16 de fevereiro de 2013

Eu, rezando

Eu, rezando- Interrogações

Com o anúncio da renúncia do Papa Bento XVI, andei revendo minhas relações com a religião. Que, desde que era muito jovem, sempre foram de incredulidade.
Sou de família católica, minha avó paterna, era muito religiosa, inclusive cantava na Igreja Católica de São José do Calçado ( ES ), onde nasci.
O padre, à época, início da década de sessenta do século passado, era um holandês muito branco, extremamente conservador- detestava pobres e negros-, parecia um urubu-rei, com sua batina preta e os cabelos louros. E porco como ele só. Detestava tomar banho. Para completar, era professor de francês. Autoritário que só. Logo que fui para o ginásio, o "urubulino" passou um trabalho e quando fui entregar o meu, o fiz com a mão esquerda pois sou canhoto. O sacripanta me deu um tapa na mão e disse que eu era mal-educado. Morri de vergonha e raiva pela humilhação em frente aos meus colegas. Tinha 11 anos. Fiquei quieto. Chegando em casa contei o ocorrido para minha mãe. Não prestou, a baixinha, que era geniosa, foi até o ginásio e deu-lhe uma bela esculhambação.
Mas tortura mesmo era ter de confessar. Chegava no confessionário, confessava uns pecados que não tinha e era punido com a obrigação de, ajoelhado, rezar vários pais nosso e aves maria.
Era a hora de minha vingança. Rezava uma e a jogava ao cubo. Logo estava livre de minha penitência.
Mas tudo começou no dia em que minha professora de catecismo disse que todos nascemos com um tal de pecado original. Sai da aula abismado com a assertiva. Não dizia nada a ninguém, mas em meu íntimo, achava aquilo uma estupidez sem tamanho. Continuo achando.

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