Na capela do cemitério, bem no meio dela, havia um corpo dentro de um caixão barato. Na cabeceira do caixão, uma mulher velava o falecido. Rezava em voz baixa e passava suavemente a mão no rosto do cadáver enrijecido. Não havia mais ninguém...só o corpo inerte e a mulher, roupa extremamente humilde, de uma magreza profunda e mórbida. A solidão da morte aliada à solidão da vida. Um silêncio triste rondava a capela; a pobre mulher lá, acarinhando seu morto com suavidade; lágrima, nenhuma, apenas um olhar terno e profundamente consternado emanava daqueles olhos sofridos de vida castigada. Pouco mais, se abaixa, beija com delicadeza e ternura os lábios gélidos do morto, afaga seus cabelos com carinho e vai-se...levando consigo a solidão da vida e deixando para trás o corpo frio, tomado pela solidão da morte.

Siempre es un placer visitarte, gracias por la sensibilidad que nos regalas, alma de Poeta.
ResponderExcluirSaludos fraternos.
Pungente.
ResponderExcluir