14 de outubro de 2010

A minha vaga eu cedo

Somos nada, maior parte água, e um dia, corpo inerte.
De vida breve. E passamos a vida  em angústia da finitude, do ser nada.
Acabar, inteiramente, inexoralvelmente.Completamente, para todo o sempre.
E criamos deuses.E nos ajoelhamos, criador submetido à criação, em busca
de perdão, de eternidade-vã! Uma mistura de arrogância,
a de sermos eternos; e medo, do não existir mais. Certo dia,
conversei com uma moça-que sumiu- e ela estava triste, muito
triste, seu querido pai havia morrido. Chorava ela no velório, sua
irmã veio e lhe disse: "Choras por quê, você não acredita em deus!"
Volte lá, disse eu, e diga à sua irmã que você tem mais motivos para
chorar que ela. Ela acredita piamente que seu pai- um bom homem-,
está no céu, na eterna felicidade do paraíso, pois se assim é, não deveria
chorar e lamentar, e sim bendizer e agradecer. Você não, chora de desesperança,
de certeza da finitude, de saber que nunca mais vai encontrar quem tanto amou.
Eu por mim, que fiquem com minha vaga no céu, deus que me livre e guarde de
passar a eternidade ouvindo Edir Macedo; Silas Malafaia; Valdemiro Santiago ou este papa que aí está?
Além outras malas do mesmo tamanho ou maiores. Me poupem, já não me basta ser brasileiro e
Botafogo?
Tô fora!...Prefiro o nada, absoluto, a conviver com essa gente. Bem, existe sempre a opção do inferno, que deve ser mais animado, ou, ao menos, ter gente mais inteligente.




Uma parábola cristã Um texto muito, mas muito interessante, sobre religião, fé, política, antissemitismo e radicalismo religioso. Estamos, no Brasil, enveredando por caminhos perigosos. Lembrem-se, somos herdeiros diretos da Inquisição.                                           

5 comentários:

  1. Muito bom mesmo...eu amei!
    Beijos!
    Obs. Eu também dôo a minha vaga...

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  2. Bem, já são duas vagas sobrando. Beijo!

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  3. Xiiii...São Pedro não vai gostar!

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  4. Quatro, Zatonio. Também cedo minha vaga; e olha que já paguei muitas prestações...

    Um abraço.

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