Não suporto mais ver diretoria, jogadores e técnicos- Caio Júnior e seu genérico loiro, Oswaldo Oliveira- transferirem para a torcida do Botafogo a culpa por suas incompetências. É preciso dar um basta nesta falácia, na qual alguns torcedores acreditam.
Vamos ao fatos, duros de se ler para quem ama o Botafogo:
A decadência do Botafogo, clube que mais cedeu jogadores à Seleção Brasileira até hoje, começou a se desenhar no início dos anos setenta do século passado, quando dirigentes incompetentes e irresponsáveis venderam nosso estádio e a sagrada sede de General Severiano. Foi o começo do inferno que vivemos até hoje.
De 1957 a 1972 o Botafogo sempre esteve entre as três ou quatro melhores equipes do País- ao lado de Santos, Palmeiras e Cruzeiro. Milhões de jovens Brasil afora se tornaram botafoguenses graças à geração de Manga, Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Amarildo, Zagallo, Garrincha e a seguinte, formada por Leônidas, Gérson, Rogério, Jairzinho, Roberto Miranda, Paulo César Caju e outros. Eu fui um deles.
Depois veio a decadência: sem sede, sem campo, sem time...O que havia sobrado aos milhões de jovens torcedores que haviam escolhido o Botafogo para torcer? Eu vos digo: uma História gloriosa, uma camisa linda e uma estrela solitária. E foi que o nos bastou!
Foram 21 anos de sofrimento e humilhação- mas, como o povo judeu em busca da Terra Prometida, seguíamos com devoção àquela História, àquela camisa, àquela estrela...Contra tudo e contra todos: espezinhados, achincalhados e humilhados por nossos adversários.
Ah, dirão vocês, mas o Corinthians ficou mais tempo e a torcida fez o mesmo! É verdade, mas o Corinthians não vendeu seu patrimônio e sempre teve a mídia do seu lado. Nós não. Éramos nós e nós!
Hoje, é duro reconhecer, o Botafogo é mero participante dos campeonatos que disputa, depois de vencermos o Campeonato Brasileiro de 1995, e lá se vão 17 anos, ganhamos apenas três campeonatos cariocas ( 1998-2006-2010 )- e só! Somos, junto com o Atlético Mineiro, o único dos chamados grandes clubes, que não conquistou um único título nacional ou internacional neste longo período. Pior, na era dos pontos corridos, nossa melhor colocação foi um mísero sexto lugar ano retrasado. No meio um rebaixamento e outros anos em que escapamos por pouco.
Vou dar dois exemplos da decadência do Botafogo: ano passado, na última rodada do Campeonato Brasileiro, Botafogo x Fluminense estava marcado para o Engenhão, estádio do Botafogo, sendo o mando do jogo nosso, pois muito bem, a CBF simplesmente tirou o Botafogo de seu estádio, repito, do seu estádio, da sua casa!, e Vasco x Flamengo foi realizado lá. Nós fomos jogar em Volta Redonda. Agora a CBF, rasgando o regulamento da competição, transferiu Corinthians x Botafogo alegando que o clube paulista está na final da Copa Libertadores. Sabem o que disse o presidente do Botafogo? "Eu não concordo, mas aceito."
Este não é o meu Botafogo, o meu era de homens como Carlito Rocha, Paulo Azeredo, João Saldanha, Xisto Toniato e outros que jamais permitiriam que fatos como esses ocorressem sem criar uma enorme balbúrdia!
A História do Botafogo é feita de luta e de ir contra a corrente, não à toa nosso primeiro mascote foi o Pato Donald, um pato turrão e encrenqueiro; depois o Cricri, criado pelo genial Henfil, um bichinho chato, que perturba todo mundo.
Nélson Rodrigues, torcedor do Fluminense, definiu bem a alma do Botafogo ao escrever que "o Botafogo é o clube mais calabrês, mais siciliano do futebol brasileiro."
Hoje, os dirigentes do atual Botafogo, culpam a torcida, aquela mesma que durante 21 anos sofreu o pão que o diabo amassou por amor ao Glorioso, por suas incompetências e covardias!
O Botafogo nunca foi submisso! Até isso, nosso orgulho, estão nos tirando...
PS: O texto foi escrito em julho de 2012. Depois o Atlético Mineiro ganhou a Libertadores e nós mais um Carioquinha. E ainda tivemos o fechamento do Engenhão, debaixo de mais um silêncio vergonhoso da diretoria do Botafogo.
Vamos ao fatos, duros de se ler para quem ama o Botafogo:
A decadência do Botafogo, clube que mais cedeu jogadores à Seleção Brasileira até hoje, começou a se desenhar no início dos anos setenta do século passado, quando dirigentes incompetentes e irresponsáveis venderam nosso estádio e a sagrada sede de General Severiano. Foi o começo do inferno que vivemos até hoje.
