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17 de fevereiro de 2012

Até o desesperado enfim

Se tudo muda
Onde está a verdade?
Senão na impermanência
Se não fosse a mentira
Estaríamos perdidos
Nós que somos contraponto
Da verdade oblíqua de Deus
Suspeito-me que Deus possa ser ateu
Que disfarçou seu filho de judeu
Para nos livrar do pecado
Que ele mesmo cometeu
Ao nos criar à sua imagem
Semelhança e desesperança
Somos repetitivas coincidências
De incidências atrozes
Não creio que primeiro foi o Verbo
Nem no particípio
Nem no presente
E sem futuro
Carcomido pela presença da morte
Não há vida ao chegar ao Norte!
No princípio
Que nunca houve
Somos adjetivos
Com a culpa como objetivo:
"Tu és um pecador!"
Antes de nascer
Por mim pecaram-me
E me disseram ser eu
Um pecador original
Um reles marginal
Como pode ser?
Ou vir a ser
A verdade Divina
Uma grande mentira
O que me leva a supor
Que alguém mentiu por mim
E para mim
Até o desesperado enfim
Fim!