23 de julho de 2010

De dor

O homem, só caminha, cabisbaixo e sem alento. Rumo sem rumo. Vagueia por ruas escuras na madrugada fria da cidade indiferente à sua dor. O acidente levara-lhe o que mais amava: mulher, e filho. Falta-lhe coragem para chegar em casa. Agora mais fria que a noite. Não há mais vida lá. Só recordações...dores duras de reviver. Saudade amarga. Infinitamente dolorida. Senta-se. O banco, frio. Nem lágrimas,não há. Nem vazio. Só dor. A tomar tudo. Mente. Corpo. Alma.
Deita-se. O frio. Intenso. A dor. Imensa. Amanhece. O corpo. Inerte. Congelado. De dor...

Um comentário:

  1. Lembrou-me a cena antológica de Deus e o Diabo na Terra do Sol, onde sob o sol inclemente, Corisco rodopia ao som de Sérgio Ricardo: "Se entrega, Corisco/Eu não me entrego, não/Eu só me entrego na morte/De parabelum na mão".

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