Nem dor ou saudade

eu sou tanto e muitos
que nada me preenche
só a solidão
nela não tenho limites
sou pleno e cristalino
não há regras entre nós
nem dor ou saudade
só as que trago de meus desamores
que ela( generosa! )
acolhe como se suas fossem.

Quem sabe em Salvador?

Eu não tenho medo de morrer
Tenho é saudade da vida
Que não mais vou ter
E por onde andará meu amor?
Quem sabe em Salvador?

Vou te ver

ela quer
mas diz não
faz drama
enreda a trama
me liga
e diz
que para mim
não liga
tem medo
eu sei de quê
vou te ver
aí vai ter de dizer
olhos nos olhos
pele a pele
coração a coração
que não me deseja
que não me ama
assim é que vai ser
não gosto de perder
não você
e sua risada
a mais bela
que deus
pode conceber
pode esperar
vou te ver
nada tenho a perder
só você que não vê
[ou não quer  ver]
a saudade que sinto!

Hoje serei escravo teu

e hoje serei escravo teu
submeterei-me aos teus desejos
rastejarei a teus pés
linda mulher
depois serás minha
por inteira
bela rainha
e farei teu corpo tremer de prazer
implorando mais
se tornando escrava de seu escravo
que venhas
linda mulher-rainha
o prazer não desespera
antes espera e acumula
serei escravo teu
e serás escrava-rainha minha.

Recado aos "normais"

Quando alguém me anuncia:
"Eu sou normal!"
Começo logo a rir,
quem pode ser normal
em um mundo tão louco, injusto e desigual?
Os tais normais são, em geral,
apenas conformistas, cujo horizonte não vai além da fronteira de suas narinas,
que são incapazes de sentir o cheiro da paixão,
vidinha sem emoção,
seguindo regras, etiquetas, falsidades, falsos moralismos.
A vida, senhoras e senhores normais, é muito mais vasta,
vocês não sabem o prazer de uma paixão exacerbada,
a  entrega sem limites,
a saudade desesperada na ausência.
Quem tem de ter equilíbrio é trapezista!
A vida é isso: prazer e dor!
Que passa...
Na morte teremos paz eterna,
normais e loucos.

O silêncio de tua presença

O silêncio de tua presença
O vagar de teu olhar
Me diz que o amor acabou
Não precisa dizer nada
Me vou
Curar minha dor
Em um boteco qualquer
E depois de me embriagar
Não mais de ti
Cairei em quarto barato
De algum hotel decadente
Acompanhado de uma prostituta
A quem farei juras de amor
Do amor que é seu...desprezo.

Nada mais

Um ex-grande amor
passou por mim
hoje na rua

E foi-se,
seguindo seu caminho

Eu vim-me,
seguindo meu descaminho

Nada mais...

Na penumbra do quarto

na penumbra do quarto
um filete de luz
ilumina os pêlos dourados de suas coxas
ela dorme suave e lindamente nua
sentado em uma cadeira
aprecio a beleza de seu corpo
excito-me com o reflexo dos pêlos
me aproximo e com delicadeza começo a beijar seus pés
vou subindo suavemente
sinto o eriçar de sua pele
o leve arfar em sua respiração
continuo minha doce viagem
sentindo o gosto de eros entranhado naquele corpo tão belo
ela se contorce agora
me puxa pelos cabelos e beixa-me com sofreguidão e desejo
geme baixinho ao me sentir dentro de seu corpo
em um vaivém delicado e compassado
agora forte
nossos corpos tremem
sussuros de prazer vagueiam pelo quarto
ela se aconchega em meu peito
diz um eu te amo
me beija com ternura
e dorme novamente.

Pura paixão

ela é linda
malcriada
petulante
carinhosa
teimosa
fogosa
rosa vermelha
pura paixão!
eu, solidão...

Clara confusão

eu estou clara confusão
não sei se choro
ou aprendo a tocar violão

não sei se faço uma limonada
ou fico sem fazer nada

não sei se arrumo uma namorada
ou fico em casa de cara amarrada

não sei se me deito na cama
ou na rede da varanda

não sei se tomo um plasil
ou continuo enjoado do Brasil

não sei se vou ser gentil
ou mandar todo mundo à puta que os pariu

não sei me declaro
ou me calo

não sei se morro
ou compro um cachorro

só sei que sei o que sinto
e vou tomar uma garrafa de absinto
para anestesiar a clara saudade
que agora sinto...

Linda mas geniosa

morena mas não serena
linda mas geniosa
daquelas sestrosas
extremamente fogosa
amiga e carinhosa

têm alguns defeitos
ciumenta e flamenguista
daquelas boas de briga
fazer o quê?
onde fui me meter
desconfio que deveria ter sido vulcanólogo
adoro mexer com vulcão
e vê-lo  entrar em erupção
explodindo torrentes de lavas de paixão
depois...bem...depois...confusão!

Mas sigo...

Eu, vezes várias, sou tantos- eu, que me perco, d'eu. Mas sigo...caminhos tortuosos, tropeço nas pedras, beijo-as, levanto-me e sigo...a jornada é longa, o corpo anda, a alma cansa, o coração palpita dores, desamores, passo em um jardim coberto de bela flores, paro, descanso, choro e avanço. Sigo...até o sem fim...até hoje...até te encontrar. O amor que me fugiu e está em algum lugar...no caminho...josé...no caminho...à frente, não desista, ainda que não encontres nada. Caminhei-me. E sigo...contigo, amor, que não sabes que é meu. Sigo...e tu?

Quero teu corpo

quero teu corpo
se esvaindo em prazer
quero-te escrava de tua paixão
sentir o tremor de teu gozo
o suor que exala odor de sexo
a perfumar o quarto
quero-te livre
mas escrava de teu desejo
para a entrega sem limite
transformarei cada centímetro teu
em um imenso latifúndio meu
onde cultivarei luxúria
lascívia...Sexo!

Ainda que saudade e dor

minha mente diz que não
meu coração diz que sim
a mente mente
o coração paixão demente
sigo-o incontinente...
a mente é turva
pensa repensa
vai volta
volta vai
o coração certeza clara
ainda que saudade e dor...