20 de janeiro de 2014

Mané Garrincha: trinta e um anos da morte da Alegria do Povo

Garrincha, o anjo de pernas tortas

Sabe, Mané, eu me tornei Botafogo ao "ver" seus dribles no velho rádio de válvulas de meu pai. Você foi meu herói, meu ídolo e sonhei, criança do interior, voar pelos campos do mundo deixando pelo chão o "joão" que tentasse me marcar. Fui em seu jogo de despedida. Chorei quanto te vi um trapo desfilando em um carro alegórico da Mangueira. Chorei novamente quando de sua morte.
Hoje, Mané, esquecem-se de ti, jogadores não mais que medíocres são incensados como craques pela mídia. Pobres de espírito. Mas, tu, grande Mané, está guardado no coração do menino que ainda sou e na memória afetiva de nosso povo. Que te ama como a nenhum outro. Nem mesmo Pelé.
Um é rei, outro imperador, outro príncipe... São vários os adjetivos com que tratam os grandes craques. Mas o mais belo, singelo e puro é o seu: A Alegria do Povo! O  que pode mais, Mané, um homem querer que levar alegria ao coração de seu sofrido e injustiçado povo? Nada, afirmo eu.
Estou escrevendo e viajando no tempo. Tenho dez anos. Estou em São José do Calçado, onde nasci, jogando uma pelada no campinho que havia atrás da igreja. Lágrimas escorrem. Por ti, Mané. O anjo de pernas tortas. Sim, Mané, você é um anjo. Um homem que leva alegria ao coração de uma criança só pode ser um anjo. O mais terno deles. Saudade.

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