De 1957 a 1972 o Botafogo sempre esteve entre as três ou quatro melhores equipes do País- ao lado de Santos, Palmeiras e Cruzeiro. Milhões de jovens Brasil afora se tornaram botafoguenses graças à geração de Manga, Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Amarildo, Zagallo, Garrincha e a seguinte, formada por Leônidas, Gérson, Rogério, Jairzinho, Roberto Miranda, Paulo César Caju e outros. Eu fui um deles.
Depois veio a decadência: sem sede, sem campo, sem time...O que havia sobrado aos milhões de jovens torcedores que haviam escolhido o Botafogo para torcer? Eu vos digo: uma História gloriosa, uma camisa linda e uma estrela solitária. E foi que o nos bastou!
Foram 21 anos de sofrimento e humilhação- mas, como o povo judeu em busca da Terra Prometida, seguíamos com devoção àquela História, àquela camisa, àquela estrela...Contra tudo e contra todos: espezinhados, achincalhados e humilhados por nossos adversários.
Ah, dirão vocês, mas o Corinthians ficou mais tempo e a torcida fez o mesmo! É verdade, mas o Corinthians não vendeu seu patrimônio e sempre teve a mídia do seu lado. Nós não. Éramos nós e nós!
Hoje, é duro reconhecer, o Botafogo é mero participante dos campeonatos que disputa, depois de vencermos o Campeonato Brasileiro de 1995, e lá se vão 17 anos, ganhamos apenas três campeonatos cariocas ( 1998-2006-2010 )- e só! Somos, junto com o Atlético Mineiro, o único dos chamados grandes clubes, que não conquistou um único título nacional ou internacional neste longo período. Pior, na era dos pontos corridos, nossa melhor colocação foi um mísero sexto lugar ano retrasado. No meio um rebaixamento e outros anos em que escapamos por pouco.
Vou dar dois exemplos da decadência do Botafogo: ano passado, na última rodada do Campeonato Brasileiro, Botafogo x Fluminense estava marcado para o Engenhão, estádio do Botafogo, sendo o mando do jogo nosso, pois muito bem, a CBF simplesmente tirou o Botafogo de seu estádio, repito, do seu estádio, da sua casa!, e Vasco x Flamengo foi realizado lá. Nós fomos jogar em Volta Redonda. Agora a CBF, rasgando o regulamento da competição, transferiu Corinthians x Botafogo alegando que o clube paulista está na final da Copa Libertadores. Sabem o que disse o presidente do Botafogo? "Eu não concordo, mas aceito."
Este não é o meu Botafogo, o meu era de homens como Carlito Rocha, Paulo Azeredo, João Saldanha, Xisto Toniato e outros que jamais permitiriam que fatos como esses ocorressem sem criar uma enorme balbúrdia!
A História do Botafogo é feita de luta e de ir contra a corrente, não à toa nosso primeiro mascote foi o Pato Donald, um pato turrão e encrenqueiro; depois o Cricri, criado pelo genial Henfil, um bichinho chato, que perturba todo mundo.
Nélson Rodrigues, torcedor do Fluminense, definiu bem a alma do Botafogo ao escrever que "o Botafogo é o clube mais calabrês, mais siciliano do futebol brasileiro."
Hoje, os dirigentes do atual Botafogo, culpam a torcida, aquela mesma que durante 21 anos sofreu o pão que o diabo amassou por amor ao Glorioso, por suas incompetências e covardias!
O Botafogo nunca foi submisso! Até isso, nosso orgulho, estão nos tirando...
PS: O texto foi escrito em julho de 2012. Depois o Atlético Mineiro ganhou a Libertadores e nós mais um Carioquinha. E ainda tivemos o fechamento do Engenhão, debaixo de mais um silêncio vergonhoso da diretoria do Botafogo.
Maravilhosa crônica, Zatonio! Disse tudo e o disse muito bem: com fundamento, paixão e indignação. Estou com você até nas reticências finais e não abro.
ResponderExcluirCansei desta gente mentirosa, Mestre. Saco!
ResponderExcluirBoa Zatonio. Reconheço aí, também, minha história de torcedor abandonado pelo time (clube).
ResponderExcluirVou guardar seu desabafo como um Rx dos últimos 15 ou 20 anos do nosso Botafogo.
Obrigado, Felipe, mas, do fundo do coração, eu não gostaria de ter escrito isso. Abraço!
ResponderExcluirSendo assim... ASSINO EMBAIXO!!!
