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13 de julho de 2021

A nova esquerda e o regime cubano

Um instigante texto de André Luiz Davila (Zatonio Lahud)


 Ou a esquerda sai em solidariedade ao povo cubano ou presta solidariedade ao regime, os dois não dá.

Precisamos parar com essa bobagem de solidariedade alinhada a um modelo que morreu no século passado e a esquerda verdadeira, movida pelo sentimento humanista e fraterno precisa estar ao lado do povo, não do regime.
É claro que o embargo vem, há anos, impondo maiores sacrifícios à economia cubana, mas é certo também que o regime se cristalizou e não pode ser chamado de comunista.
Visitei Cuba na década de 80, ainda nos tempos da extinta URSS, vi uma situação complexa: de um lado equipamentos eletrônicos de nomes impronunciáveis, de outro toda uma influência cultural americana por conta da pouca distância e da diáspora pós revolução. Miami já era o sonho de consumo de muitos cubanos.
O funcionário da Cubatur, também membro do Partido Comunista, era formado em história pela universidade de Havana e, graças à sua militância no partido, preferia estar junto aos turistas que davam gorjetas em dólar (na época a conversão oficial do peso cubano para o dólar era de 1 para 1, mas eu era abordado nas ruas com frequência com ofertas no câmbio negro de 16 - chegando até 30 - para 1).
Quem orbitava no eixo turístico conseguia faturar em dólar e, em comparação aos funcionários cubanos, ganhavam pequenas fortunas. Alguns, com o dinheiro, montavam "paladares", restaurantes privados e clandestinos que ficavam nos arredores de Havana e eram agenciados pelo próprio pessoal da Cubatur, pequenas corruptelas que já denunciavam a corrupção do sistema.
Cuba estava se abrindo ao turismo - dominado pelos empresários espanhóis - e as contradições do regime desvelavam sinais diferentes da construção de uma sociedade socialista e revolucionária.
Lembro-me de dois episódios marcantes. Um foi na cidade de Trinidad, um sítio histórico do período colonial com uma arquitetura lindíssima. Éramos um grupo de estrangeiros e estávamos entrando em um restaurante exclusivo para turistas. Quando comecei a subir a escadaria, fui abortado por um homem que passava na rua, ele estava visivelmente "borracho" e me questionou por que eu, estrangeiro, podia frequentar aquele restaurante e ele, cubano, não. Fiquei sem resposta, mas vi que o regime - para se manter - era também excludente.
O segundo episódio aconteceu na belíssima praia de Varadero. Uma das camareiras do hotel havia recebido uma boa gorjeta e me pediu para entrar na "tienda" do hotel (lojas para turistas que só aceitavam dólar) e comprar uma sandália de plástico, tipo melissa, para a filha dela que estava fazendo aniversário. A sandália custava oito dólares. Comprei com o meu dinheiro e devolvi a "pequena fortuna" para ela. Ela caiu em prantos, dizendo que, com o dinheiro que havia economizado poderia fazer uma festa para a filha.
Nas tiendas, eu me abastecia de cervejas Heineken e Coca-cola, que levava para o quarto do hotel e colocava numa geladeira russa cuja a marca era composta só de vogais e que sempre me dava um choque na hora que mexia na porta.
De lá para cá muita coisa mudou. O muro de Berlim caiu, a União Soviética implodiu, a China comunista cresceu quando se tornou uma economia de mercado aberta e Cuba ficou como uma memória nostálgica da utopia revolucionária. Parada no tempo, com os seus carros dos anos 50 e os cortiços de Havana velha, que lembram os cortiços da Lapa.
As revoluções tendem a acabar mal, disse Deleuze, a lufada de frescor e de mudanças se perdem no tempo e a manutenção da institucionalização da Revolução vira a morte do ideal revolucionário. Fidel morreu no início deste século e enterrou de vez uma das narrativas mais ousadas da América Latina no século passado. Quando ele passou o poder para o seu irmão, Raul, revelou a morte da revolução e a dinastia que os ditadores adotam.
Díaz-Canel é da geração pós-revolução, mas homem de confiança de Raul. Amigos que moram na ilha dizem que sempre foi um burocrata medíocre.
Nossa esquerda perdeu um momento histórico de colocar-se ao lado do povo Cubano. Além da penúria econômica e sanitária provocados pela pandemia, artistas, jornalistas e intelectuais já vinham sofrendo com os efeitos do Decreto-Lei 349, que controlava mais ainda a liberdade de expressão no país. As detenções e prisões arbitrárias de jovens artistas tornou-se uma rotina de uns tempos pra cá e nossa esquerda mante-se em silêncio sobre isso.
É lógico que os americanos e os movimentos anticastristas de Miami vão se aproveitar da situação, assim como a nossa extrema-direita, que encontram uma narrativa para travar a guerra ideológica. Bolsonaro e os bolsonaristas já se assanharam por aqui.
Por outro lado, alguns expoentes das nossas esquerdas se fazem de desentendidos e entram no jogo retórico de defender as conquistas da revolução, sem pensar no povo cubano que fica imprensado entre o embargo americano e a ditadura.
Aqui no Brasil, me coloco - assim como meus companheiros da esquerda - solidário aos artistas, professores e jornalistas perseguidos pelo governo Bolsonaro com o uso da Lei de Segurança Nacional. Por que não deveria ser solidário aos nossos irmãos cubanos que estão sofrendo a mesma repressão por parte do Estado?
Se aqui as denúncias da Anistia Internacional são válidas contra a política genocida do governo, por que as denúncias da AI não teriam validade para o que acontece em Cuba?
Se aqui repercutimos o relatório da organização Repórteres Sem Fronteiras, que denunciou que o Brasil caiu 4 posições no ranking de liberdade de imprensa no governo Bolsonaro, por que devemos fingir que não vimos a posição de Cuba como a pior situação de liberdade de imprensa na AL?
Por mais que doa, devemos admitir que a revolução virou uma ditadura que privilegia os que estão nas cercanias do poder. E a esquerda precisa encarar isso de frente e, freireanamente, colocar-se ao lado dos oprimidos, independente do regime.
Por isso, por mais que isso desagrade alguns colegas ortodoxos, me posiciono ao lado do povo cubano. Esta é uma atitude coerente para uma esquerda que deve ser solidária, empática, humanista e travar as boas lutas contra a desigualdade, a exclusão, mas também contra o autoritarismo. Entre o povo e o regime, fico com o povo. Chega dessa visão messiânica de conduzir as massas. Um novo modelo não se constrói para, mas com as pessoas.
André Luiz Davila (filósofo)

