tempos depois, meu pai e o Osvaldo souberam da estratégia "niquitiana" e andaram querendo dar uns bons tabefes no amigo desencaminhador de filhos. Já era tarde...

Botafogo doente

30 de dezembro de 2016

Totó direto de São José do Calçado :"Feliz Ano Novo, seu viadão gay burrinho!"

Totó acaba de me ligar ligar de São José do Calçado ( ES ), a linda cidade onde  este lindo, gostoso, genial e humildoso Barão de General Severiano veio ao mundo para abrilhantá-lo com sua espantosa inteligência e infinita modéstia.
Mas vamos ao telefonema do Totó:

- Toinha!?
- Fala Aristides, tudo bem?
- Eu falo se quiser, a boca é minha e você não manda em mim!
- Então não fala, porra, me ligou pra quê?
- Feliz Ano Novo, seu viadão gay burrinho! Você é safado e desavergonhado que nem o Jilozinho, mas é meu irmãozinho do coração...Fico muito decepcionado nessas datas e com vontade de chorar.
- Feliz Ano Novo, Totó, também gosto muito de você. Ah, e Feliz Ânus Novo também, o Jilozinho me disse que vai operar as hemorroidas em 2017, é verdade?
- Vai tomar no cu, seu viadão gay! Safado! Vou operar sim, são os ossos do orifício, e vocês dois ficam me atazanando!  Vou matar o Jilozinho e depois vou aí te capar, seu viadão gay brocha! E não tem feliz ano novo porra nenhuma...Estou de mal com você e o Jilozinho, nunca mais converso com nenhum dos dois viadões gays!
- Mas, Aristides, por que tanto ódio no coração? Operar hemorroidas é uma coisa normal, todos estamos sujeitos a isso, não é?
- É, mas "todos" não têm dois safados como você e o Jilozinho para atazanar as hemorroidas deles, seu safado! E não fala mais comigo! Fui...

Totó direto de São José do Calçado :"Feliz Ano Novo, seu viadão gay burrinho!"
                                                                           

22 de dezembro de 2016

O dia em que fui Papai Noel

Certa feita, eu tinha por volta de dez anos, em um dia de Natal fui mostrar o presente que havia ganho de Papai Noel aos meus amigos que brincavam na praça de minha querida São José do Calçado. Uns dois ou três deles não foram agraciados pelo elitista  Noel por serem pobres- só mais tarde me dei conta disso . 
Sem entender bem o motivo de meus amigos estarem de mãos vazias fui até à Casa Libaneza, "venda" de meu pai, que era defronte à praça, peguei uns brinquedos e os distribui entre os "sem-presentes". A venda estava fechada e meu bebia com seus amigos no Bar do Tião Cabrito, que ficava ao lado, e logo soube de minha "arte". Me chamou e disse: "Você fez muito bem, foi um belo gesto, mas devia ter me avisado". Com lágrimas nos olhos, me deu um beijo e me mandou de volta aos meus amigos. Foi um bom homem o meu pai. Saudade.

