22 de fevereiro de 2011

Pode voltar, não consigo te ver

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Beberam todas e retornam para casa cantando Boêmia, a foto me lembrou meus tempos de esbórnia, uma vez lá em minha querida São José do Calçado, estavámos no Bar do Conrado, umas quatro da manhã, eu já só pra lá, não tinha mais pra cá, quando o Itaperuna, amigo de infância, se vira pra mim e diz:
- Chega, você não vai beber mais, vou te levar em casa!
Detalhe: O Itaperuna é afrodescedente da gema, pretinho, pretinho.
Me levantei, apoie-me em seus ombros, que a situação era periclitante, e saimos, trôpegos, em direção à casa de meu avô, no meio do caminho acaba a energia, eu estaco e o Tapera me pergunta:
- Parou por quê?
Eu viro pra ele e digo:
- Pode voltar daqui, acabou a luz, uma escuridão desgraçada e não consigo te ver, pretinho do jeito que é!
- Vai pra puta que o pariu, Toinha!- manda ele.
No dia seguinte a cidade toda já sabia da história, que até hoje ele conta às gargalhadas. Bons tempos!

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