4 de abril de 2016

Sobre fé, ciência, religião, ideologia, ditadores, Flamengo e liberdade


Não gosto de me meter em questões religiosas por inútil, religiões lidam com fé, as pessoas acreditam ou não, sem precisar de comprovação. Acredita-se e pronto. A ciência lida com fatos, passíveis de serem comprovados, se não o forem, não existem. 
A Igreja Católica, por exemplo, durante séculos impôs à humanidade a "certeza" que a Terra era o centro do Universo, e quem duvidasse era queimado. A ciência provou que era mentira. A própria ciência serve para ditadores usarem-na com teses pseudocientíficas; como a eugenia, usada por Hitler para "provar" uma pretensa superioridade da "raça ariana"; ou o determinismo histórico, do suposto socialismo científico que prega a inevitabilidade da assunção das "massas proletárias"  ao poder. Milhões foram assassinados por conta desses totalitarismos, que são tão nefastos quanto o fanatismo religioso, afinal, apesar do discurso cientificista, também lidam com a fé, que como sabemos é cega- e muitas vezes, intolerante e burra.
Que cada um acredite na besteira que melhor lhe aprouver, até na honestidade de nossos políticos e que o Flamengo é o maior time do mundo, mas não queiram impor sua visão do mundo aos outros. Eu, por exemplo, acredito piamente em mula-sem-cabeça-com-estrela-na-testa. Minha melhor amiga é uma, a Marieta. Muitas outras mulas até escrevem. 

23 de junho de 2015

Brasil inventa o "Socialismo de Empreitada"

Brasil inventa o "Socialismo de Empreitada"

Depois que a Operação Lava Jato escancarou de vez a promiscuidade  entre políticos de esquerda e empreiteiros, temos de louvar à criatividade intelectual desses esquerdistas de araque: inventaram o Socialismo de Empreitada.
E tem muitos deles que ainda  vão de Brahma... Com um vistoso colarinho branco!

Nós, brasileiros, somos foda! Melhor dizendo: somos uma foda!

8 de setembro de 2014

Nossa entrevistada de hoje é Luciana Genro, candidata do PSOL à Presidência da República

Nossa entrevistada de hoje é Luciana Genro, candidata do PSOL à Presidência da República
Nossa entrevistada de hoje é Luciana Genro, candidata do PSOL à Presidência da República.

- Candidata, o que a senhora acha...
- Sou contra!, e o PSOL também é contra e do contra! Só nós podemos fazer este país brilhar após implantar o SoLcialismo no Brasil. Aliás, o atual governo e seus antecessores, são coniventes com a péssima distribuição de sol no país. Só o PSOL pode inaugurar uma nova era solar igualitária no céu da pátria! Inclusive tenho profunda mágoa de meu pai ( Luciana é filha de Tarso Genro ( PT ), governador do Rio Grande do Sul ), que me traumatizou com esse sobrenome machista, eu não sou Genro coisa nenhuma, posso ser nora, sogra... Genro nunca!
Chega, não aguento mais ouvir minha voz, que é meio chata e eu falo pra cacete. Viva a revolução solar! Raios solares unidos jamais serão vencidos!

