10 de agosto de 2020

A viúva não paga, já entrou com o defunto

Meu querido amigo, o filósofo etílico-existencialista (95% etílico), o grande Jilozinho, lenda viva de São José do Calçado (ES), a cidade onde nasci, trabalhava em Divino de São Lourenço, um povoado que fica no interior do interior do Sul do Espírito Santo.
Um dia, corria o ano da graça- quando os anos tinham graça e não desgraça, como esse maldito 2020!- de 1983, morre um amigo do Jilozinho lá. Pinguço afamado na região e adjacências.
Lugar pequeno, logo a notícia se espalhou e a pinguçada  rumou para a casa do defunto ainda fresco. Era fim de tarde.
Depois de um tempo, com o falecido já trajado e  confortavelmente deitado em sua última morada, seu corpo é colocado no meio da sala para ser devidamente pranteado.
Log a turma começou a ficar com fome e sede- de pinga. Jilozinho logo deu a solução: foram no quintal da casa do finado, na de dois vizinhos, e pegaram umas três ou quatro galinhas. Rapidamente as penosas estavam no fogo. Jilozinho, então, disse à tropa de pés-inchados: -"Crianças, vamos fazer uma vaquinha pra comprar umas garrafas de cana, pra beber nosso amigo e comemorar sua última viagem!"
Com um saquinho na mão, nosso herói começou a recolher as contribuições da turba sedenta.
Quando Jilozinho passa perto da viúva (que chorava, mas de felicidade por se livrar do traste, segundo as más línguas) ela também deposita um qualquer no saco do Jilozinho.
Sem pestanejar, Jilozinho enfia a mão no saco, retira o dinheiro da escabiosa, devolve a ela, e diz, com autoridade: -Você não precisa dar nada, já entrou com o defunto! Tá muito bom!
Dizem que até o falecido gargalhou em sua urna de viagem para o além... Amém!

Jilozinho trabalhava em Divino de São Lourenço, um povoado que fica no interior do interior do Sul do Espírito Santo.  Um dia, corria o ano da graça-quando os anos tinham graça e não desgraça, como esse maldito 2020!- de 1983, morre um amigo do Jilozinho. Pinguço afamado na região e adjacências.  Lugar pequeno, logo a notícia se espalhou e a pinguça da  rumou para a casa do defunto ainda fresco. Era fim de tarde.  Depois de um tempo, com o falecido já trajado e  confortavelmente deitado em sua última, seu corpo é colocado no meio da sala para ser devidamente velado.  Logo a turma começou a ficar com fome e sede, de pinga. Jilozinho logo deu a solução: foram no quintal da casa e de dois vizinhos e pegaram umas três ou quatro galinhas. Logo as penosas estavam no fogo. Jilozinho, então, disse à tropa de pés-inchados: -"Crianças, vamos fazer uma vaquinha pra comprar umas garrafas de cana, pra beber nosso amigo e comemorar sua última viagem!"  Com um saquinho na mão, nosso herói começou a recolher as contribuições da turba sedenta.  Quando Jilozinho passa perto da viúva (que chorava, mas de felicidade por se livrar do traste, segundo as más línguas) ela também deposita um qualquer no saco do Jilozinho.  Sem pestanejar, Jilozinho enfia a mão no saco, retira o dinheiro da escabiosa, devolve a ela, e diz: - Você não precisa dar nada, já entrou com o defunto! Tá muito bom!  Dizem que até o falecido gargalhou em sua urna de viagem!

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