Inventamos o marxismo-fisiológico

Luis Fernando Veríssimo, com sua genialidade habitual, coisa comum em botafoguenses( ele é Internacinonal e Botafogo), definiu bem nossa " Realplitikinha": " realpolitik" é o nome que se dá ao processo pelo qual você vota no PT e elege o PMDB."

E quem mudou foi o PT, ou boa parte dele, deixou de ser um partido programático, para ser pragmático- e ser pragmático no Brasil é quase sinônimo de corrupção e loteamento do Estado-, o PMDB não, continua um partido ideologicamente puro: é o partido dos cargos, são os adeptos do carguismo, seus ideólogos principais são: Zé Sarney, que está para o carguismo como Marx está para o Marxismo e Renan Calheiros o Engels do Sarney. Um pouco abaixo, mas já bem próximo  está o deputado federal aqui do RJ, Eduardo Cunha, que tem até um slogan: de cargo em cargo o Eduardo enche a cunha.

Mas o fatiamento do Estado não é coisa nova, o grandíssimo Aparício Torelly, quando se autoconsagrou Barão de Itararé, a maior batalha que não houve da História da humanidade, explicou por que a sangrenta batalha foi adiada, a turma sangrou, como sempre, os cofres do Estado, partilhando cargos, palavras do Barão: 

"Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve." Quem quiser conhecer a obra do Barão visite a página dele na Wikipédia, vale à pena, o homem tinha uma pena sem pena e uma língua....vejam: 

"O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato."

Ah...Brasil...conseguimos inventar o marxismo-fisiológico!
                                                      

O Barão de Itararé