16 de janeiro de 2011

Elegia ao feio

Cansei de procurar o belo, todos querem o que é belo, forte, jovem, que com a inevitabilidade do tempo, deixa de sê-lo. O feio é mais consistente, tem mais personalidade, continua feio vida à fora e, fiel a si mesmo, vai ficando sempre mais feio, enquanto o belo tenta imitá-lo, tornando-se feio.
Vejam as baratas, talvez a mais antiga feiúra da face da Terra, estão aí há milhões de anos, não há belo tão duradouro, o belo é fugaz, impermanente, e ainda bem que o é, caso contrário não teríamos arte, nenhuma arte, que é a incessante procura do belo. O feio não precisa que o louvem, basta-se em sua feiúra, e é tão antinarcísico que a única beleza que se permite é a interior, que nem mesmo ele vê.


E no frigir dos ovos o feio sempre vence, ou não são vocês que dizem que a vida é bela e a morte é feia? No fim serão todos feios...


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