15 de setembro de 2012

A razão perdeu a razão

Canto o desencanto
De sonhos perdidos
Nas desvãos do mundo
Tudo soçobrou em sangue e cinismo

Morreu o Iluminismo
Sob as patas das modernas bestas do apocalipse
A ignorância impera nos púlpitos dos que não têm argumento
Insanos em suas bestificantes santidades de ignaras solidez

Das tribunas eletrônicas vomitam santas asneiras
Arrebanham milhões de fieis
Submetem o Estado a seus vitupérios radicais
Pregam a revolução do retrocesso
A sombra da Inquisição permeia seus discursos

E nos calamos...
Como nos calamos por Thomás de Torquemada
Como nos calamos por Stálin
Como nos calamos por Hitler

Como nos calamos sempre até que seja tarde demais
Depois... ahhh... o depois...
Memoriais para os assassinados
Poemas épicos in memoriam para os torturados
Tudo para aplacar nosso insensata covardia

Que badalem os sinos pela insanidade que se avizinha
A razão perdeu a razão...

                                               

                                                                

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