O dia em que fui Papai Noel


12 de fevereiro de 2015

O sumiço do Buchudo

Carnaval


Sexta-feira, véspera de Carnaval, partíamos rumo a Calçado. Eu, Pedro Mello e Augusto, um amigo de Niterói. O ano era 1980 e seguíamos viagem no possante Doginho Polara do Augusto. Os três já um tanto quanto, digamos...calibrados! Durante a viagem um litro de conhaque nos servia de combustível, fora algumas paradas para comprar cerveja. Tudo ia nos conformes quando, depois de Rio Bonito, Pedrinho, que estava sentado atrás (o carro só tinha duas portas), pede ao Augusto para parar no acostamento. Queria fazer xixi.
Saíram os dois pelo lado do motorista e eu fiquei no carro, pois estava cochilando no banco do carona. Abri os olhos, vi Augusto urinando na parte da frente do carro e resolvi descer para fazer o mesmo. Augusto termina, vira-se para mim e diz: " Zé, cadê o Pedrinho?" Olho para um lado, para o outro e... nada do Buchudo!
Augusto se abaixa, olha por sob o carro e... nada! O Buchudo havia, como num passe de mágica, desaparecido.
Apavorados com o inaudito sumiço de nosso amigo começamos a gritar : Pedrinho!!! Pedro Mello !!! Buchudo!!!.... Nada! Silêncio total.... Continuamos chamando até que ouvimos um som gutural vindo do fundo do barranco : "Opa! Tô aqui!"
- Tá fazendo o quê aí?!- pergunta Augusto.
- "Caí, porra!!! Vou subir!"
Bem amigos, foi uma cena impagável! Nosso destrambelhado herói, já bastante calibrado, tentava subir o barranco- que devia ter uns dez metros de altura- agarrando-se no capim e no mato que o circundava. Mas, invariavelmente, quando se aproximava do topo, os tufos de capim ou mato se soltavam e lá ia nosso Buchudo rolando barranco abaixo novamente. Augusto já estava até pensando em chamar um reboque para tirar o pobre do Buchudo do buraco, quando, num esforço heroico, nosso desastrado Buchudo consegue retornar à estrada. Fora a sujeira e alguns arranhões de somenos importância, nada de mais grave aconteceu.
Depois de beber uma generosa dose de conhaque e se recompor do susto, Pedrinho, dedo em riste, vem em minha direção e, possesso, diz: "Você é um viado, devia é te dar umas porradas!!!"
- Ué, o que foi que eu fiz?!- indago espantado.
- Eu estava fazendo xixi encostado na porta do carona, você abriu a porra da porta sem olhar e me jogou lá embaixo. Olha o estado que estou, seu viado?! E a culpa é sua!
Antes do Buchudo terminar seu esporro, Augusto e eu começamos a rir... Rimos até a barriga doer! Curou até o porre! Em compensação levei tapa na nuca até chegarmos em Calçado.
Chegamos e fomos direto ao bar do Conrado, encontrar a turma. Quando Jilozinho viu o Pedrinho naquele estado deplorável, mandou: "Ô Pedro Mello, o bloco de sujos só sai amanhã e você já veio fantasiado de porco?! Ha! Ha! Ha!
Só deu tempo do Jilozinho se abaixar, pois a garrafa de conhaque passou zunindo por sobre sua cabeça.
Foi um grande carnaval.

2 de agosto de 2014

Lineu, o homem que pegou uma jiboia e um jacaré com uma vara de pescar lambari

Lineu, o  homem que pegou uma jiboia e um jacaré com uma vara de pescar lambari
O Lineu é uma doce figura de São José do Calçado-ES, a cidade onde nasci. Lineu é um personagem histórico e muito querido na cidade. Nosso herói  viveu histórias extraordinárias, todos rigorosamente  verídicas que fazem parte dos anais (anais não é sinônimo de ânus- que é um cu erudito- mas o registro da história de um povo, seus parvos!) do povo de Calçado. Lineu, dentre suas inigualáveis epopeias, afirma, com a seriedade do papa fazendo sermão, que já atravessou a ponte Rio-Niterói tocando gado quando a mesma ainda era de pau! É proprietário de um rádio tão antigo que quando o liga ouve o falecido narrador esportivo Oduvaldo Cozzi narrando os jogos da Copa de 1950. E afirma, com a segurança dos justos, que o pé-de-manga de sua casa é tão velho que está caduco- dá jabuticaba, goiaba, amora e, raramente, manga!
É uma pescaria do Lineu que vou lhes narrar aqui. Lineu é o único homem que já pegou um martim-pescador, um jacaré e uma cobra jiboia apenas com uma vara de pescar lambari. Tão duvidando?! Pois é a mais pura e cristalina das verdades!
O acontecido  deu-se lá pelas bandas da Fazenda Velha, terras pertencentes ao Antônio Borges, pai de meu amigo Juquita, que foi testemunha ocular do ocorrido e o confirma como inteiramente verídico. Vamos aos fatos: Lineu estava  pescando lambari. Ao fisgar um, puxou a vara com muita força, o pequeno peixe voou pra fora d'água, mas manteve-se  preso ao anzol. Um martim-pescador, que voava próximo, abocanhou a iguaria e também ficou preso no anzol. Luta pra lá, luta pra cá e o pobre do pássaro, cansado, cai n'água e é abocanhado por uma jiboia de 4 metros que caçava pelo local. A gulosa serpente, por conseguinte, também ficou presa à vara do Lineu- vara de anzol, seus energúmenos tarados! Enquanto lutava para se safar, um jacaré, percebendo que a jiboia estava completamente indefesa, a abocanhou sem dó ou piedade! O bocarra glutão, quando deu por si, estava fisgado também. Lineu, aproveitou-se da infausta situação, pegou uma lasca de madeira e a rumou na cabeça do réptil aligatorídeo,  matando-o.
Foi uma festa em Calçado! Passamos a noite no Bar do Conrado, bebendo e comendo carne de jacaré e de jiboia, que o Lineu conseguiu retirar das entranhas do réptil. O martim-pescador e lambari? Conseguiram escapar no meio da confusão.
E mentiroso é sua vó!

