23 de junho de 2016

Ou o Botafogo se une ou vai virar um clube "simpático", que não faz mal a ninguém

A decadência do Botafogo, clube que mais cedeu jogadores à Seleção Brasileira até hoje, começou a se desenhar no início dos anos setenta do século passado, quando dirigentes incompetentes e irresponsáveis venderam nosso estádio e a sagrada sede de General Severiano. Foi o começo do inferno que vivemos até os dias atuais.
De 1957 a 1972 o Botafogo sempre esteve entre as três ou quatro melhores equipes do País- ao lado de Santos, Palmeiras e Cruzeiro. Milhões de jovens Brasil afora se tornaram botafoguenses graças à geração de Manga, Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Amarildo, Zagallo, Garrincha; e a seguinte formada por Leônidas, Gérson, Rogério, Jairzinho, Roberto Miranda, Paulo César Caju e outros. Eu fui um deles.
Depois veio a decadência: sem sede, sem campo, sem time...O que havia sobrado aos milhões de jovens torcedores que haviam escolhido o Botafogo para torcer? Eu vos digo: uma História gloriosa, uma camisa linda e uma estrela solitária. E foi que o nos bastou!
Foram 21 anos de sofrimento e humilhação- mas, como o povo judeu em busca da Terra Prometida- seguíamos com devoção àquela História, àquela camisa, àquela estrela...Contra tudo e contra todos: sendo ano após ano espezinhados, achincalhados e humilhados por nossos adversários. Mas mantivemos a fé na volta do brilho da Estrela Solitária!
Ah, dirão vocês, mas o Corinthians ficou mais tempo e a torcida fez o mesmo! É verdade, mas o Corinthians não vendeu seu patrimônio e sempre teve a mídia do seu lado. Nós não. Éramos nós e nós! 
Hoje, é duro reconhecer, o Botafogo é mero participante dos campeonatos que disputa. Depois de vencermos o Campeonato Brasileiro de 1995, e lá se vão 21 anos, ganhamos apenas 4 campeonatos cariocas ( 1997-2006-2010-2013 )- e só! 
Ah, e dois rebaixamentos para a série B do Brasileirão no meio.
A História do Botafogo é feita de luta e de ir contra a corrente, não à toa nosso primeiro mascote foi o Pato Donald, um pato turrão e encrenqueiro; depois o Cricri, criado pelo genial Henfil, um bichinho chato, que perturba todo mundo.
Nélson Rodrigues, torcedor do Fluminense, definiu bem a alma do Botafogo ao escrever que "o Botafogo é o clube mais calabrês, mais siciliano do futebol brasileiro."
Ou os grandes botafoguenses se unem em um grande mutirão para resgatar a grandeza perdida do clube, ou vamos nos transformar em um clube pequeno com uma história grandiosa. Aliás, isso já vem acontecendo. Nossos adversários não nos temem mais, viramos um clube "simpático", que não faz mal a ninguém. Clube grande e vencedor tem ser temido por seus adversários, como era o Botafogo, o glorioso Botafogo!, de minha infância e juventude.


Ou o Botafogo se une ou vai virar um clube "simpático, que não faz mal a ninguém

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