13 de novembro de 2017

Delegado da PF afirma que quadrilha que tomou o país de assalto é pior que a máfia

“A PF não quer ter independência. Queremos autonomia administrativa e orçamentária, só isso. Temos que entender bem que a quadrilha que tomou o país de assalto não tem o poder, eles são o poder. Nomeiam os seus próprios julgadores, aprovam leis que nos intimidam, que intimidam procuradores da República e juízes federais. E também aprovam leis que os tornam mais blindados, ainda. Máfia, Cartel de Cali, Yakuza, PCC, é tudo fichinha perto do desafio que a Polícia Federal enfrenta.”
O“A Lava Jato nunca correu tanto risco como hoje corre. A Lava Jato e, principalmente, os resultados que a sociedade espera dela. O que precisamos, o que a sociedade quer, com ardor justificável, é ouvir o barulho de uma porta de ferro trancando na cadeia de uma penitenciária, senadores, governadores, deputados, presidentes da república, ministros, empresários e banqueiros (corruptores), e até ministros dos tribunais superiores, se esses vieram a cometer algum crime e assim for detectado pelas investigações. A sociedade brasileira não irá se contentar com outro resultado. E é legítima essa expectativa pois, afinal, os bilhões de recursos públicos desviados eram do contribuinte, que em última instância são os patrões de autoridades que transformaram o Estado numa organização de delinquentes." 
Jorge Pontes, delegado da Polícia Federal aposentado, ex-coordenador-geral da Interpol no Brasil, ex-adido da PF em Paris e formado pela Academia Nacional do FBI em Virgínia, alerta que colegas estão sendo ‘abduzidos’ pelo poder político.

Análise muito mais realista que as feitas pela imensa maioria de nossos "Çabios' de plantão. A bandidagem de colarinho branco, que comanda o Brasil, criou a operação Operação Salva Rato para se contrapor à Operação Lava Jato.

A entrevista completa está no Estadão- ‘Assessorar alguns políticos é mais comprometedor do que se associar à boca de fumo’, diz delegado da PF 

Delegado Jorge Pontes
Delegado Jorge Pontes. Foto: Julia Affonso/Estadão

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