Sim.
Acordei
com saudade. Saudade de
minha
infância alegre e despreocupada nas ladeiras de São José Calçado. Saudade
de
amigos queridos que se foram a procurar seus caminhos pelas
estradas do mundo. Saudade
dos
banhos
de rio no Poço
do Chicão- amigo véio. Saudade
das tardes felizes passadas no Bar do Crissaf- como era divertido
seus xingamentos exacerbados à
nossa
turma,
fregueses
e um pouco filhos dele,
e ao Botafogo em defesa de seu amado - fazer o quê?!- Flamengo.
Saudade
dos bailes no Montanha Clube- onde os amigos se juntavam numa
grande e barulhenta família. Saudade
de sair de madrugada, gaiola na mão, para pegar coleirinho com o
Rogério e o Cachola.
Saudade
do Botafoguinho (eu, Rogério, Homerinho, Cabo Nilo, Cachola, no gol: o Paulim do Bianor ou o
Bastião do Carioca- doce figura e nosso técnico) que disputou "clássicos’''
inesquecíveis com o time do Tino, no campinho atrás da igreja.
Saudade
do biscoito de polvilho da dona Dulce.
Saudade
dos clássicos entre Americano e Motorista- a maior rivalidade do
mundo. Saudade
das divertidas
mentiras do Lineu- doce figura.
Saudade
do Cabiúna, soltando a voz depois de tomar muitas achando ser o verdadeiro Nélson
Gonçalves, pobre Nélson.
No
rádio Milton Nascimento começa a cantar, exatamente agora, quando
estou escrevendo: “Há
um menino/ há um moleque/ cada vez que a tristeza me alcança/ ele
vem
e
me dá a mão…
E
eu não consigo mais escrever.… Eu
sou esse menino… Esse
moleque… Essa
saudade… Essa
tristeza...
Nenhum comentário:
Postar um comentário