25 de agosto de 2014

Cultura: Mulher concorre ao título de Miss Bumbum e é expulsa de casa por marido ciumento

Mulher concorre ao título de Miss Bumbum e é expulsa de casa por marido ciumento
Yara Muniz foi ginasta e atualmente treina em umaacademia de musculação (Foto: Divulgação MBB4)
Que coisa feia fez o marido da Yara Muniz! É cada injustiça nesse mundo! Só porque a pobre moça resolveu mostrar seu belo bumbum ao mundo, o maridão a expulsou de casa... E o ignorantão!, com sua atitude perversa, ainda fez a recatada Yarinha cair em prantos. Que ódio desse sujeito! 
Onde vamos parar com tamanho individualismo capitalista e machista desses maridos que acham que são donos dos bumbuns de suas mulheres? Por isso sou a favor do socialismo. Pela divisão igualitária das calipígias! Bumbuns unidos, jamais serão vencidos!
E tem mais, como um solidário socialista zen-bundista, já ofereci asilo à Yarinha aqui em casa. Detesto injustiça machista!

A triste notícia está no site cultural Ego- Miss Bumbum Bahia é expulsa de casa pelo marido após fotos ousadas

7 de abril de 2014

O fascismo-corrupto, o liberalismo-corrupto e o socialismo-corrupto.

O fascismo-corrupto, o liberalismo-corrupto e o socialismo-corrupto.
Nós, brasileiros, somos realmente criativos e inovadores, renovamos inclusive o espectro ideológico ocidental, criando 3 novas vertentes das principais correntes ideológicas existentes: o fascismo-corrupto, o liberalismo-corrupto e o socialismo-corrupto.
É só escolher...

5 de novembro de 2012

O Lula bem que podia eleger uns postes aqui da minha rua

Eu rogo ao Lulinha que eleja uns postes aqui da minha para qualquer cargo eletivo, assim teremos espaço na calçada para andar. Eu explico, moro em uma rua com calçadas estreitas onde não podemos andar pois alguns postes atravancam a passagem de pedestres, sem falar nos carros estacionados em local proibido, o que faz com que nós, pedestres- que se tivéssemos cidadania, teríamos a preferência no trânsito-, sejamos obrigados a andar na rua e ainda dar de cara com alguns carros que entram pela contra-mão, numa total inversão de valores.
Como o Poder Público é em boa parte privado neste Brasil varonil, onde um governo de esquerda cultua e financia o transporte individual em vez de investir no público,engarrafando as ruas, aumentando a poluição e o estresse da população ( vou parar, não quero ser acusado de estar aliado à mídia golpista e reacionária que não vê que estamos erigindo o socialismo automobilístico, socializando os engarrafamentos ), só me resta rogar ao Lulinha eleger os postes daqui. Tudo sob os aplausos de um partido de massas amorfas em que um homem só resolve tudo e seus discípulos dizem amém. Saco!


                                                                                 

14 de outubro de 2011

Não iFhode: milhares de pessoas passam dias em fila para comprar iPhone 5

É o desejo, estúpidos!

O que leva milhares de pessoas a passarem dias em um fila para comprar uma novidade tecnológica que breve estará ultrapassada?
Em minha modesta e genial opinião- como sabem modéstia e genialidade se completam-, o  grande equívoco dos socialismos é trabalharem suas teorias no reino da necessidade, do utilitarismo; o capitalismo trabalha com o desejo, induz ao desejo- que está ligado ao prazer, que mobiliza  muito mais às mentes. Enquanto não perceberem isto- o Lula, em sua brilhante inteligência prática e  intuitiva, entende-, ficarão patinando em discursos politicamente corretos bonitos sobre igualdade  e fraternidade enquanto as pessoas vão passar dias em filas para comprar um iPhone.
Eu, como detesto filas, vou ficar com meu iFhode da Nokia, 2.0 mega pixel. Saco!

11 de abril de 2011

Melhor perguntarem ao Darwin e seus herdeiros

Dos sistemas de produção criados pelos homens até hoje, infelizmente, só os injustos funcionaram: Escravismo, feudalismo, mercantilismo e capitalismo; os justos, infelizmente, até hoje, não funcionaram: Cooperativismo, socialismo, comunismo, anarquismo. O que...não sei...melhor perguntarem ao Darwin e seus herdeiros.
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