1 de fevereiro de 2012

Perdão, Maracanã

Como pudemos deixar te destruírem, meu querido Maracanã?
Os néscios que só pensam em dinheiro e lucro te jogaram ao chão, logo tu, velho Maraca, que não era um simples estádio de futebol. Era muito mais...
Ao te aviltarem por dinheiro, feriram a alma de nosso futebol, que estava encarnada em ti. E nós, o povo, que tanto te amamos, o que fizemos, nós, em sua defesa? Nada... Não expulsamos os vendilhões do templo sagrado por onde desfilaram deuses como Mané Garrincha, Pelé, Zizinho, Nilton Santos, Ademir Menezes, Didi, Jair da Rosa Pinto, Rivelino, Tostão, Gérson, Zico, Roberto Dinamite, Paulo César Caju, Júnior, Jairzinho, Romário, Carlos Alberto Torres e tantos outros que construíram a grandeza de nosso futebol. Eles, e as torcidas em festa- o  mais belo dos espetáculos!- em suas arquibancadas sagradas, eram a alma de nosso futebol. Que sem ti, Maracanã, anda feio, soturno, burocrático.
Parece-me que tua alma, expulsa de teu corpo por tecnocratas insensíveis e políticos corruptos, foi se exilar no Nou Camp, lá em Barcelona, onde respeitam e cultivam o verdadeiro futebol brasileiro.
Quem sabe, um dia, quando nos arrependermos amargamente do que fizemos contigo e te pedirmos perdão, tua alma- cheia de ginga, de dribles impossíveis, de toques mágicos-, retorne para novamente alegrar nossas tardes de domingo. Hoje tão tristes.
Perdão, Maracanã.

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