Ontem à noite entro numa farmácia, uma mulher por volta de seus cinquenta e poucos anos , talvez, reclamava do preço dos remédios, daí passou a reclamar do governo, falou...resmungou... telefonou para alguém, reclamou novamente e não comprou os remédios. Fiquei ali, olhando a cena e reparando na mulher. Cabelos louros , olhos azuis, e o rosto já um tanto quanto deformado pelo estica pra cá, puxa pra lá, agora pra acolá; um horror- sem falar nos quilos de botox que em excesso, como no caso, me deu a clara sensação de ver um defunto andando. Defunto vestido com roupa de garotinha de vinte anos. Patético, o defunto vivo.
Saio e encontro um velho conhecido, fulo da vida, pois havia comprado um aparelho Gatonet por R$ 400.00, o fornecedor havia lhe garantido que poderia ver todos os canais sem pagar mais nada, por tempo indeterminado. Com menos de trinta dias a operadora havia bloqueado o sinal e o vendedor não queria lhe restituir o dinheiro,palavras dele, literalmente: - Você não acha muita desonestidade, comprei, paguei à vista, e o troço não funcionou nem trinta dias.
- Acho, você está prenhe de razão, vá no Procon e mova uma ação contra esse camarada e ligue pra Net denunciando ele. Profissionais assim não merecem estar no mercado; mas me diga, vai votar em quem?
- Nulo, vou votar nulo, só tem ladrão...Zé você não conhece nenhum eletricista bom e de confiança, a luz lá da clínica veio quase R$ 3.000.00, assim não dá, vou fazer um gato, mas tem de ser um cara de confiança, honesto, já chega a volta que tomei do safado da Gatonet. Se souber me liga, tenho de ir, deixei o carro em cima da calçada e se demorar levo uma multa dos ladrões da prefeitura. Abraço!
Somos criativos, os brasileiros, inventamos a honestidade relativa.
Zé, somos assim desde sempre. Lembra do "rouba, mas faz", com que aceitamos as falcatruas dos mandatários, desde que façam alguma coisa? Vivemos num país relativizado. Aqui tudo depende. Ah! mas aí depende! - se ouve sempre. E vamos por aí, reclamando que entramos bem, quando também queríamos nos dar bem.
ResponderExcluirÉ verdade, sem falar na lei do Gérson, levar vantagem em tudo...
ResponderExcluirUm pai pode deserdar um filho quando este é um sacripanta consumado. Devia existir no Código Penal, algo como perda da cidadania, por crime de lesa pátria, para gente como essa.
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