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24 de agosto de 2013

BOTAFOGUENSE NINGUÉM AGUENTA. MUITO MENOS BOTAFOGUENSE!!!

BOTAFOGUENSE NINGUÉM AGUENTA. MUITO MENOS BOTAFOGUENSE!!!

BOTAFOGUENSE NINGUÉM AGUENTA.
MUITO MENOS BOTAFOGUENSE!!!

José Sérgio Rocha

Quer arranjar confusão? Coloque quatro botafoguenses numa mesa, numa manhã tranquila de sábado, com o time indo muito bem em dois campeonatos.
Ou melhor, quatro botafoguenses à mesa e mais um que chega e fica de pé. A coisa até que ia bem - aconteceu hoje, numa cafeteria em Icaraí, Niterói - pois a falta de assuntos ou, como preferiria o André Rizek, a falta de uma agenda negativa deixa qualquer botafoguense murcho.
Vamos reclamar do quê, porra? Bom, como um dos quatro era médico, a questão que veio à baila foi a vinda dos médicos de Cuba e de outros países.
O senhor A, um típico botafoguense de direita, começou a falar mal do governo. O senhor B, um típico botafoguense anarquista, deu suas lascadas também no governo, que foi defendido pelo senhor C, um típico botafoguense de esquerda que, embora meio anarquista, continua achando que o mundo é e continuará sendo dividido entre direita e esquerda - entendendo-se direita como sempre ficar ao lado dos que já possuem tudo e entendendo-se esquerda como sempre ficar ao lado dos que nunca possuíram porra nenhuma. O senhor D, um típico botafoguense apolítico, somava força ora com um, ora com outro. O botafoguense papagaio de pirata surgiu nesse contexto em que todos estavam quase se esbofeteando.
Passa um vascaíno amigo do senhor C e o cumprimenta dizendo baixinho: "Xiii, isso não vai acabar bem". Surge o filho tricolor do senhor B que fica só acompanhando e se divertindo com a maluquice do pai e dos amigos dele. Surge o gente boa (é difícil encontrar, mas existem) flamenguista que, como bom rubro-negro, tentou se meter na conversa para jogar uma piadinha e acabou escorraçado. 

 Um dos quatro começa a berrar e, a intervalos, todos os demais ocupantes da mesa e o que chegou depois também cismaram de resolver a discussão no grito. A coisa estava ficando feia e piorou quando um dos quatro que agora são cinco resolveu mudar de assunto e falar em futebol, para ver se os ânimos esfriariam.
Nem assim. Rapidamente formaram-se três correntes: uma a favor do Seedorf, uma ainda mais a favor e a terceira que gostaria de ver o Seedorf como presidente do Botafogo. A nova pancadaria teve como pano de fundo o jogo contra o Atlético, que terminou 4 a 2 para o Botafogo, como todos sabem, mas aquela mesa simplesmente ignorava.
Para o senhor A, foi um 4 a 2 com gosto de 4 a 0 para o Atlético.
Para o senhor B, o gosto foi de 0 a 0.
O senhor C preferia que tivesse terminado 4 a 1.
O senhor D queria comer a garçonete.
O senhor E (o que chegou por último) queria a cabeça da comissão ténica, começando pelo... agora vocês vão entender porque todo botafoguense é meio doido. O senhor E não estava puto com o técnico, com o time, com o presidente, mas sim com o departamento médico do time, por ter entendido que havia um complô do doutor Bottino para trazer o Adriano que já foi imperador para o Botafogo.
Bem, aí os médicos cubanos voltaram à história e eles estão lá até agora.
Um em Varadero, aproveitando os últimos dias de sol do regime de Fulgencio Batista. Outro em Sierra Maestra, com seu fuzil. Outro pegando uma canoa rumo a Miami. Outro já abraçado com o Pateta na Disney etc. etc.
Ô raça ruim essa de botafoguenses. Os torcedores dos outros times têm toda a razão!


PS: O fato é verídico e aconteceu hoje ( 24/ 08/ 2013 ), mas ficou simplesmente genial na narrativa magistral  do Zé Sérgio ( Zatonio Lahud )