28 de outubro de 2011

Madrugada de ausência

A maior companheira da solidão
é a madrugada. Sinto e ouço os
leves e suaves ruídos que acompanham
o silêncio da noite adentro. Até  o leve
pisar do gato que desce às escadas e o
repicar descompassado  e melancólico
de meu coração, depósito telúrico de
saudades descabidas e incabais- só
ele tem espaço para acalentá-las. São
duas da manhã- o que me importa?
Se abro à porta só entra a brisa suave e fria
da noite que adentra e você, que tanto espero,
sorri, ao largo e ao longe. Soberba e bela em
plano alto de fugir do amor, que incendeia
teu corpo. A madrugada, meu consolo, avança.
Estamos sós, eu, você, e a madrugada, guia de todas as solidões.
As linhas que escrevo são tortas e trôpegas, como minhas dores. Amores...

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