3 de outubro de 2011

Mas não está só. O corpo

O corpo sem vida. Coberto por jornais. A sola dos pés grossas e sujas. Nem uma vela. Nada. Apenas jornais velhos para encobrir a morte. Um mendigo. Nem uma lágrima. Derramada. Pessoas passam apressadas. Quando muito um olhar de desprezo. Uma senhora faz o sinal da cruz. Moscas pululam em torno. Revoam. A morte. Balé sádico.
Mas não está só. Na morte. O corpo. O vira-lata está ao lado. Triste. Calado. Soturno. Velando o  amigo. Ele sim agora está só. No mundo. Indiferente à  dor. Sua.

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