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27 de novembro de 2012

"Preso eu tô, mas só vô de automóvel"

São José do Calçado ( ES ), é uma cidade montanhosa, repleta de ladeiras, como Ouro Preto, só que infinitamente mais bonita! Foi lá que veio ao mundo este lindo, gostoso, inteligente, genial e humildoso Barão de General Severiano.
Como em toda cidade pequena deste vasto Brasil, Calçado também tem suas figuras folclóricas. Chico Crescêncio, um negão afrodescendente de seus metro e noventa, era uma delas.
Um dia, o Chico tomou umas canas além da conta e arrumou uma confusão no boteco. Logo convocaram o Miranda, soldado respeitado por todos, um mulatão também afrodescendente e com fama de bravo. Miranda chega ao local do furdunço e vai logo dizendo ao Crescêncio: "Chico cê tá preso!" Chico olhou para o Miranda, pensou na distância entre o boteco e a delegacia- cerca de 1 Km morro acima. A delegacia fica no lugar mais alto do município e o boteco se localizava na parte mais baixa-, deitou-se no chão, encolheu-se todo e disse ao Miranda: "Seu Miranda, preso eu tô, mas só vou de automóvel!" Depois da gargalhada geral, um bom cristão levou o Chico até a delegacia. Mas não acabou...
Ao acordar, na manhã seguinte, Miranda ordenou, como punição, que o Chico varresse a delegacia. Serviço terminado, Miranda diz: "Pronto, seu safado, tá liberado, mas vê se não me arruma mais confusão!" Humildemente, Chico Crescêncio diz: "Seu Miranda, posso te pedir um favô?" O que é ?- indaga Miranda. "Será que num dá pro senhor me liberá depois do armoço!?"
E lá ficou nosso herói, esperando a boa boia da pensão do Chico Mendonça.