5 de fevereiro de 2011

Só, onde sempre esteve

uma leve brisa perpassa a madrugada
traz consigo um pouco mais de solidão
não me basta a que já tenho

no silêncio da noite solitária
minha'alma grita unívoca
a angústia de estar só
ser só nascer só
é tanto só
pruma'lma só

da janela vejo
os olhos brilhantes
de uma coruja

na cama o belo corpo
que não amo dorme tranquilo
por uns bons momentos foi meu

o sexo só não preenche a solidão
mas é melhor que nada
ao menos o corpo está leve

a alma só está onde sempre esteve
só!


                                                          


3 comentários:

  1. Belíssimo Poema e belíssima pintura! levei 51 anos assim até encontrar a Mulher Amada. Não foi por falta de namoradas e nem de mulheres. Casei-me com 4, das quais tenho 4 filhos. Passei 51 anos, vendo talvez as mesmas corujas que você viu ou ainda vê. Só as corujas, as noites, as estrelas, a nossa estrela solitária e a Lua, que quando aparece, com certeza nos entendem. Ainda caminho, em fantasia, sozinho pelas madrugadas até o dia nascer mas, quando deito em minha cama, minha mulher amada me abraça e durmo feliz. Ela acorda às 7 e eu ao meio-dia. Às 7 da noite ela retorna, me abraça, me beija e me faz acreditar que eu não estou mais só. Custo a acreditar mas, após tantos anos de solidão, muitas vezes tenho quase certeza que estou sonhando.
    Um abração meu irmão! Maurício Porto.

    ResponderExcluir
  2. Zantonio,
    não vou mentir, me surpreendi com o seu lirismo dessa vez. Parabéns, camarada!

    ResponderExcluir
  3. Maurício e Fred, obrigado pela generosidade de vocês. Abraço!

    ResponderExcluir