As rosas aceitem.
Mas não aceitem a invisibilidade, a anulação, a violência física e psicológica, a submissão.
Não aceitem o machismo, a misoginia, a ditadura da moda, do corpo perfeito, o padrão.
Não aceitem menores salários, piores cargos, assédio sexual e moral, a desvalorização.
As rosas aceitem.
Mas não aceitem a falta de assistência social, de políticas públicas, a negligência, a omissão.
Não aceitem a piada da “loira burra”, da “vaca que dá bom dia”, da amiga traiçoeira e invejosa, a humilhação.
Não aceitem a "rainha do lar", pais ausentes, faxina, louça, fogão, a falta de colaboração.
As rosas aceitem.
Mas não aceitem quem não respeita individualidade, autonomia, espaço, vontade, desejo.
Não aceitem quem nos quer metade, laranjas, castradas, caladas, menores, feridas,
MORTAS.
Mas as rosas aceitem... ou NÃO!
(Clara Gurgel)
(Clara Gurgel)
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