16 de março de 2012

Mortes

Bem no fundo do cemitério os coveiros, enfadados, jogam terra sobre o caixão barato. Ninguém a acompanhar. Morreu como viveu. Incógnito. Um zé nada. Nem uma saudade deixou...

             
Estava exultante, o homem. Iluminava felicidade. Havia feito amor com a mulher de sua vida. Chega em casa pega sua arma e atira contra sua cabeça. No bolso da calça um bilhete: "Nunca mais serei tão feliz! Adeus!"

          
A liberdade é feliz! Por isto é tão difícil conquistá-la. Proferiu estas palavras e morreu. Enfim livre...

Sempre fora desaforado. Chega ao céu, encontra-se com Deus  e vai logo disparando: " O Senhor não tem vergonha de ter criado uma zona como a Terra?!"

A viúva: " Só era bom de cama, o traste!"

O padre pergunta ao moribundo: - "Qual o seu último desejo, peça com fé que Deus há de realizá-lo!"
- "Viver!" Vira-se e morre.





2 comentários:

  1. Morreu como viveu... anônimo, esquecido dele mesmo, um traste como disse a viúva, apesar de na cama servi-la bem. E assim muitos zés que na vida são nada se vão... nada levando ou deixando, apenas passando por esse mundo de meu Deus, como se estivesse a passeio.

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  2. É isso, minha amiga...Beijo!

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