20 de maio de 2013

Joaquim Barbosa: da ditadura dos quepes à ditadura das togas


Estamos caminhando para uma grave crise institucional no País. E muito disso se deve à condição de estrelas que a mídia elevou certos membros do Poder Judiciário, mormente o  ministro do STF, Joaquim Barbosa. Que anda se imiscuindo, em palestras e entrevistas, no ordenamento dos outros poderes da República. Ainda que venha a ter razão em algumas de suas críticas- e certamente tem-, não cabe a ele, ainda mais como presidente do Supremo Tribunal Federal, fazê-las. Quem julga deve se abster de emitir opiniões, a não ser nos autos dos processos.
Sem falar no gravíssimo problema da volta censura, patrocinada por setores do Judiciário, que se acham, inclusive, acima de nossa Constituição, da qual deveriam ser os guardiões.
Joaquim Barbosa, que foi nomeado por Lula, antes por ser negro- um grande erro do que chamo de populismo politicamente correto-, do que por seu saber jurídico, depois do julgamento do chamado Mensalão, está se achando acima do bem e do mal e encarnando um moralismo reacionário, tão ao gosto de certa parte do que se convencionou chamar de "classe média". Este mesmo moralismo autoritário já nos deu gente como Jânio Quadros, Fernando Collor e o ex-senador Demóstenes Torres, por exemplo.
Se Joaquim Barbosa quer emitir opiniões políticas e mudar a Nação, que renuncie ao seu cargo de ministro, filie-se a um partido e vá à luta. Direito seu, mas deve respeitar a liturgia do cargo que exerce e evitar se imiscuir no funcionamento dos outros poderes.
Estamos caminhando a passos largos, após a ditadura dos quepes, para uma ditadura das togas.
É preciso, com urgência, que o País se dê conta deste fato e o detenha.

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