21 de maio de 2021

A "banalidade do mal" em Eduardo Pazuello

 A banalidade do mal

Adolf Eichmann, um dos principais cúmplices do outro Adolf, o Hitler, foi citado hoje (20) na CPI do Genocídio.
Finda a II Guerra, Eichmann, como outros nazistas de alto coturno, fugiu para a Argentina pela "Rota dos Ratos", com a colaboração da Igreja católica, diga-se de passagem, onde viveu tranquilamente até1961, quando um comando israelense o sequestrou e o enviou para ser julgado em Israel.
A filósofa Hannah Arendt assistiu ao julgamento e cunhou o termo "a banalidade do mal". Grosso modo, ela afirma que homens comuns- bons cidadãos, bons amigos, bons vizinhos e bons pais de família- podem cometer atrocidades inomináveis sob a alegação de estarem apenas cumprindo ordens.
"Como a maior parte do público, a filósofa imaginava que a ação judicial fosse revelar um ser monstruoso e desprovido de humanidade, um sádico, um sanguinário, o demo em pessoa. Para seu espanto, ao sabor do desdobramento dos debates, delineou-se um funcionário zeloso, obediente, cumpridor dos deveres, dedicado e confiável. Em nenhum momento, o acusado demonstrou dar-se conta da hediondez de seus atos. Parecia até sincero ao repetir que não fizera mais que desempenhar-se e cumprir ordens e obrigações.
Hannah Arendt identificou, nesse comportamento, os efeitos da banalização do mal. De tanto ser repetido, martelado e repisado, o que era monstruoso tinha-se tornado corriqueiro. A noção do mal se diluíra a ponto de converter-se em trivial burocracia." José Horta Manzano
Eduardo Pazuello não aparenta ser um sujeito bonachão, boa praça e cumpridor e seus deveres? Pois é...

P.S: Hannah Arendt (1906-1975) foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX. A privação de direitos e perseguição de pessoas de origem judaica ocorrida na Alemanha a partir de 1933, assim como o seu breve encarceramento nesse mesmo ano, fizeram-na decidir emigrar.

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