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20 de abril de 2012

O mundo não é plano e reto

Casa Batlo-Antonin Gaudi- Barcelona
Vivemos tempos pasteurizados
Onde tudo é reto, plano, funcional
Olhem os prédios modernos
Não têm curvas
São frios, secos, racionais, lucrativos
Não há detalhes, arabescos, fírulas
Sem cor, sem alma, sem sentimento
A vida é fria...

A beleza não pode ser rápida e fugaz
Ela perspassa à loucura
Faz curvas, não tem pressa
Não vive pelo dinheiro
Vive do lúdico, do imponderável
Do desperdício de tempo e dinheiro
Eu trocaria Gaudi por Niemayer
Barcelona é linda, efervescente, colorida
Brasília é reta, fria, feia e corrupta!

19 de abril de 2012

Até quando?

Cachoeiras de lama enxovalham o chão da Nação
Homens vendem sua honra por dinheiro e poder
Um reles contraventor compra deputado, senador e governador
Homens que foram eleitos para defender o que é do povo
Passam a defender os interesses do polvo
Que com seus tentáculos espalha corrupção
Comprando homens que deveriam ser retos
Mas não passam de canalhas abjetos!

Até quando aceitaremos bandidos nos governando?
Até quando olharemos impotentes facínoras fazendo leis?
Até quando vai nossa omissão?
Até quando nossa Justiça continuará punindo pobres e protegendo ladrões ricos?
Até quando nossa indignação vai deixar de ser da boca pra fora e virar ação?
Até quando?

15 de abril de 2012

Ditadores ditam dores

Guernica-Pablo Picasso
Não gosto de ditadores
São assassinos
Ditam dores
Aos seus torturadores
Prefiro os que ditam utopias
Os que ditam fraternidade
Os que clamam liberdade

Quem dita dor
Dita covardia
Grita opressão

A cura da dita dor
Ditada pelo irascível ditador
É a bendita liberdade
Que dita solidariedade
Que flama igualdade

Desdita seja sua dita dor
Solerte ditador
Não medita a dor
Quero a fortuna da esperança
Contra sua malditador
Insano tirano
Que nos tira  amor
E nos dita a dor do ódio
Bendita seja a liberdade
Bendito sejam os que lutaram
Pelo espírito livre da humanidade

11 de abril de 2012

Há os que dizem não

Há os que dizem não,
À opressão,
Aos ditadores de plantão

Quase nunca vencem,
Mas fazem germinar
A esperança da liberdade
Um homem só é realmente livre
Quando não se submete ao poder
Qualquer poder é opressor
Não existe governo bom
Nenhum poder é bom ou justo
A não ser para quem o exerce

A liberdade é antes de tudo
Dizer, não...
Eu não me submeterei!

Ser livre é sofrer
É questionar
É rir dos poderosos
[ alguém conhece ditador alegre?
     Stalin , Hitler, Mussolini, Pinochet,
                 grotescos em suas seriedades assassinas ]
É não ceder
É morrer
Se preciso for
E no fim dizer: Não!

1 de abril de 2012

De derrota em derrota a vitória há de nascer

É tanta corrupção
Que ficamos sem ação
Todo dia aparece um
Um novo ladrão
A saquear
Os cofres da Nação
Chegamos ao ponto
De ver um senador
Ser sócio de um contraventor
De nome Cachoeira
É muita nojeira!

O pior é saber
Que nada vai acontecer
Outros assumirão o lugar
E a bandalheira vai continuar
Enquanto boa parte de nosso povo
Recebe de esmola
Uma tal Bolsa- Família
Para ter o mínimo que comer

E de cachoeira em cachoeira
Vai se formando uma tsunami
De ladroagem e corrupção
Que enoja  à Nação

Mas ficar enojado
Nada vai resolver
Temos de continuar a protestar
Até ver  o País mudar

Apesar da desesperança
Não temos alternativa
É lutar...gritar...cobrar
Se isto não fizermos
A roubalheira só vai aumentar

Combater o bom combate
Não é necessariamente vencer
Mas lutar pelo que é justo

De derrota em derrota
A vitória há de nascer
E aos canalhas restará
Dividir os esgotos com os ratos
Seus verdadeiros companheiros de jornada.

18 de março de 2012

Roubar pode

o estado nos proíbe de fumar
nos proíbe de beber
quer escolher o que devemos ler
e controlar o que vemos na Tv
mas não proíbe
boa parte dos seus
de roubar até não mais poder
depois dispensa o ladrão
com uma carta de agradecimento
pelo nosso dinheiro furtado
que eles dizem desviado
saem todos impunes
como este mal-ajambrado poema
sem vírgula
sem ponto
sem nó
sem-vergonha
a diferença é que o poema é pobre em rima e ritmo
os ladrões estatais podres de ricos
e pobres só de espírito!

10 de março de 2012

A volta de Quincas Berro D'Água

Eu conheci Quincas Berro D'Água
Bebi com ele
Vadiamos pelos puteiros de Salvador

Um dia ele no mar mergulhou
E nunca mais voltou
Os bêbados se entristeceram
As putas enlutaram
Ficou viúva
A alegre Bahia
De São Salvador
Até que um boêmio gritou:
"Um conhaque!"
" Quincas voltou!"

"Lá de cima"
Jorge Amado sorriu
O luto acabou
Salvador se iluminou
A putaria recomeçou
E Quincas berrou:
"Água!!!"
"Não, seu filho-da-puta!"

9 de março de 2012

A liberdade é feliz

A liberdade é feliz
Por isto os tiranos a detestam
Por isto a humanidade tem medo dela
Ser livre é um exercício diário
Doi ser livre
É questionar
Abrir mão de conceitos e preconceitos
Só na imperfeição somos livres
Na duvida
A liberdade só é livre se incerta
É ter a mente aberta
Olhar o mundo com viés de poeta
Sofrê-la e amá-la
Como a mais apaixonante das paixões
Ser livre é dizer não
É não se submeter
É por quê?
Em lugar de sim senhor
Ser livre requer coragem
Covardes nunca serão livres
Não questionam
Não erram por si
Erram por não pensar
Por não ver
Por não sentir
Para se ser livre é preciso enfrentar a dor
Às injustiças
Ser livre é a maior aventura de um homem
Só os fortes seguem em frente
Pois reconhecem suas fraquezas
E sabem que ser feliz é impossível
Mas a liberdade é feliz!