12 de julho de 2013

Ando de esperança, ateu

Ando de esperança, ateu

Ando sem vontade de escrever. Não sei bem o motivo. Talvez desânimo com o mundo. Um certo desgosto. Falta de gosto. Que chegue agosto.
Vivemos tempos difíceis de digerir. Violência. Corrupção. Crime. Individualismo. O mundo cada vez mais imundo.
Mataram a esperança. Tudo vira mercadoria. Sexo. Sentimento. Vende-se tudo. À vista. A prazo. No cartão: débito ou crédito?
Eu, descrédito. Hoje. Amanhã. Mês que vem. O futuro, além muro. Mas como pulá-lo?
Siga em frente. Diz-me a mente. Que mente. Prefiro ficar dolente. Olhando a tempestade de iniquidades.
Não tenho mais vontade, nem idade, para ilusões tardias. A revolução pereceu. O sonho morreu. O pesadelo venceu. Mercadorias, eis o que somos. Mas temos opção: cremação ou caixão?
No cartão: débito ou crédito?
Adeus. Sem deus. Ando de esperança, ateu.

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