6 de maio de 2015

Os Versos Covardes- Bruno Junger Mafra

Decifro sem convicção o coração alheio
Necessito de calar as minhas incertezas
A coragem em meu peito nunca interveio
Então busco no nada o nada das proezas

Me encolho em tudo que jamais me veio
Pedindo ao vento o alívio das asperezas
E da dor brota toda a covardia e o receio
De se viver em meio a escuridões acesas

Atroz é esse inexplicável temor pela vida
Onde em segundos se vive inteira dinastia
Perda da rotação assim calada e estremecida

É inútil dormir como se apaziguasse a agonia
Destino mesmo de esperança inútil e dolorida
Aceita-se a existência de vida feita em noite fria

- Bruno Junger Mafra

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