Acordei hoje e tomei conhecimento da morte de Armando Nogueira, o melhor cronista esportivo que esse país já produziu, além de ser um grande torcedor do Botafogo. Creio que Armando Nogueira está para a crônica esportiva no mesmo patamar que está Rubem Braga para a crônica em geral.
Me mudei para Niterói em 1968 e logo aprendi a ler o velho e bom Jornal do Brasil, em cujas páginas de esportes imperavam grandes jornalistas, por mera "coincidência" todos torcedores do Botafogo: João Saldanha, Sandro Moreira, Oldemário Touguinhó, Roberto Porto e o Armando. E para completar a seleção alvinegra: Paulo Mendes Campos no caderno B. Não sei o por quê, mas todo botafoguense que conheço é inteligente, se não vejamos: os que já citei, Augusto Frederico Schmidt, Fernando Sabino, Vinícius de Moraes, Arthur Dapieve, Arnaldo Bloch, Walter Moreira Salles, meu mestre Saint- Clair, meu amigo Pax e vários outros.
Muito do que foram Garrincha, Pelé, Didi, Gérson, Tostão, Zito, Nilton Santos e outros, se deve ao Armando, que transformava um drible de Mané ou um gol de Pelé, numa obra literária nas páginas do JB. Futebol era sonho: "via" os jogos pelo rádio e sonhava com meus heróis nas crônicas do Armando. Na mente do garoto do interior eram seres especiais e inatingíveis. Como era bom sonhar como o Armando me fazia. Até que a realidade entrou e mostrou Garrincha- A Alegria do Povo( nada mais belo!) desfilando como um farrapo humano em um carro alegórico da Mangueira; de ir às lágrimas ao ver Nilton Santos- santo alvinegro, um velhinho frágil e dependente como vi outro dia. A realidade, amigos, não é só dura, é - antes- triste...muito triste!
Obrigado, Armando, por ter-me feito sonhar sonhos tão belos. Através de ti, driblei como Garrincha; fiz lançamentos como Gérson e Didi; tive a categoria de Nilton Santos; a velocidade de Jairzinho; o chute potente de Quarentinha. E quantas vezes, Armando, chorei contigo, sem você o saber, as derrotas de nosso atrapalhado e querido Botafogo. Se existe céu e se existem anjos, Armando, você certamente já é um deles. Quem faz uma criança sonhar sonhos tão lindos só pode ser um anjo. Alvinegro, é claro!
Saudade.
( Publicado em 29/03/2010 )
Me mudei para Niterói em 1968 e logo aprendi a ler o velho e bom Jornal do Brasil, em cujas páginas de esportes imperavam grandes jornalistas, por mera "coincidência" todos torcedores do Botafogo: João Saldanha, Sandro Moreira, Oldemário Touguinhó, Roberto Porto e o Armando. E para completar a seleção alvinegra: Paulo Mendes Campos no caderno B. Não sei o por quê, mas todo botafoguense que conheço é inteligente, se não vejamos: os que já citei, Augusto Frederico Schmidt, Fernando Sabino, Vinícius de Moraes, Arthur Dapieve, Arnaldo Bloch, Walter Moreira Salles, meu mestre Saint- Clair, meu amigo Pax e vários outros.
Muito do que foram Garrincha, Pelé, Didi, Gérson, Tostão, Zito, Nilton Santos e outros, se deve ao Armando, que transformava um drible de Mané ou um gol de Pelé, numa obra literária nas páginas do JB. Futebol era sonho: "via" os jogos pelo rádio e sonhava com meus heróis nas crônicas do Armando. Na mente do garoto do interior eram seres especiais e inatingíveis. Como era bom sonhar como o Armando me fazia. Até que a realidade entrou e mostrou Garrincha- A Alegria do Povo( nada mais belo!) desfilando como um farrapo humano em um carro alegórico da Mangueira; de ir às lágrimas ao ver Nilton Santos- santo alvinegro, um velhinho frágil e dependente como vi outro dia. A realidade, amigos, não é só dura, é - antes- triste...muito triste!