20 de julho de 2014

No meu aniversário a festa foi da cachorrada

Estava completando 25 anos e passei meu aniversário em minha cidade, São José do Calçado (ES).  Fui comemorar a data mais importante da História da humanidade (ao lado da do dia da fundação do Botafogo) com meus velhos e queridos amigos de infância no Bar do Conrado.
Um frio dos diabos! Para quem não conhece- o que é um absurdo!- Calçado é uma cidade montanhosa e cheia de ladeiras, como Ouro Preto, mas infinitamente mais bonita!
A cachaçada corria solta, sempre acompanhada pelos tira-gosto preparados pela mulher do Conrado. Alta madrugada, todo mundo já devidamente "fardado", o Conrado avisa: - "Não tem mais nada pra comer, só salame e pão-de-forma."
Não prestou! Mandamos preparar misto-quente de salame com salame, cortado à francesa. Ficou uma delícia, até porque ninguém tinha mais paladar àquela altura do "tiroteio" de cerveja, cachaça e conhaque. Quando o salame começou a fazer efeito, o Juquita, como sempre, iniciou os trabalhos de regurgitar  a lavagem em seu estômago do lado de fora do boteco. Depois foi o Carlos do Zé D'Avila...depois o Cabiúna... e assim sucessivamente. Quando a minha vez chegou, além de golfar, tive de rir: mais de 50 cachorros vira-latas estavam reunidos na calçada dividindo o "butim" de vômitos que eram despejados pelos pinguços no local.
Depois fomos à Rua XV fazer uma desafinada serenata, sob o comando de Alcides Paraíba e Cabiúna, o Nélson Gonçalves de Calçado (pobre Nélson!), para nossa amiga Fatinha do Bianor, que também faz aniversário em 20 de julho, como este escriba.
Garanto-lhes que os vira-latas calçadenses nunca participaram de uma comemoração de aniversário com tanta fartura de comida. Foi, literalmente, uma verdadeira cachorrada!

                                                                                    

31 de maio de 2014

BALAIO DA GATA: Conversinha ao Pé do Ouvido. Mas, hein?!

   
 Daí que ouvi um silêncio dissonante vindo aqui do Interrogações e lembrei que o nosso amigo, Zatônio, viajou para sua querida terra natal, São José do Calçado. A cidade é tão pequena que é "Calçado", assim mesmo, no singular porque não cabe nem o plural. Ele vai me amar forever por isso. Aliás, ele não sabe que vim dar o ar da minha graça aqui no cafofo dele. Ai, ai, quem manda ser ateu? Tá na Bíblia: "maldito o homem que confia no homem". O capítulo e o versículo vocês que procurem porque "tocum" preguiça.
 Olha, vou contar um segredo pra vocês, o bichinho é relaxado mesmo, viu?! Tá a maior bagunça por aqui. É texto por terminar, vários rascunhos do mesmo texto, posts só com fotos esperando textos,sabe de nada, inocente! Tô mexendo em tudo! Daqui a pouco encontro até as famosas melecas que ele diz colar embaixo da mesa do computador. Malzaê, gente! Mas, né, como quer arrumar namorada desse jeito? Só o finado Toy aguentava porque não sabia falar, claro.
Ah, já ia esquecendo, vocês sabem que ele foi receber um título importante lá em Calçado? É! O velhinho não é fraco, não! Bom, mas essa, quem vai contar é o próprio, quando voltar. Vou embora porque a poeira dessa "imundiça" aqui já atacou a minha rinite. Der me livre! Fui!
Deixo essa matéria pra vocês lerem e que, com certeza, seria um post do Zatônio hoje, se ele não estivesse viajando. Façam suas apostas, com quem ele faria  a analogia da anta em questão?!

