O futuro

É tão longe...

O futuro

Que quando chega

Já sou passado.

De inúteis tempos

Vivemos tempos
A cada dia mais velozes
Para o passado
Para o futuro
Comprimimos tudo
No presente
A cada dia mais ausente

O passado se vai
Junto ao futuro que chega
Tudo em cliques...

Vivemos mais
De inúteis tempos
Passados/Presentes/Futuros
Não há mais muros

Nem tempos idos ou vindos
Breve o futuro será passado
Antes de ser futuro...
Não quero estar presente.

Não sou profeta nem do passado, quem dirá do futuro

O que têm em comum economistas, profetas religiosos, profetas ideológicos, ciganas e a besta que vos escreve estas bem traçadas linhas?
É simples, a turma acima sabe prever o futuro, acertam,hum!, digamos, duas em mil previsões e saem arrotando a genialidade de suas previsões ao mundo. 
A besta que vos escreve, como é burrinho, não ousa prever nem o passado, e sabem por quê? Não, né?! Eu vos explico:
Quantas interpretações diferentes da Bíblia, por exemplo, vós conheceis? Milhares, talvez milhões...
Pois é, se não concordamos nem quanto ao passado, imaginem quanto a algo que ainda não existe? Bom, tá certo, concordo, a morte é certa, sei lá!...e o Sarney?!

Saudade do passado, presente e futuro

Saudade,
do passado,
que não passa no coração da gente;
do presente,
de ti ao longe ausente;
do futuro,
que vejo batendo de frente
 em duro e frio muro.

O presente futuro do passado

gira gira gira
cada vez mais rápido
o mundo digital
o novo fica velho em questões de segundos
o presente é sempre rápido futuro
que em instantes vira ultrapassado passado
gira gira gira sem parar
o mundo digital
embolando passado presente e futuro
comprimidos em um verbo ainda inexistente
o  presente futuro do passado
gira gira gira
comprime comprime comprime
conecta conecta conecta

BALAIO DA GATA: CHEGAR E PARTIR SÃO SÓ DOIS LADOS DA MESMA VIAGEM

Na quarta-feira perdi mais um pedaço da minha infância, das minhas festas de fim de ano, das minhas férias escolares. Assim como nos finais de festas onde os adereços vão sendo retirados um a um, as referências do nosso passado vão nos sendo retiradas uma a uma, até que sobre apenas o salão vazio. Na quarta, perdi a Tia Hilda, a minha tia mais velhinha desde quando eu tinha oito anos. Achava que ela era  minha avó também. "Como pode alguém de cabelo branco ser filho de alguém de cabelo branco?", eu pensava com a minha pueril lógica infantil. E a minha mãe teimava: "ela não é sua avó, é sua tia!" Pois é, era a minha tia e, agora sim, era velhinha e morreu. O mundo não sabe, mas ficou um tantinho pior sem ela. Ainda bem que  na semana passada nasceu a Sofia, filha da minha prima. Não, tia Hilda não a conheceu e nem ela veio preencher o vazio que ficou. Apenas deixou a equação mais equilibrada...a festa da Sofia está só começando e novos adereços serão colocados. É a vida que segue...tem que seguir...tia Hilda agora, carrego no peito. Bem vinda, querida!
(Clara Gurgel)

E assim chegar e partir
são só dois lados
da mesma viagem
O trem que chega
é o mesmo trem da partida
A hora do encontro
é também despedida
A plataforma dessa estação
é a vida desse meu lugar

O passado passou

O passado passou,
transformou-se em saudade,
não tente resgatar a felicidade
que ficou atrás. Passou.
Mágoas vão renascer, feridas
vão reabrir. Tudo pelo medo
da solidão. Somos estranhos,
os humanos. Suportamos
infelicidade ao lado para
não estar só. Passado, passou.

Eu não tenho passado

eu não tenho passado
tenho apenas saudades
boas e ruins
das boas choro
ao lembrar como fui feliz
das ruins choro
ao lembrar como fui infeliz
e como sou precavido
choro logo as futuras
mas só as boas
pois sofrer antecipado
dores inevitáveis
é arrematada burrice
um homem prevenido
chora por dois
ainda que seja um
e só