Obrigado, Armando, por ter-me feito sonhar sonhos tão belos. Através de ti, driblei como Garrincha; fiz lançamentos como Gérson e Didi; tive a categoria de Nilton Santos; a velocidade de Jairzinho; o chute potente de Quarentinha. E quantas vezes, Armando, chorei contigo, sem você o saber, as derrotas de nosso atrapalhado e querido Botafogo. Se existe céu e se existem anjos, Armando, você certamente já é um deles. Quem faz uma criança sonhar sonhos tão lindos só pode ser um anjo. Alvinegro, é claro!
Saudade.
( Publicado em 29/03/2010 )
Assim não vale, Zé Antonio. Vira e mexe você faz minar água nos meus olhos, cara! Lindo texto! E obrigado por me incluir nele. Armando Nogueira é desses brasileiros que ainda nos dão orgulho de ter nascido nesse país. É um gênio da raça. Mesmo que não haja céu, Armando já está brilhando lá em cima.
ResponderExcluirZé meu amigo...
ResponderExcluirPelo to hoje o dia foi um pouco triste...para mim também! Mas passa...
bjs
O Brasil perdeu hoje um grande homem!O Céu tem mais uma estrela. Adeus Armando Nogueira.
ResponderExcluirLindo seu texto, perfeita a homenagem.
Cada vez mais o Brasil fica mais pobre! Lá se vai mais um que nos legou cor, tom e sobretudo paixão.
ResponderExcluirO Armando Nogueira foi um craque das palavras mesmo. Nelson Rodrigues e ele foram, sem dúvida, os mais notáveis cronistas esportivos que já surgiram no esporte.
ResponderExcluirExtraordinária é a história que o Armando contava que ele assistia os jogos na tribuna do velho 'Maraca' com o Nelson que não enxergava direito. Daí, no outro dia, sorridente, ele comentava a crônica do jogo escrita dizia pelo amigo: "Pô, você é sobrenatural. Eu fiquei narrando o jogo inteiro pra você do jeito que eu o vi, e o seu texto ficou mais bonito que o meu; como pode isto, Nelson?"
Armando Nogueira fará falta nos próximos eventos esportivos, tenho certeza que ele escreveria coisas esplêndidas... Escreveria sim, no entanto, não escreverá mais; se o torcedor quiser chorar, que chore; a perda foi grande!
Abraço, caro amigo Zé Antônio.
Teu post fez justiça a esse grande botafoguense.
ResponderExcluirEmocionante.
Que bonita homenagem amigo! me fez lembrar de um tempo em que o tempo não deixara que volte porque as pessoa não são mais as mesmas; (infelismente)perdemos a capacidade de se emocionar com coisas simples como a lembrança deste mestre ARMANDO NOGUEIRA no maiusculo! Todos estamos de luto...e com uma sensação de que nunca mais teremos profissionais como ele. Que ele descanse em paz como os mestres que tbém se foram. PARABÉNS PELA MERECIDA HOMENAGEM
ResponderExcluir@sidartareis
Lindo texto! AN merece!
ResponderExcluirAbs e SA!!!
Acho lindo essa coisa não so do escrever como escrever descrevendo sentimentos.
ResponderExcluirVeja ja é abril e li com o sentimento daquele dia.
Por isso amo a palavra a respeito com quem escreve com alma.
Brigadissimo por
re compartilhar
e outra coisa, adoro o JB e
alem da cultura fervilhando o JB é o que mais sinto saudade.Quando com recurso
e era assinate, quando não comprava o de sexts e domingos e tenho uma bela coleção das revistas Programa e Domingo. Puxa mas aqui...
não tem...
Ainda vou dar um jeito nosso.
Bjins entre sonhos e delírios
Belo texto meu amigo!! Que timaço de jornalistas botafoguenses era esse do Jornal do Brasil meu amigo? Só podem ser comparados com a nossa conselação de craques alvinegros! Por isso que o Botafogo é o Glorioso!! Armando Nogueira....saudades!!!
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