Amanhã, se me der na telha (tô no poder!), dou mais um pulinho aqui pra que vocês não fiquem muito  carentes, saudosos do humildoso Zatinho. De nada!

15 de dezembro de 2013

Jilozinho revoltado com a violência e o Fluminense

Jilozinho revoltado com a violência e o Fluminense
Meu velho amigo Jilozinho me ligou de lá de São José do Calçado ( ES ), anda revoltado com algumas coisas que ocorrem no Brasil.

- Jarrão, seu viadão gay, tudo bem?!
- Tudo tranquilo, Jilozinho, e você?
- Muito puto da vida!
- Qual o motivo de tanto desgosto, meu doce amigo?
- Muita viadagem nesse mundo, inclusive sua, doce é seu rabo!, sou o Jiló e jiló é gostoso e amargoso... Jarrão, ainda tô impressionado com a briga das torcidas do Atlético do Paraná e do Vasco, um bando de homens fortes, em vez de procurar serviço e uma mulher pra namorar ficam brigando e se agarrando sem motivo, isso é pura viadagem! Já sei, vai dizer que é preconceito meu, que temos de respeitar os outros e outras frescuras que inventou desde que parou de beber, passou a escrever poesia e enviadou também! Só o Fogão na Libertadores me alegrou nos últimos dias.
-Bem, Jilozinho, em parte você tem razão, o problema é a maneira de dizer o que queremos.
- Eu digo do jeito que quiser e "ouva" quem desejar... Não devo nada a ninguém, só uns pequenos débitos nos botecos, e tô de saco cheio de viadagem! Por falar em viadagem, viu o Fluminense?! Toda vez que eles caem pra Segundona ficam arrumando um jeito de virar a mesa. E dizem que são inocentes, que só querem que se cumpra a lei, igualzinho a discurso de político safado! Sempre foram assim, Jarrão, é por isso que o mascote deles é um cartola. Quer saber, vou é dar umas beiçadas e esquecer de tanta viadagem... Inté, seu viadão gay!
- Mas, o médico não te proibiu de beber?
- Ele que se foda! Quero é que ele se dane, quem manda em meu fígado sou eu, e ainda por cima o torturador é torcedor do Flor. Fui...

12 de outubro de 2013

Moleque feliz

eu fui um moleque feliz
joguei futebol com bola-de-meia
tequei bola-de-gude
roubei jabuticaba
no quintal do chico vieira
fumei cigarro de palha
escondido no porão
do zé do gastão
tomei banho de rio
no poço do chicão
peguei passarinho
joguei futebol de botão
e hoje este moleque feliz
segura as angústias e dores
do adulto que me obrigaram a ser
 o menino sempre me dá a mão
e acalenta meu coração
quando o homem se transforma
em triste desilusão
e  tenho saudade dele
foi muito feliz
o alegre moleque
que um dia fui

5 de agosto de 2013

Jilozinho quer "dar" para Seedorf

Jilozinho quer "dar" para Seedorf
Jilozinho me ligou eufórico lá de São José do Calçado. Tá feliz da vida com nosso Botafogo. Tão feliz que...

- Jarrão, seu viadão gay, nosso Fogão tá arrebentando a boca da caçapa!
- Tá mesmo, Jilozinho, o time tá jogando por música- respondo.
- Mas música das boas, Jarrão, música clássica feita por aquele compositor alemão que gosto muito: o Brahma!
-Brahms, né Jilozinho?
-Ah, Jarrão, deixa de viadice, é só uma letrinha e tô feliz demais com o Fogão! E ainda temos nosso maestro, olha o nome do danado, vê se não é de maestro dos bão! Clarence Seedorf! Isso é que é nome, Jarrão! Imponente! Se nosso negão afrodescendente tivesse nascido aqui em Calçado seria o Bastião da Clotilde, o Zezim da Anita Papuda... Jarrão, vou te confessar uma coisa, se eu tivesse parado de beber e enviadado- aliás, enviadado não, engayzado, que agora sou um cidadão politicamente correto- como você, ia dar um jeito de "dar" pro Seedorfão! Tô apaixonado por nosso negão afrodescendente! Joga muito! Bem, vou lá, que o Fabinho e o Pinguinho estão me esperando para dar umas beiçadas e continuarmos a comemorar a liderança do Fogão! Fui...