5 de abril de 2011

O suicídio

A pequena cidade cidade estava em polvorosa, um homem estava desaparecido há dois dias. Figura de família tradicional; proprietário rural; vereador; boa praça; casado; pai de duas lindas meninas; vida pacata, em suma...e sumiu...desapareceu...
No terceiro dia do desaparecimento, após buscas por toda à região, circundada por serras que envolvem a pequena e bela São José do Calçado, chega a notícia que deixa a cidade em choque: o corpo havia sido encontrado no meio de um cafezal no próprio sítio do homem. Tudo indicava suicídio, ao lado do corpo veneno para controlar pragas em cafezais. Um ar de desalento envolve a todos no Bar do Conrado. Silêncio...
Até que alguém indaga:
- Por quê?!
Até hoje, trinta e poucos anos depois, a pergunta ressoa em minha mente: Por quê?!
No meio do cafezal, bem no cimo do morro, em local de difícil acesso, e a pergunta: Por quê?!
A solidão...infinita solidão...procurava aquele homem...tão só...até de si...absoluta solidão.
Ali, naquele instante, do silêncio no bar, tomei consciência, não da morte, mas da solidão...não do outro...não do mundo...mas de si...do eu. Que apavora e devora.
Por quê?!

O semeador( Van Gogh)

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