ResponderExcluirNão me canso de escrever e dizer mundo afora que falta GESTÃO. Não é com Guaravita que iremos enfrentar a concorrência.Gostaria que estivessem pensando em jogadores do nível de BFR, como Nilmar e Forlan, mas com a diretoria amadora de clube social, deverão trazer o zé ninguém e o zé das couves para o ataque e, para a camisa 10, a grande revelação do Itapecirica do feofó do mundo, o extraordinário pé de valsa. E o processo de americanização continua e eles não largam a rapadura. Rezo para que tenham humildade e arrendam o futebol para quem sabe e tem grana para investir, tal qual os flores fizeram com o plano de saúde.
ResponderExcluirInfelizmente você está coberto de razão, Renato. Triste realidade!Abraço!
ResponderExcluirRealmente quem viveu na áurea época do BOTAFOGO, não desiste o amor ao clube é como uma nódoa,não sai.
ResponderExcluir- Lembro-me tbm do BRITO, MARINHO, WALTENCIR,LEÔNIDAS e tantos outros.
Pois é Júlia...bons tempos. Beijo!
ResponderExcluirInfelizmente Barão nó não temos presente e nem futuro. A falta de visão de nossa Diretoria me desanima.
ResponderExcluirZatonio, meu caro, vou menos distante no tempo do que você:
ResponderExcluir- depois do Borer, conseguimos ao menos colocar jogadores na seleção, revelar alguns bons (Mendonça, Alemão, Rocha e Josimar - teve o Luis Cláudio, Geraldo, Édson, Zé Carlos e outros alguns patamares abaixo).
- a partir de 1989, podíamos colocar a casa em ordem, mesmo tendo um time formado pelo Emil Pinheiro, renomado bicheiro, mas conseguimos ter o melhor time em 30 anos. No entanto, ao sair, o Emil levou os jogadores e o clube, com diretoria e sócios inertes, conseguiu ganhar a Commebol e fazer uma campanha pífia no Brasileirão de 93 (tomamos uma goleada de 7 X 1 naquele ano também!).
- de 1994 até 1996, tivemos um bom time e uma péssima direção, que nos rendeu um Brasileirão, mas, depois da negociação de vários jogadores, nos rendeu uma péssima Libertadores e um 14º lugar no Brasileirão de 1996.
- em 1997 até começamos bem, mas até 1999 (com as 4 goleadas no Brasileirão daquele ano e salvo graças ao Sandro Hiroshi), cambaleamos até 2002 quando fomos rebaixados.
- Em 2003 entra o Bebeto de Freitas e seu "resgate da dignidade" (parece até título de filme do Clint Eastwood!) e o nosso "vôo da galinha": 5ª força no Rio, atrás dos nossos rivais e do Americano, e "salvos pelo Palmeiras" na Segundona (lembre-se: curiosamente perdemos para o Sport em Recife, mas o Palmeiras ganhou deles em SP e nós do fuderoso Marília no Rio).
- Em 2004, quase caímos de novo e só escapamos ao "tirar" o título do Atlético Paranaense no último jogo e dar ao Santos. No entanto, o Botafogo era um clube de aluguel e balcão de negócios: "alugava" praticamente um elenco por ano e tínhamos poucos jogadores nossos. Categorias de base não existiam e o clube era um escritório que fazia um "pool" de empresas (se quiser, conto essa história pra você em outro momento).
- A partir de 2005, com a entrada do Montenegro no futebol do clube, ao menos o time começou a jogar bola, mas era "testículo" nos brasileirões (participava, mas não entrava nunca!), apesar do destaque de alguns jogadores.
- Em 2009 quase caímos, mas tivemos uma campanha de campeão ao ganhar 7 jogos dos 10 primeiros do Campeonato pra se livrar da degola (o pessoal só lembra do time de Gayrreiros, que pegou uma série de bagaças no final.
- De 2010 pra cá viramos testículos, mas eu posso pontuar o seguinte: tivemos um time inteiramente nosso e com alguns juniores e jogadores formados no clube no elenco.
Conclusão: desta forma, seremos algo depois da Copa, talvez em 2015, porque não se planeja crescimento sustentável no Botafogo, mas o fundamental é que deixemos de terceirizar o nosso Departamento de Futebol, o que acontece desde 2003, e conseguir um parceiro forte e sério para podermos ter algum êxito que não seja um singelo campeonato carioca.
Abraços e parabéns pelo texto inteligente e bem pontuado.
O que falta ao Botafogo é um Celso Barros. Dizem que o Eike Batista é Botafoguense, digo que não, o Celso Barros é tricolor, Eike é um bosta. O Bode já tentou comprar o Botafogo (digo o futebol do clube) e não deixaram, tem uns velhinhos lá no Conselho que só sabem atrapalhar. Enfim, falta investimentos, hoje em dia, ainda mais nessa fórmula de pontos corridos, o campeão será sempre aquele que tiver mais dinheiro, o resto, Botafogo incluso, é coadjuvante.
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